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Será que o Ibovespa vai voltar a subir? Ata do Fed e dados da China devem dar o tom na semana
Você lembra qual foi a última vez que o Ibovespa subiu? A gente rememora: foi em 31 de julho, quando o principal índice do mercado de ações brasileiro atingiu 121.942 pontos.
Desde então, começou agosto e o Ibovespa ainda não fechou um pregão no azul.
Foram nove quedas consecutivas, com perdas acumuladas no mês de mais de 3% e o índice ficando no limite de perder os 118 mil pontos (118.065).
Nem mesmo o início do ciclo de cortes da taxa Selic, o IPCA de julho mostrando uma desaceleração da inflação de serviços (que andava preocupando o Banco Central) ou até mesmo a variação dos preços sem surpresas negativas nos Estados Unidos foram capazes de levantar a bolsa local.
Frustração com a China
O que tem azedado em grande parte o humor dos agentes financeiros são os indicadores econômicos fracos da China.
Para esta semana, na noite de segunda-feira (14), o gigante asiático divulga dados da produção industrial, das vendas do varejo e a taxa de desemprego de julho.
O mercado, no entanto, deixa no radar potenciais estímulos econômicos do governo chinês, especialmente incentivos para o setor imobiliário.
Com a publicação dos números, vale ficar de olho nos preços do minério de ferro e do petróleo.
As duas commodities afetam diretamente o desempenho das ações de algumas das maiores empresas do Ibovespa, como a Vale e a Petrobras.
Assim, veremos se o índice vai (finalmente) voltar a subir.
Dólar rumo a R$ 5,00?
Ainda na cena externa, o Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) divulga na quarta-feira (16) a ata de sua última reunião de política monetária, que elevou os juros em 0,25 ponto percentual, para a faixa de 5,25% a 5,50%.
Na fala logo após a decisão, Jerome Powell, presidente do Fed, deu sinais de que o ciclo de apertos pode ter chegado ao fim.
Agora, com a ata, o mercado quer detalhes para saber se o Fed vai mesmo adotar uma postura dovish (branda) e não subir mais os juros até o fim de 2023.
Lá, a a inflação (CPI) está em tendência constante de baixa e a expansão do emprego (payroll), ainda que elevada, perdeu velocidade.
Evidências de que o Fed pode retomar o aperto monetário tendem a afetar diretamente o câmbio.
Esse cenário em questão deixa o dólar mais forte, o que pode jogar a cotação aqui novamente para a faixa de R$ 5,00.
Brasil em compasso de espera
Com o foco forte no exterior, o investidor fica no aguardo de novidades no Brasil. O calendário econômico da semana deve ser pouco movimentado em relação a dados.
Na segunda-feira (14), será divulgado o indicador mensal de atividade do Banco Central (IBC-Br) para junho, enquanto o Monitor do PIB do mesmo mês sairá na terça-feira (15).
Os dois funcionam como termômetros de como anda o desempenho da economia brasileira.
Na agenda política, a votação final do arcabouço fiscal dificilmente entrará na agenda da Câmara.
As lideranças partidárias prometem se reunir para definir os últimos ajustes antes de levar ao plenário da Casa o projeto que vai substituir o teto de gastos.
O mercado seguirá monitorando as discussões da reforma tributária, que agora está no Senado, os detalhes derradeiros do Orçamento de 2024.
A equipe de Fernando Haddad no Ministério da Fazenda sustenta que vai honrar a promessa de zerar o déficit fiscal no ano que vem. Os agentes financeiros desconfiam e querem elementos de que o compromisso será para valer.
Por fim, a temporada de balanços do segundo trimestre de 2023 entra já na sua parte final. Entre os destaque estão os resultados de XP, Nubank. Itaúsa, JBS, Magazine Luiza e Natura. Veja a agenda completa aqui.
Calendário econômico de 14 a 18 de agosto
Segunda (14)
08h25: Boletim Focus do Banco Central
09h: IBC-Br (Índice de Atividade Econômica do Banco Central) de junho
23h: Produção industrial, vendas no varejo e taxa de desemprego de julho na China
Balanços: XP, Magazine Luiza, Cosan, Natura, JBS, Marfrig e Itaúsa
Terça (15)
09h30: Vendas no varejo de julho nos Estados Unidos
10h15: Monitor do PIB de junho (FGV)
Balanços: Nubank
Quarta (16)
06h: Segunda prévia do PIB do 2T23 da zona do euro
15h: Ata do FOMC/Federal Reserve nos Estados Unidos
Quinta (17)
Sem indicadores relevantes
Sexta (18)
Sem indicadores relevantes
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