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Bradesco tem lucro de R$ 1,595 bilhão no 4º tri de 2022; queda de 76% ante o mesmo período de 2021
Empresas citadas na reportagem:
O Bradesco (BBDC4) teve lucro líquido recorrente de R$ 1,595 bilhão no quarto trimestre, com queda de 69,5% ante o terceiro trimestre e 75,9% na comparação com o mesmo período do ano anterior. No ano, o banco lucrou R$ 20,680 bilhões, queda de 21,1% comparado a 2021. O resultado ficou abaixo da média das projeções dos analistas consultados pelo Valor Econômico, parceiro da Inteligência Financeira, que apontava ganho de R$ 4,105 bilhões.
O principal motivo – mas não o único – para esse tombo foi o provisionamento de 100% das potenciais perdas com um calote da Americanas. O mercado avalia que a varejista deve R$ 4,8 bilhões ao banco.
Segundo o balanço, a PDD (provisão de devedores duvidosos) expandida do 4º trimestre ficou em R$ 14,881 bilhões, um salto de 104,8% ante o 3º trimestre. Houve um efeito de R$ 4,851 bilhões ao provisionar 100% da sua exposição à Americanas.
No acumulado do ano passado, o lucro líquido recorrente somou R$ 20,680 bilhões, um valor 21,1% menor que na comparação com 2021.
O Retorno Anualizado sobre PL Médio (ROAE) – métrica preferida pelo Bradesco para medir o retorno sobre o patrimônio – fechou o 4º trimestre em 3,9%, uma queda de 9,1 pontos percentuais ante o 3º tri e de 13,6 p.p. em um ano, No acumulado de 2022, o indicador ficou em 13,1%.
Explicações
“Foi um ano de bastante volatilidade causada por eventos importantes. Houve aumento rápido e relevante da inflação, com aumento das taxas de juros maior que o inicialmente antecipado, impactos no ciclo de crédito e um ambiente global de grande instabilidade política e econômica. Esse cenário causou impacto importante em nossos resultados”, afirmou o banco no relatório de resultados.
Conforme adiantado, o mercado já esperava um resultado mais fraco, dada a alta na inadimplência e a exposição ao crédito de pessoa física, além disso, se esperava também que os efeitos da crise na Americanas afetariam mais o Bradesco do que os concorrentes, já que a instituição tem R$ 4,8 bilhões a receber.
Receitas
A receita de serviços – aquelas taxas que o banco cobra – foi de R$ 9,251 bilhões no 4º tri, alta de 4,4% em um ano. As despesas operacionais totalizam R$ 13,491 bilhões, subindo 4,8% no mesmo período. A margem financeira totalizou R$ 16,677 bilhões, queda de 1,7% em 12 meses.
Guidance (projeções)
O Bradesco divulgou seu guidance para 2023. O banco espera constituir entre R$ 36,5 bi e R$ 39,5 bi em despesas com PDD.
A margem financeira total deve crescer entre 7% e 11%. O banco trabalha com a expectativa que projeta avanço de 9% a 13% nas despesas operacionais em 2023.
Carteira de Crédito
O banco divulgou que sua carteira de crédito – o tanto de dinheiro que tem emprestado na praça – finalizou o ano com aumento de 8,9%, totalizando R$ 891,94 bilhões.
O crédito para pessoa física aumentou 12,6% na comparação com o fim de 2021, somando R$ 361 bilhões, enquanto para empresas a carteira avançou 7,9% no período, para R$ 530 bilhões.
Inadimplência
O ano foi finalizado com inadimplência no patamar de 4,3%, ante 3,9% no 3º e 2,8% um ano antes. A inadimplência de curto prazo (15 a 90 dias) ficou em 4,1%, de 3,6% e 2,8%, respectivamente.
No comunicado, o banco afirmou que a falta de pagamentos é concentrada em pessoas físicas e micro e pequenas empresas, segmentos mais afetados em situações de crise.
“As revisões e ajustes nas políticas de crédito que foram realizadas neste cenário agravado já trouxeram a inadimplência das novas safras para patamares inferiores ao período pré-pandemia”.
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