Apple desaba após problemas com inteligência artificial e vê novos desafios no horizonte

No acumulado da semana, as ações da Apple caíram perto de 11%, para US$ 212. Assim, a companhia devolve parte dos ganhos dos últimos 12 meses

Wall Street olha com bastante desconfiança para a Apple (AAPL34) nesta semana. Investidores levantaram suspeitas sobre a capacidade de a fabricante do iPhone sustentar ganhos na bolsa depois de anunciar atrasos na implementação de novas soluções de inteligência artificial.

Esse receio pode ser observado na prática. No acumulado da semana, os papéis caíam perto de 11%, para US$ 212, nesta sexta-feira (14). Os BDRs da Apple (AAPL34) desciam ainda mais, perto de 12%, acrescidos da variação do dólar. Assim, a companhia devolve boa parte dos ganhos que acumulou nos últimos 12 meses, quando saltou de US$ 173 em março do ano passado na bolsa dos EUA para US$ 247 agora, no final de fevereiro.

Isso porque a Apple, em seu último anúncio, na sexta passada, disse que está adiando as melhorias que faria em sua assistente de voz, a Siri. Incrementos relacionados a inteligência artificial, esperados inicialmente para as próximas semanas, foram postergados para o ano que vem.

Há analistas em Wall Street prevendo queda potencial de quase 8% à frente para as ações da Apple, segundo matéria da CNBC. Além disso, afirmam alguns analistas, o preço da ação no atual patamar – acima de US$ 200 – é injustificado.

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    Nesse sentido, o Morgan Stanley avalia que o atraso na atualização da Siri tende a reduzir as vendas do iPhone 16 para este ano.

    Mesmo diante destes alertas, o sentimento quanto às ações da Apple (AAPL34) ainda é majoritariamente positivo.

    A maioria dos analistas de Wall Street segue indicando compra das ações, com preço-alvo médio de US$ 250, segundo a CNBC.

    BTG e Santander têm boas perspectivas para AAPL34

    Por aqui, o BTG continua vendo as ações da Apple como boa possibilidade entre as internacionais. Por isso, o banco acrescentou participação da Apple em sua carteira de ações internacionais: mais 1% em relação ao mês anterior.

    O banco vê alto retorno aos acionistas como um dos motivos para apostar na companhia. O ROE (Retorno sobre o Patrimônio Líquido) estimado é de 174% para 2025, de acordo com o consenso de mercado. O indicador mede a capacidade da empresa gerar lucro aos investidores.

    O Santander destaca que a empresa “vem consistentemente aumentando os preços médios de vendas de seus hardwares”. Além disso, “a expansão do segmento de serviços nas receitas totais mitiga o caráter cíclico de suas operações”.

    Nesse sentido, o Santander trabalha com um preço-alvo para a Apple de US$ 251,83.

    Internalização das operações

    A falta de consenso mesmo com relação à Apple se deve à promessa de internalização de parte de sua operação global. A empresa anunciou investimentos de US$ 500 bilhões nos Estados Unidos ao longo do atual mandato de Donald Trump.

    Para tanto, a Apple (AAPL34) precisaria contar com abatimento de tarifas.

    “Assim aconteceu também no primeiro mandato (de Trump), quando a companhia apostou em negociações políticas e conseguiu isenções”, destaca Henrique Vasconcellos, analista da Nord Investimentos.

    Impactos da política de tarifação sobre a Apple

    A adesão da Apple ao projeto de Trump poderia oferecer boas possibilidades para a empresa no longo prazo. Mas, em um horizonte mais curto, pode colocar novos desafios no caminho. Vale mencionar que as políticas protecionistas que Trump podem reduzir a produtividade e gerar inflação.

    Ao menos, é o que apontam alguns analistas. Assim, existe a dúvida sobre se a internalização da operação da Apple poderia aumentar os custos da companhia.

    A promessa de investimento da Apple inclui a antecipação da construção de uma fábrica de 3 mil metros quadrados com 20 mil novos empregos no Texas já em 2026.

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