Banco digital britânico Revolut é lançado no Brasil

Glauber Mota, ex-sócio do BTG Pactual, é o responsável pela operação no Brasil, conta que o Revolut realizou pesquisas entre os usuários para definir quais produtos iria oferecer primeiro

O banco digital britânico Revolut está sendo oficialmente lançado no Brasil. O Revolut é o banco digital mais popular na Europa e frequentemente citado por analistas como um dos melhores do mundo. Possui atualmente 28 milhões de clientes, e além do velho continente tem presença significativa na Austrália, Cingapura, Japão e, em breve, deve se expandir para os EUA. Dado o tamanho do mercado no Brasil, é provável que se torne uma das principais operações do grupo.

Glauber Mota, ex-sócio do BTG Pactual, é o responsável pela operação no Brasil. O executivo conta que o Revolut realizou pesquisas entre os usuários para definir quais produtos iria oferecer primeiro. Acabou optando pela conta multimoedas e investimentos em criptoativos, segmentos nos quais já se destaca e que são demandas dos brasileiros. “O brasileiro ainda é relativamente mal-atendido em transações ‘cross-border’ e queremos tornar isso mais rápido, fácil e barato”, diz o executivo.

Inicialmente o Revolut vai usar os serviços de banking as a service do Bexs, mas já solicitou ao Banco Central uma licença de sociedade de crédito direto (SCD). Seu cartão no Brasil inicialmente terá a bandeira Visa, mas é provável que futuramente também haja um acordo com a Mastercard, como ocorre em outros países. Mota não descarta que eventualmente o grupo também busque uma licença de DTVM se fizer sentido para ampliar a oferta na área de investimentos. Quando obtiver o aval para a SCD, deve também entrar na oferta de crédito.

Questionado sobre o cenário competitivo de bancos digitais no Brasil, já bastante acirrado, Mota diz que na verdade a demora em chegar por aqui pode ser um ponto positivo. Primeiro porque a própria Revolut, fundada há sete anos, teve tempo de amadurecer sua oferta de produtos. E segundo porque já houve uma ampla digitalização da população. “Se tivéssemos chegado aqui três, cinco anos atrás, haveria muitas barreiras de entrada. A tecnologia avançou muito e nós temos um produto indiscutivelmente superior.”

Felipe Lachowski, diretor operacional da Revolut no Brasil, diz que a conta multimoedas vai oferecer uma experiência totalmente sem fronteiras, com transferência imediata para outros clientes Revolut em 150 países, conversão para 27 moedas e 90 tokens cripto. A conta também terá a função “cofres”, que permite separar dinheiro para objetivos específicos, incluindo aqueles com a contribuição de mais de um usuário. “Quando a pessoa viaja em grupo, por exemplo, temos uma função para dividir valores de contas que é muito legal. Também temos ferramentas de análise detalhada de gastos, orçamento, e uma solução completa de pagamentos, com cartões físico, digital, carteiras virtuais, Pix.”

Na parte de cripoativos, um aplicativo tem quase um mini “home broker”, com funções ordens de compra automáticas, “stop loss”, aportes recorrentes, entre outras. Também vai oferecer cursos educacionais, com prêmios para quem completar a unidade e passar nos testes. A recompensa será na forma do token polkadot, mas eventualmente outros criptoativos podem ser adicionados. “O Brasil tem mais de 10 milhões de CPFs que investem em cripto e a educação financeira é muito importante, queremos ampliar esse processo”, diz Mota.

Inicialmente o Revolut não deve realizar grandes campanhas em mídia de massa, contando mais com indicações de membros e anúncios em redes sociais. O banco tem cerca de 50 funcionários por aqui, incluindo os que atuam em um hub de tecnologia para a América Latina.

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