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Plano estratégico da Petrobras abre espaço para dividendos mais robustos à frente?
Empresas citadas na reportagem:
O plano estratégico da Petrobras (PETR4) deve gerar revisões para cima nas estimativas de dividendos para os próximos anos, avalia o Itaú BBA.
Segundo Monique Greco, analista que assina o relatório, os pontos de destaque do plano apresentado na véspera foram as curvas anuais projetadas para a produção e o investimento, além das referências financeiras para a dívida bruta e o fluxo de caixa.
Em relação à produção, a empresa revisou a estimativa de 2025 de 2,2 milhões de barris por dia (mbpd) para 2,3 mbpd, em linha com as previsões do banco e estendeu para 2029 as quatros plataformas flutuantes de produção arrendadas (FPSOs) refletindo dificuldades na fase de licitação dos projetos.
Em relação aos investimentos, a projeção de US$ 18,5 bilhões para 2025 também ficou dentro do esperado pelo Itaú BBA.
Na avaliação da analista, a proporção do investimento total classificada como leasing aumentou substancialmente e pode levar a possíveis revisões para cima nas estimativas de dividendos ordinários.
O aumento das referências para a dívida bruta até US$ 75 bilhões e para o caixa mínimo de US$ 6 bilhões também gera flexibilidade adicional para a empresa distribuir dividendos, conclui o banco.
O Itaú BBA tem recomendação de compra para as ações da Petrobras, com preço alvo de R$ 48 para 2025 para as ações ordinárias da empresa negociadas na B3.
Para os recibos de depósitos negociados na Bolsa de Nova York (Nyse), o preço-alvo é de US$ 17,50 para 2025.
Por dentro do plano estratégico da Petrobras
O conselho de administração da Petrobras aprovou na quinta-feira (21) o Plano Estratégico 2050 (PE 2050) e o Plano de Negócios 2025-2029 (PN 2025-29). A estatal prevê investimentos de US$ 111 bilhões entre 2025 e 2029, sendo US$ 98 bilhões na carteira de projetos em implantação e US$ 13 bilhões na carteira de projetos em avaliação, composta por oportunidades com menor grau de maturidade e sujeitas a estudos adicionais de financiabilidade antes do início da execução.
O investimento total previsto para os próximos cinco anos é 8,8% superior ao volume previsto no plano anterior, que abarcava o período de 2024 a 2028.
A empresa destacou que, com o objetivo de reforçar sua visão de longo prazo, separou o plano, este ano, em duas peças: o PE 2050, que propõe refletir sobre o futuro do planeta e como a empresa quer ser reconhecida em 2050; e o PN 2025-29, com metas de curto e médio prazos, visando pavimentar o caminho da companhia para o futuro a partir de seus posicionamentos estratégicos.
“O Plano Estratégico 2050 preserva a visão da Petrobras de ser a melhor empresa diversificada e integrada de energia na geração de valor, construindo um mundo mais sustentável, conciliando o foco em óleo e gás com a diversificação em negócios de baixo carbono (inclusive produtos petroquímicos, fertilizantes e biocombustíveis), sustentabilidade, segurança, respeito ao meio ambiente e atenção total às pessoas”, diz a empresa no comunicado enviado ao mercado.
A estatal afirma que possui a “vantagem competitiva” de ter uma produção de petróleo com baixo custo e “uma das menores intensidades de carbono do mundo”. “Essas condições permitem conciliar a liderança na transição energética justa com a exploração responsável de óleo e gás no país, de forma a manter o patamar de produção futuro próximo ao atual. Assim, o planejamento da Petrobras incorpora a ambição de que a empresa deve manter sua relevância atual no fornecimento de energia e no desenvolvimento econômico do Brasil”, diz a companhia, que destaca que pretende manter, em 2050, a representatividade de 31% da oferta primária de energia do Brasil. “Além disso, a Petrobras reafirma a ambição de neutralizar suas emissões operacionais até 2050”, acrescenta.
No quinquênio de 2025 a 2029, a companhia vai concentrar esforços no aproveitamento das oportunidades do mercado de óleo e gás, com foco em reposição de reservas, na produção crescente com menor pegada de carbono e na ampliação da oferta de produtos mais sustentáveis e de maior qualidade no seu portfólio.
O segmento de exploração e produção (E&P) deverá receber US$ 77,3 bilhões entre 2025 e 2029, 5% a mais que no plano anterior. Deste total, 60% será destinado ao pré-sal.
O plano considera cotação de equilíbrio do barril do tipo Brent, em média, a US$ 28 e intensidade de carbono de até 15 kgCO2e por barril de óleo equivalente no quinquênio. A companhia também prevê uma média do Custo Total do Petróleo Produzido (CTPP), que inclui custo de extração, participações governamentais e depreciação e depleção (quando há queda da produção), de US$ 36,5 por barril de óleo equivalente, considerando participações governamentais de acordo com o Brent médio estimado como premissa do planejamento.
Serão implantados 10 novos sistemas de produção até 2029, utilizando tecnologias de última geração que permitem mais eficiência e menores emissões, sendo que nove já estão contratadas. Além disso, há cinco projetos em implantação para além de 2029 e mais seis projetos em estudo. A Petrobras é a operadora de todos esses projetos, com exceção do Raia, que é operado pela Equinor.
Com o plano, a Petrobras projeta atingir a produção total de 3,2 milhões de barris equivalentes de óleo e gás por dia (boed), sendo 2,5 milhões de barris apenas de óleo. Para o acompanhamento do plano, considera-se uma margem de variação de 4% para mais ou para menos.
Os investimentos apenas em exploração deverão somar US$ 7,9 bilhões até 2029, 5% a mais que no plano anterior. A destinação sustentável de equipamentos e abandono de poços demandarão US$ 9,9 bilhões nos próximos cinco anos.
Com informações do Valor Econômico
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