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Dividendos de Klabin (KLBN11) e Suzano (SUZB3) podem subir em 2024? Veja as chances
Empresas citadas na reportagem:
Após apresentarem resultados mais apáticos do que de costume, Suzano e Klabin projetam um quarto trimestre melhor do que os anteriores. E o mercado vê uma “luz no fim do túnel” para que as empresas mantenham proventos. Há, inclusive, chances para que os dividendos de Klabin (KLBN11), e Suzano (SUZB3) aumentem em 2024.
A tese entre analistas e gestores ouvidos é de que a Klabin pode surfar um aumento na demanda por celulose, cuja comercialização é sua principal fonte de receita, ainda no quatro trimestre de 2023.
Já a Suzano, uma das líderes globais desse mercado, pode aumentar ainda mais os dividendos a partir do momento em que concluir o projeto Cerrado, em junho de 2024.
As chances de alta nos dividendos de Klabin (KLBN11)
Este ano marca uma temporada de “fundo” nos balanços das duas maiores empresas de papel e celulose do Brasil. Esta é a avaliação de Fernando Siqueira, head de análises da Guide Investimentos.
Os números refletem o quanto Suzano e Klabin sofreram com a flutuação cambial e queda nos preços de celulose ao longo dos últimos seis meses.
A primeira reverteu R$ 5,4 bilhões de lucro líquido no terceiro trimestre de 2022 em prejuízo líquido de R$ 729 milhões. Já a Klabin registrou queda de 88% em seu lucro na base anual.
Mesmo após resultados mais fracos, o mercado não baixou a cabeça e permanece otimista. Tanto para os dividendos de Klabin como os de Suzano.
Para a Klabin, os dividendos podem aumentar em 2024 devido à recuperação de preços do mercado de celulose, que concentra 30% da receita da empresa.
“A celulose está num nível de preço ainda baixo, mas recuperando nos últimos meses”, afirma Phil Soares, head de análise da Órama Investimentos. Para ele, a recuperação da commodity deve continuar em 2024.
Além disso, joga a favor dos dividendos da Klabin a previsão de início da operação da segunda máquina da unidade Puma II, que produz papelão para exportações. Isso deve levar a uma “produção maior nos próximos trimestres”, afirma Soares.
“Com esses dois componentes, o fluxo de caixa operacional (Ebitda) da Klabin deve melhorar, com possibilidade de manter ou aumentar o nível de pagamento de proventos.”
Siqueira, da Guide, já é mais incisivo: espera um aumento de dividendos da Klabin e de Suzano em 2024. “Apesar dos resultados do terceiro trimestre terem sido fracos, o quatro trimestre já deve ser melhor, principalmente por conta do aumento recente no preço da celulose. Isto deve impactar principalmente 2024”, diz.
Dividendos da Klabin: outra perspectiva
Há quem acredite no mercado que os dividendos da Klabin (KLBN11) podem estabilizar em 2024. Conforme explica o Goldman Sachs em relatório, a expectativa é de uma melhora pouco significativa com diminuição de consumo de celulose e embalagens por parte da Europa. Isso deve frear o estímulo chinês ao setor.
A perspectiva, portanto, é de um dividendo mais estável, aponta Gustavo Harada, chefe de mesa de renda variável da Blackbird Investimentos. O analista vê uma margem de 7% a 9% na distribuição do fluxo de caixa operacional nos próximos meses, com yield de 6% em dividendos da Klabin.
“Ao mesmo tempo, acredito que o cenário é mais positivo para o quarto trimestre. Este resultado veio conforme o esperado e, dentro dos indicadores que mostrou, houve redução de custo operacional”, comenta.
Outro analista que aposta na manutenção do DY de 6% é João Abdouni, da Levante. “Nossa expectativa é de um yield de dividendos de 6,5% para Klabin”.
“É uma remuneração acima da média do Ibovespa e atende as carteiras focadas em renda.”
João Abdouni, analista da Levante
Em entrevista exclusiva à Inteligência Financeira, o diretor financeiro da Klabin, destacou que a companhia pretende manter a política de remuneração de dividendos e JCP, que determina a distribuição de pelo menos 20% do Ebitda.
Veja o que o J.P Morgan diz sobre dividendos de Suzano
Se por um lado a Klabin é “queridinha” dos dividendos, a Suzano pode entrar no páreo da remuneração ao acionista. Existe uma tese de que a companhia saia da atual fase de investimento operacional com resultados mais consolidados e com a possibilidade de aumentar os dividendos.
Mesmo assim, a margem dos dividendos de Suzano deve se manter abaixo de Klabin, com yield de 3% para 2024.
Pelo momento, Abdouni aponta que a Suzano está mais em uma fase de despesas. Ele prevê um yield estável até a conclusão do projeto Cerrado, fábrica de celulose no Mato Grosso, em junho de 2024. Atualmente, a companhia já concluiu 78% da construção da planta.
“A partir daí, precisamos verificar se a empresa continuará com grandes projetos de expansão ou se deve adotar uma política de menor alavancagem e pagamento de proventos, mas só teremos a resposta a partir de junho”, diz Abdouni.
Harada acredita na manutenção dos dividendos de Suzano. “Suzano deve se preocupar com dívida e custos operacionais na ordem de R$ 1,5 bi. Mas na minha visão não tenho perspectiva de aumento de dividendos de Suzano.”
Um relatório do banco J.P Morgan dá um tom de como a Suzano pode distribuir dividendos no futuro.
O banco destaca que a companhia deve adotar uma rígida política de investimento operacional, “filtrando oportunidades de acordo com critérios de sustentabilidade financeira e retorno, vantagem competitiva e entrega de crescimento”. Para o J.P Morgan, é uma mensagem positiva que executivos ressaltaram em apresentação a investidores.
Caso a companhia realize algum investimento que não alcance os critérios, “podemos ver uma desalavancagem da Suzano ou uma remuneração ao acionista”. O J.P Morgan tem recomendação de compra para as ações da Suzano (SUZB3).
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