Vale (VALE3) pode saltar 33% na bolsa e pagar mais dividendos em 2025, projeta Itaú BBA

Vale (VALE3) pode aumentar dividendos por redução de despesas, avalia Itaú BBA; alternativas à compra da Bamin estão no radar

Empresas citadas na reportagem:

As ações da Vale (VALE3) podem subir até 33%, a R$ 75, no Ibovespa ainda em 2025 e, se a diretoria da mineradora reduzir despesas de capital com novos projetos, os papéis podem render ainda mais dividendos a acionistas no futuro. É o que o Itaú BBA projeta para a mineradora após se reunir com dois executivos da companhia na última semana: Thiago Lofiego, diretor de Relações com Investidores, e Marcelo Bacci, CFO.

Em relatório divulgado nesta segunda-feira (17), o banco também elevou o preço-alvo da ADR da Vale no exterior de US$ 12 para US$ 13. Aos analistas, Lofiego e Bacci frisaram o interesse da Vale em atrair investidores internacionais ao papel, já que a mineradora reservou uma parcela de seu caixa para pagar pelos desastres de Mariana, enquanto a Cosan, que detinha 4,1% do capital, desfez sua participação.

Quanto a Vale pode pagar em dividendos em 2025?

Fora o pagamento de R$ 170 bilhões para quitar a dívida pelo desastre de Mariana, a Vale (VALE3) deve atingir um fluxo de caixa livre de obrigações de 11% de seu valor de mercado, projeta o Itaú BBA. A mineradora vale hoje US$ 257 bilhões na bolsa de valores.

O BBA acredita que o percentual da ação da Vale (VALE3) pago na forma de dividendo a acionistas deve se manter em nível parecido.

Pensando em investir em ações em 2025? Receba a lista das 10 ações preferidas pelos investidores profissionais + setores para evitar. Inscreva-se!

ou preencha os campos abaixo

    Com a inscrição você concorda com os Termos de Uso e Política de Privacidade e passa a receber nossas newsletters gratuitamente

    Portanto, a Vale (VALE3) deve pagar um yield de dividendos equivalente a 11% do valor do papel em 2025.

    Mas há potencial para pagar mais, segundo o BBA. À equipe liderada pelo analista Daniel Sasson, os executivos da Vale destacaram que a companhia está revisando a entrada em novos projetos. E quer diminuir as despesas de capital investido.

    “Acreditamos que essa sinalização, assim como a queda de alavancagem financeira da Vale (VALE3), pode resultar em maiores dividendos e programas de recompra a acionistas no futuro”, disseram analistas do Itaú BBA.

    Vemos um potencial de alta de 33% para Vale (VALE3). Somado com 11% de margem em dividendos e recompras, chega-se a um retorno total sobre ação de 44%”

    Daniel Sasson e equipe de analistas do Itaú BBA em relatório

    Ao mesmo tempo, Bacci e Lofiego afirmaram que a Vale quer chamar a atenção do investidor estrangeiro, já que endereçou o pagamento de Mariana. A saída da Cosan (CSAN3) do quadro de acionistas também eliminou um ‘overhang’ nas ações, segundo o mercado.

    Nesse sentido, uma nova ação na Justiça contra Vale, BHP e Samarco pelo desastre de Mariana foi protocolada por 21 municípios no início do mês. Os entes municipais exigem compensação de R$ 46 bilhões pela catástrofe ambiental provocada em 2015.

    O Itaú BBA reiterou nesta segunda a preferência pela Vale (VALE3) dentre ações de mineração e siderurgia. “Acreditamos que a empresa está se tornando uma história mais clara de aumento de produção, redução de custo, otimização de despesas e desalavancagem”, apontaram analistas.

    “Isso pode levar a uma reavaliação da companhia e uma redução de desconto contra pares australianos”, como BHP ou Rio Tinto, ponderou a equipe do Itaú BBA.

    Vale (VALE3) estuda alternativas à aquisição da Bamin

    Bacci, CFO, e Lofiego, do RI, confirmaram que a aquisição da mineradora Bamin faz sentido para a Vale (VALE3). O principal atrativo é o ferro de alta qualidade da Bamin produzido nas jazidas.

    Mas os diretores afirmaram ao Itaú BBA que “qualquer projeto que não atenda a critérios estratégicos e ao mesmo tempo financeiros não deve ser perseguido” pela Vale.

    A compra da Bamin é incerta para a Vale porque seria necessário investir em infraestrutura ferroviária e portuária para escoar o ferro aos portos.

    Por isso, “alternativas estão sendo estudadas”, disseram Bacci e Lofiego.

    Por outro lado, a Vale segue apostando em um mercado de minério de ferro mais estável para 2025. Assim, a mineradora antevê uma demanda estável e limites ao crescimento da oferta.

    Na mineradora, o campo de Simandou continua sendo a principal preocupação do mercado pelo lado de produção. Os diretores da Vale sinalizaram aos analistas do Itaú BBA que a aceleração do volume pode ser mais lenta que o esperado. Deve variar entre 5 a 10 milhões de toneladas de minério de ferro em 2026 e 30 a 40 mi por tonelada em 2027.

    Leia a seguir