Santander Brasil (SANB11) lucra mais no 3° trimestre, mas calotes de empresas assustam e ações caem 5,13%

Resultado acima das expectativas não foi suficiente para compensar o pessimismo em relação à expansão mais contida do crédito

Mário Leão, CEO do Santander Brasil (SANB11). Foto: Divulgação

O Santander Brasil (SANB11) mostrou nesta nesta terça-feira (29) como é possível entregar resultados acima das expectativas e ainda assim desagradar seus investidores.

O maior banco estrangeiro no país anunciou pela manhã lucro e rentabilidade melhores do que o esperado pelo mercado. O lucro, por exemplo, veio 5% acima da previsão média de analistas.

Inscreva-se e receba agora mesmo nossa Planilha de Controle Financeiro gratuita

Com a inscrição você concorda com os Termos de Uso e Política de Privacidade e passa a receber nossas newsletters gratuitamente

O quadro mostra os principais indicadores financeiros do Santander para o terceiro trimestre do ano e os compara com os resultados auferidos no mesmo período do ano passado.

Santander Brasil3° tri/24*3° tri/23*Variação
Lucro ajustado3,662,7334,3%
Rentabilidade (ROE)17%13,1%3,9 pontos
Carteira de crédito663,5625,56,1%
Inadimplência acima de 90 dias3,2%3,0%0,2 ponto
Custo do crédito5,885,624,6%
Fonte: Santander Brasil * Em R$ bilhões

Em relatório, a XP elogiou o balanço, afirmando que o Santander (SANB11) está no caminho certo para entregar resultados melhores no futuro.

Últimas em Ações

Entre outros pontos, a XP citou a maior exposição do banco a clientes de alta renda e a melhora na qualidade do crédito.

“Essas conquistas preparam o caminho para que o banco aumente ainda mais sua lucratividade”, afirmou o relatório assinado por Bernardo Guttmann, Matheus Guimarães e Rafael Nobre.

Por que investidor ficou desanimado com o Santander (SANB11)?

Contudo, a unit da instituição na B3 fechou em queda de 5,13%, a R$ 27,39. Em 2024 até agora o papel acumula perda aproximada de 14,54%.

Em parte, isso refletiu sinalizações do presidente-executivo do Santander, Mario Leão, de uma postura mais conservadora do banco no crédito.

Na verdade, no fim de setembro o total de empréstimos do Santander (SANB11) já foi 0,3% menor do que em junho.

E essa tendência deve prosseguir, já que o banco está sendo seletivo na concessão de novos empréstimos.

Isso é especialmente verdade nas operações com empresas, segmento que vem registrando aumento dos calotes há quatro trimestres.

Segundo Leão, isso aconteceu “especialmente nas empresas médias que estão mais alavancadas”.

O executivo citou números recordes de pedidos de recuperação judicial de empresas.

Diante do ciclo de aumento de juros iniciado em setembro no Brasil, o receio do Santander (SANB11) é de piora nos próximos meses.

Além disso, o banco também está desacelerando em algumas linhas de crédito para pessoas físicas, como em consignado do INSS.

Segundo o BTG Pactual, a postura mais disciplinada do banco é positiva, porém, isso pode comprometer o crescimento no médio prazo.

“A possível deterioração do ambiente macroeconômico e os spreads mais apertados (…) sinalizam possíveis desafios para o crescimento (…), possivelmente atrasando a recuperação total da rentabilidade”, escreveram os analistas do BTG.

A Inteligência Financeira é um canal jornalístico e este conteúdo não deve ser interpretado como uma recomendação de compra ou venda de investimentos. Antes de investir, verifique seu perfil de investidor, seus objetivos e mantenha-se sempre bem informado.


Últimas notícias

VER MAIS NOTÍCIAS