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Quais ações podem subir mais que o Ibovespa em 2024, mesmo com índice batendo recorde?
Empresas citadas na reportagem:
O Ibovespa deve dar um novo salto ao longo do ano que se inicia. É o que projeta boa parte dos especialistas do mercado financeiro. Ainda assim, é possível buscar patamares ainda mais altos de rentabilidade dentro da própria bolsa. Saiba quais ações podem subir mais que o Ibovespa em 2024.
De início, é preciso saber que a valorização da bolsa dependente da confirmação de algumas projeções como manutenção da queda de juros e da inflação. Especialistas ouvidos pela Inteligência Financeira mencionam quais empresas podem apresentar melhor rentabilidade nesse cenário.
Quanto vai subir o Ibovespa em 2024?
Se realmente se confirmar a tendência positiva, com inflação e juros em queda, o Ibovespa pode subir aos 150 mil pontos, projetou o Itaú BBA.
Projeções mais comedidas, colhidas durante a produção desta reportagem, apontam que o Ibovespa pode chegar a 142 mil pontos, o que já seria um novo recorde.
Entre as expectativas mais otimistas ouvidas pela Inteligência Financeira está a que prevê o índice em 155 mil pontos.
Importante lembrar que o Ibovespa encerrou a sessão de quinta-feira (14) em alta de 1,06%, aos 130.842,09 pontos. Com isso, naquela data, a bolsa superou a máxima histórica de junho de 2021, quando marcou 130.776,27 pontos.
Ações que podem subir mais que o Ibovespa: small caps
Segundo a Genial, a pontuação-alvo do Ibovespa para final de 2024 é de 142.700 pontos. Essa projeção leva em consideração a expectativa de melhoria no ciclo microeconômico das empresas, impulsionadas pela queda da Selic. Se isso se concretizar, será uma alta de 12,3%. Levando em conta a pontuação em cerca de 127 mil pontos.
Se o cenário benigno se confirmar, a expectativa é de que algumas das empresas de menor capitalização e que atuam no mercado doméstico, as chamadas small caps, superem o patamar do IBOV.
“Olhando para o ciclo microeconômico, essas empresas estão saindo de uma desaceleração dos resultados para uma recuperação, e o cenário de queda de juros pode ajudar. Por isso, investimento nessas empresas tendem a ter melhor retorno que o Ibovespa (ao final de 2024)”, diz Felipe Villegas, estrategista de ações da Genial.
As small caps estão sendo negociadas a 9,7x P/L projetado para os próximos 12 meses, abaixo da média histórica (14,5x) e com desconto de 33% sobre sua média, segundo relatório da Genial.
Transporte, varejo e construção em destaque
Já a Toro Investimentos tem projeção mais modesta para o IBOV, de 140 mil pontos ao final de 2024, o que daria um upside de 11% se considerado o patamar da bolsa em 126 mil pontos.
A Toro deposita esperanças em papéis menos celebrados para superar o Ibovespa, são os casos da Localiza (RENT3), Vivara (VIVA3) e Lavvi Empreendimentos Imobiliários (LAVV3).
Sobre a Localiza, destaque do setor de mobilidade da América do Sul, o papel negocia a múltiplos atrativos para 2024, segundo a Toro, com P/L na casa de 15x e EV/EBITDA em 7x.
A Vivara, por sua vez, possui um plano estratégico de expansão da sua rede de lojas Life, o que tem gerado ganhos para o mix de receitas da empresa.
Já a Lavvi é uma incorporadora focada no segmento de alta renda, mas que estuda a ampliação do seu portfólio para o Programa Minha Casa Minha Vida, o que traria uma linha de receita adicional.
“Enxergamos que as três companhias estão bem-posicionadas para um ambiente mais favorável e se beneficiam da queda de juros”, resume Gabriel Costa, analista da Toro Investimentos.
Setor de construção e incorporação
Por ter grande participação de empresas gigantes, pouco sensíveis à queda dos juros, como Petrobras (PETR3; PETR4), Vale (VALE3) e bancos, o Ibovespa pode não ser a melhor opção para quem busca grandes oportunidades na bolsa em 2024.
“Ações mais domésticas podem ter desempenho muito acima do IBOV, que não tem por característica subir tanto quando os juros lá fora se fecham (diminuem)”. A avaliação é de Gabriel Bassotto, analista-chefe de Ações do Simpla Club.
“Se a gente sai do escopo das grandes empresas, que têm grande participação do Ibovespa, a gente pode ter uma descorrelação (com o índice de referência) um pouco maior”, diz o analista. “A gente enxerga ações como construção civil, especialmente Eztec (EZTC3), Trisul (TRIS3) e Cyrela (CYRE3), como boas opções, e temos recomendação (de compra)”, acrescenta.
Além do setor de construção e incorporação, ele destaca locação de automóveis, com Movida (MOVI3) como destaque, e empresas ligadas às atividades de infraestrutura, com a Vamos (VAMO3), de locação de caminhões, como boas apostas. No agro, destaque para a Kepler Weber (KEPL3), empresa de silos e conservação de grãos pós-colheita.
Empresas com dívida em CDI podem ser as grandes vencedoras
A Guide está estabelecendo 155 mil pontos como o patamar a ser alcançado pelo Ibovespa em 2024. Essa é a mais otimista projeção entre as ouvidas pela Inteligência Financeira para esta matéria. Mesmo nesse cenário, algumas empresas mais endividadas tendem a ter desempenho acima do índice, especialmente empresas com dívida atrelada ao CDI.
Entre as empresas da bolsa com endividamento atrelado ao CDI, a corretora destaca as empresas de educação, como Yduqs (YDUQ3) e Cogna (COGN3). A primeira tem cerca de 100% da sua dívida atrelada ao CDI.
Além disso, Energisa (ENGI11), MRV (MRVE3), Pão de Açúcar (PCAR3), Movida (MOVI3), CCR (CCRO3), Eneva (ENEV3) e Ecorodovias (ECOR3) são outras companhias com alto endividamento atrelado ao CDI e que podem se beneficiar da queda dos juros.
A corretora também vê nas small caps espaço para valorização, embora reconheça que no atual ciclo de corte da Selic, as small caps ainda não deslancharam. “Com a continuação da queda dos juros, acreditamos que este grupo deve ter desempenho melhor em 2024”.
Entre as small caps, o destaque da Guide é para empresas de varejo, educação e concessões rodoviárias como SBF (SBFG3), Cruzeiro do Sul (CSED3) e, mais uma vez, a Ecorodovias (ECOR3).
O que pode render mais que o Ibovespa fora da bolsa?
Além disso, os especialistas apontam que há oportunidades na renda fixa para superar o Ibovespa.
Para Costa, da Toro, há oportunidades nos títulos prefixados, especialmente os que pagam taxas acima de dois dígitos ao ano.
“Nos fundos imobiliários também há oportunidades, ao passo que se espera uma melhora na rentabilidade dos fundos multimercados após ano ruim em 2023”, destaca o analista.
Para Bassotto, do Simpla, “fora da bolsa, a gente tem uma visão de que as criptomoedas podem ser ainda mais forte”.
Além da queda dos juros, o halving pode ajudar a impulsionar esses ativos de risco. Esse evento marca a restrição da oferta de bitcoin para reduzir a inflação sobre novas frações da criptomoeda. Segundo Bassotto, isso pode aproximar o bitcoin dos seus melhores momentos.
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