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Previ quer que Vale (VALE3) publique ata de reunião que expôs racha sobre quem deve comandar companhia
Empresas citadas na reportagem:
A Previ, um dos principais acionistas da Vale (VALE3), enviou ofício à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) solicitando que a empresa torne pública a ata da reunião extraordinária do conselho de administração de 15 de fevereiro, quando um empate na votação travou o processo de decisão sobre a liderança da companhia.
No documento, a entidade pede que a ata “seja tornada pública para todos os acionistas, de forma não sumarizada, em benefício da transparência do processo e de todos os acionistas da companhia”.
O pedido foi feito em resposta a uma série de publicações na mídia acerca de falhas na governança da Vale. Uma cópia do ofício foi encaminhada para a Vale, de acordo com nota divulgada na noite de ontem pela Previ.
A Previ, fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil, é o maior acionista individual da Vale, com 8,7% do capital, e tem dois representantes no conselho de administração da mineradora: o atual presidente da entidade, João Fukunaga, e seu antecessor, Daniel Stieler.
Na última reunião extraordinária do conselho, realizada no dia 15 de fevereiro, além dos dois indicados da Previ, outros quatro conselheiros votaram pela contratação do headhunter e elaboração da lista tríplice, conforme apurou o Broadcast. São eles: André Viana, representante dos trabalhadores; Fernando Buso Gomes, ligado ao Bradespar; os independentes Rachel Maia e Marcelo Gasparino.
No grupo, há ao menos um conselheiro que não vincula a contratação da firma de headhunter ao fim do contrato de Bartolomeo, pois avalia que o atual CEO da Vale poderia ser um dos apontados na lista tríplice, disputando o posto com os novos nomes.
Porém, outros seis conselheiros votaram pela recondução imediata. Foram dois independentes brasileiros – Paulo Hartung e José Luciano Penido -, três independentes estrangeiros – Douglas James Upton, Manuel Oliveira e Vera Marie Inkster – e Shunji Komai, indicado pelo conglomerado japonês Mitsui, que é o segundo maior acionista individual da Vale, com 6,3%.
Ligado à Cosan, o conselheiro Luiz Henrique Guimarães, cujo nome é mencionado frequentemente como um possível sucessor de Bartolomeo, se absteve de votar. Diante do racha, os conselheiros escolheram um representante de cada lado para discutir um acordo.
O empate na votação gerou um impasse na sucessão do comando da Vale, num momento em que a mineradora é alvo de duras críticas do presidente Lula, que desde o ano passado vem buscando, nos bastidores, interferir no processo de sucessão.
A “mão” do presidente da República, de acordo com fontes, se faria sentir pelos votos e posicionamento dos representantes da Previ, após os esforços de Brasília para colocar o ex-ministro Guido Mantega na vaga de CEO da Vale. A ata “não sumarizada”, de acordo com um interlocutor ouvido pelo Broadcast, mostraria que a Previ vem atuando em linha com os melhores interesses da Vale.
A publicação de atas das reuniões do conselho de administração é rotina nas companhias de capital aberto, como a Vale.
Porém, a última ata publicada no site da mineradora se refere à reunião ordinária de 22 de fevereiro, dia da divulgação de resultados da Vale, quando os conselheiros aprovaram o balanço e a demonstração de resultado do quarto trimestre e do ano e, também, o pagamento de dividendos de R$ 2,7 por ação, somando o valor total bruto de R$ 11,7 bilhões.
Mas ainda não foram divulgadas as atas das reuniões extraordinárias realizadas no dia 2 e 15 de fevereiro. Na nota, a Previ afirma que, “como investidora na Vale, ressalta que continuará a monitorar de forma diligente a situação na companhia”.
O fundo de pensão dos funcionários do BB também reiterou “o compromisso com as melhores práticas de governança corporativa e investimento responsável” na Vale e outras investidas, “com foco no cumprimento da missão, de garantir o pagamento de benefícios e prover soluções que proporcionem proteção aos associados e seus familiares, de forma integral, segura e sustentável”.
A Previ lembrou, na nota, que em janeiro de 2024 solicitou que a Vale se pronunciasse por meio de comunicado ao mercado, explicando como a companhia estava conduzindo o processo de sucessão.
Com informações do Estadão Conteúdo
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