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Pressões políticas na Vale (VALE3): hora de comprar ou vender as ações?
Empresas citadas na reportagem:
Alvo de críticas do presidente Lula e em meio às discussões se Eduardo Bartolomeo será trocado ou seguirá como CEO, a Vale (VALE3) enfrenta um movimento negativo na bolsa de valores.
Diante das pressões políticas e dos ruídos em relação aos rumos do comando da empresa, o BTG rebaixou de compra para neutra a sua recomendação para as ações da Vale (VALE3), com preço-alvo de R$ 77.
No relatório, o banco de investimentos faz um “mea culpa” para explicar a mudança de posição.
“Uma postura construtiva em relação à Vale foi positiva durante vários anos, desde 2017, mas tem sido muito dolorosa há mais de um ano. Há algumas semanas, admitimos que o cenário para tese da Vale havia se deteriorado acentuadamente ultimamente”, escrevem os analistas do BTG.
“Agora, com o ruído recorrente e o contínuo descolamento das ações vs fundamentos (ações que não respondem aos sólidos resultados do 4T23), não temos certeza do que faria esta tese funcionar”, acrescentam.
Assim, com tantas pendências iminentes e uma capacidade limitada de prever os resultados, os profissionais do BTG consideram que a confiança na tese de investimento diminuiu materialmente.
“Embora ainda consideremos as ações subvalorizadas, elas agora parecem mais uma armadilha de valor (value trap) do que uma oportunidade atraente. Preferimos adotar uma postura cautelosa e aguardar a resolução de pendências e incertezas políticas antes de restabelecer nosso viés historicamente positivo”, apontam.
VALE3 nas carteiras
Por outro lado, mesmo com as perdas em 2024 e em 12 meses, as ações da Vale figuram em várias carteiras de recomendações para março.
Pelo levantamento da Inteligência Financeira, os papéis da mineradora constam no Radar de Preferências do Itaú BBA, na Top 10 do Banco Safra, na Top Picks da Guide, na Strategy da Ativa e no portfólio do BB Investimentos (BB-BI).
Com preço-alvo de R$ 88, o Itaú BBA coloca a Vale como “ação preferida no setor de mineração e siderurgia”.
“Dadas as melhores perspectivas para mineração – com o preço do minério apoiado pela produção ainda resiliente de aço na China e perspectivas positivas de demanda de aço para esse ano no país”, escrevem os estrategistas do banco.
“Além disso, avaliamos que a companhia não tem grandes projetos de expansão para fazer, dessa forma toda a geração de caixa poderá ser retornada para o acionista em forma de dividendos e buybacks (recompra de ações). Para 2024, estimamos dividend yield (retorno do dividendo) de cerca 14%”, acrescentam.
Na mesma linha, com preço-alvo de R$ 86, o Safra sinaliza que segue com uma visão positiva para as ações da companhia.
“Acreditamos que a recuperação da economia chinesa pode dar suporte a preços mais altos do minério no curto prazo”, pontua o banco.
“A empresa deve continuar a gerar um fluxo de caixa sólido e manter níveis atrativos de remuneração aos acionistas. Adicionalmente, o prêmio de qualidade para o minério tende a se manter próximo do nível atual, devido à busca por maior eficiência e elevados padrões ambientais das siderúrgicas”, completa a instituição.
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