Petrobras (PETR4) tem prejuízo no 2º tri, mas anuncia R$ 13,7 bi em dividendos e JCP
Empresas citadas na reportagem:
A Petrobras (PETR4) anunciou na quinta-feira (8) que teve prejuízo líquido de R$ 2,6 bilhões no segundo trimestre, ante lucro de R$ 28,8 bilhões na mesma etapa de 2023.
Segundo a companhia, isso refletiu efeitos cambiais da adesão a um acordo tributário para por fim a disputas judiciais, o que resultará num desembolso de R$ 45 bilhões.
Esse acerto já havia sido previamente anunciado e, embora tenha um impacto inicial negativo, foi visto como positivo por analistas por eliminar incertezas no balanço.
Ademais, a petroleira também teve despesas extras devido a um acordo trabalhista envolvendo revisão
atuarial do Plano de Saúde.
Não fossem esses fatores, o resultado seria um lucro recorrente de R$ 15,7 bilhões, ainda assim uma queda de quase 50% no comparativo anual.
Dividendos e JCP
Apesar disso, a Petrobras anunciou o pagamento de R$ 13,6 bilhões a acionistas em dividendos e juros sobre capital próprio. A empresa pagará os proventos em duas parcelas (novembro e dezembro).
Segundo a empresa, o pagamento de dividendos e juros sobre capital próprio (JCP) será no valor total de R$ 13,57 bilhões, equivalentes a R$ 1,0532 por ação ordinária e preferencial em circulação.
Primeira parcela, no valor de R$ 0,5266 por ação ordinária e preferencial em circulação, será paga em 21 de novembro de 2024, sendo R$ 0,1138 sob a forma de dividendos e R$ 0,4127 sob a forma de juros sobre capital próprio.
Segunda parcela, no valor de R$ 0,5266 por ação ordinária e preferencial em circulação, será paga em 20 de dezembro de 2024 sob a forma de dividendos.
Data de corte
Segundo a empresa, a data de corte será o dia 21 de agosto para os detentores de ações de emissão da Petrobras negociadas na B3.
Já para os detentores de ADRs, negociados na bolsa de Nova York, NYSE, a data de corte será o dia 23 de agosto de 2024.
As ações da Petrobras serão negociadas ex-direitos na B3 a partir de 22 de agosto de 2024.
Resultado operacional
Confira alguns dos principais dados operacionais da companhia.
| Petrobras | 2º tri/24 | 2º tri/23 | Variação % |
| Receita total | R$ 122,26 bi | R$ 113,84 bilhões | +7,4% |
| Ebitda ajustado* | R$ 49,74 | R$ 56,69 bilhões | -12,3% |
| Resultado líquido | (R$ 2,6 bilhões) | R$ 28,78 bilhões | — |
| Lucro recorrente | R$ 15,7 bilhões | R$ 29,4 bilhões | -46,5% |
| Dívida líquida | US$ 46,16 bilhões | US$ 42,18 bilhões | +9,14% |
| Alavancagem financeira** | 0,95 | 0,74 | +28,4% |
*Lucro antes de impostos, juros, depreciação e amortização, na sigla em inglês, desconsiderando itens considerados extraordinários. Dado é uma forma de medir o resultado operacional.
** Dívida líquida/Ebitda
Petrobras reduz plano de investimentos para 2024
Paradas para manutenção em algumas unidades, como em Manati, geraram perdas de R$ 6,9 bilhões.
O aumento das perdas de produção por paradas no trimestre foi compensado pelo efeito da desvalorização de 5% do real frente ao dólar (5%).
De acordo com o relatório de resultados, os investimentos totalizaram US$ 3,4 bilhões de abril a junho, 11,5% a mais do que no primeiro trimestre, devido principalmente aos grandes projetos do pré-sal.
A projeção de investimento para 2024 diminuiu para uma faixa de US$ 13,5 bilhões a US$ 14,5 bilhões.
Inicialmente, o plano de investimentos de 2024-28 previa investimentos de US$ 18,5 bilhões neste ano.
Estreia da nova CEO da Petrobras
Esta será a primeira divulgação trimestral de Magda Chambriard, que tomou posse como presidente da companhia em junho, substituindo Jean Paul Prates, demitido.
Magda e outros executivos da companhia controlada pelo governo federal discutem os resultados trimestrais e perspectivas com analistas em teleconferência na sexta-feira às 11h (horário de Brasília).
PETR4 acumula valorização de 8,9% em 2024 até 8 de agosto, quase em linha com o Ibovespa, que subiu 8% no período. Na quinta-feira (8), a ação registrou alta de 1,59% e fechou cotada a R$ 36,85.
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