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Petrobras (PETR4) não quer estocar dinheiro e vai atrás de mais petróleo, diz CEO da estatal
Empresas citadas na reportagem:
“A Petrobras (PETR4) não está interessada em empilhar dinheiro”, disse nesta sexta-feira (22) a presidente-executiva da companhia, Magda Chambriard.
Segundo ela, o pagamento de dividendos extraordinários veio após a companhia ter certeza de que o financiamento de seu plano de negócios está garantindo.
“Não tem porque a Petrobras estocar dinheiro”, acrescentou Chambriard em teleconferência com analistas.
A declaração vem após, na noite de quinta-feira (21), a empresa anunciar um plano de investimentos de US$ 111 bilhões para o período 2025-29.
Juntamente com o plano de investimentos, a estatal também divulgou o pagamento de R$ 20 bilhões em dividendos extraordinários.
Petróleo é preço a pagar pela transição energética
Do plano total, US$ 77,3 bilhões vão para projetos de exploração e produção. A empresa prevê pico produtivo em suas atuais reservas em 2030.
Mais cedo nesta sexta-feira, a executiva frisara a jornalistas que petróleo e gás natural continuarão a ser o foco da Petrobras nos próximos cinco anos.
Dessa forma, Margem Equatorial, Bacia de Pelotas e África são algumas das próximas regiões onde a companhia planeja abrir novas frentes de exploração.
“O petróleo ainda vai ser muito relevante até 2050, pelo menos”, frisou ela.
O discurso mostra uma virada na narrativa da companhia, que desde o ano passado vinha sinalizando maiores investimentos em energias renováveis.
Segundo Chambriard, o país não pode abrir mão da exploração do combustível fóssil, o que permite maior desenvolvimento econômico e social.
“Nosso negócio é produzir petróleo e nós vamos fazer dinheiro com esse petróleo”, afirmou.
Para a executiva, a transição energética é possível. Porém, o mundo não pode prescindir de energias fósseis, o que deve ser uma realidade até 2050, pelo menos.
“Essa vai ser a conta a pagar para a transição energética”.
PETR4 dispara; analistas reforçam recomendação de compra
Assim, na B3, PETR4 tinha valorização de 3,9%, a R$ 39,40 por volta das 15h50 (horário de Brasília). Em 2024, o papel tem alta aproximada de 20%.
O Bank of America afirmou que os anúncios ajudaram a acalmar preocupações de investidores sobre governança na empresa e sobre preços de combustível e dividendos.
“Além disso, continuamos a esperar fortes retornos de caixa no futuro próximo”, afirmaram os analistas Caio Ribeiro e Leonardo Marcondes.
Enquanto isso, o Itaú BBA considerou que o plano anunciado reforça a visão da empresa de procurar um
equilíbrio entre investimentos e remuneração aos acionistas.
“Isso elimina o risco de cenários negativos (por exemplo, nenhum dividendo extraordinário ou fluxos de caixa livres mais baixos”, concordou a XP.
Para o Goldman Sachs, o conjunto de notícias é positivo, mas já amplamente esperado pelo mercado.
Segundo os analistas do Goldman, os maiores candidatos a guiarem as cotações da ação da companhia daqui em diante são outros.
De um lado, o mercado poderia comece a precificar as probabilidades de uma privatização, dadas as eleições presidenciais em 2026.
De outro, estão preocupações com excesso de oferta de petróleo no próximo ano, o que traz riscos de queda para os preços do produto.
Goldman Sachs, Itaú BBA, Bank of America e XP mantiveram recomendação de compra para as ações da Petrobras (PETR4).
Segundo o Wall Street Journal Markets, de 16 analistas que acompanham as ações da Petrobras, 12 têm recomendação de compra.
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