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Petrobras (PETR4) ainda não decidiu sobre dividendo extraordinário
Empresas citadas na reportagem:
A Petrobras (PETR4) informou nesta quinta-feira (4) que ainda não tomou uma decisão sobre eventual pagamento de dividendos extraordinários.
“Não há decisão quanto à distribuição de tais valores”, afirmou a companhia após encerramento dos negócios na B3.
Assim, no documento a companhia lembrou que o conselho de administração propôs que o valor de R$ 43,9 bilhões referente ao lucro de 2023 seja integralmente destinado para a reserva de remuneração do capital.
A competência para aprovar a destinação do resultado, incluindo o pagamento de dividendos, é da assembleia geral de acionistas, marcada para dia 25 deste mês.
Em meio a outros fluxos de notícia sobre a empresa nesta quinta, os papéis deixaram a alta e fecharam em baixa de 0,46% (ON) e 1,41% (PN).
Contexto político
O pronunciamento oficial da empresa sobre o processo de decisão sobre a distribuição de dividendos acontece em um momento em que a pressão política sobre o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, se intensifica.
Desde o início do governo, houve desgastes relacionados às indicações de conselheiros, à política de preço adotada até então pela empresa e à venda de ativos. O presidente da estatal acumula atritos que se intensificaram nas últimas semanas, com a proposta do pagamento de dividendos extras da Petrobras.
Conforme mostrou apuração do Broadcast Político (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) nesta quarta-feira, houve um acordo entre Rui Costa, Alexandre Silveira e Fernando Haddad (Fazenda) para o pagamento dos dividendos extraordinários. A proposta deve ser levada a Lula via o chefe da Casa Civil e não há indicação de que Prates tenha participado da solução.
A petroleira planejava liberar, no primeiro semestre deste ano, R$ 43,9 bilhões em dividendos extraordinários. O Planalto, porém, barrou o movimento por meio de seus indicados no conselho da empresa. Agora, o valor deverá ser distribuído. A estimativa de técnicos do Executivo é que algo entre R$ 12 bilhões e R$ 13 bilhões do total de dividendos iriam para o governo.
Desgaste é antigo e está se intensificando
O desgaste de Prates entre integrantes do governo federal é antigo. Uma das principais críticas em relação ao presidente da estatal é que ele toma decisões sem consultar o setor, Silveira, e Rui Costa, responsável pela articulação e coordenação das atividades do Executivo federal.
Também há uma percepção de que o ex-senador não está conseguindo ter um papel de liderança à frente da empresa. A falta de relação com os integrantes do governo já tornou público o desalinhamento entre o comando da estatal e as pastas da gestão.
No momento, o Palácio do Planalto avalia como instável a situação de Prates, diante da escalada nas especulações sobre sua substituição no cargo. Segundo fontes afirmaram ao Broadcast Político, a destituição de Prates era avaliada apenas para depois das eleições municipais, mas a situação já é considerada incerta.
Rumores de substituição
Com a proximidade das eleições municipais, Lula planejava esperar o resultado do pleito para fazer uma análise de sua equipe do governo e pensar em possíveis mudanças. Neste desenho, uma reforma ministerial, de olho no resultado do pleito e na governabilidade do chefe do Executivo no Parlamento, é vista como certa.
O presidente da Petrobras, inicialmente, passaria por uma reavaliação neste período para decidir sua permanência ou não no comando da estatal. Diante dos novos desdobramentos, a permanência de Prates é vista como incerta. Um dos nomes cotados, inclusive, é do presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Aloizio Mercadante, apurou o Broadcast Político. Fontes, contudo, ressaltam que a decisão cabe a Lula.
O chefe do Executivo está em viagem a Pernambuco nesta quinta-feira (4) e na sexta-feira (5), terá agendas no Ceará. Diante disso, integrantes do governo aguardam o retorno do presidente à capital federal para uma decisão. Contudo, fontes ressaltam que uma possível substituição de Prates não será feita sem o chefe do Executivo estudar bem os impactos de uma mudança no comando da estatal.
Com informações do Estadão Conteúdo
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