- Home
- Mercado financeiro
- Ações
- Como o mercado avalia o balanço do terceiro trimestre da Petrobras?
Como o mercado avalia o balanço do terceiro trimestre da Petrobras?
Os resultados financeiros da Petrobras (PETR3, PETR4) vieram em linha com o esperado no terceiro trimestre, com o Ebitda ajustado de US$ 17,6 bilhões pressionado pelos preços mais baixos do petróleo e volume de vendas estável no mercado doméstico, diz o Citi.
Os analistas Gabriel Barra, Joaquim Alves Atie e Andrés Cardona escrevem que as atenções se voltam como será o futuro da Petrobras no governo Lula, se vão acontecer mudanças em sua política de preços, alocação de capital e dividendos.
“Acreditamos que o mercado vai acompanhar de perto essa fase de transição na diretoria e conselho da Petrobras e as potenciais mudanças em sua estratégia corporativa”, aponta o banco.
O pagamento de R$ 43,7 bilhões em dividendos anunciados na quinta-feira, US$ 8,5 bilhões, vieram um pouco acima da estimava do Citi sobre o período, entre US$ 6 bilhões e US$ 8 bilhões. O rendimento sobre as ações é de 10,5%.
O Citi tem recomendação de compra para Petrobras, com preço-alvo em US$ 19 para os recibos de ação (ADRs) negociados na Bolsa de Nova York (Nyse), potencial de alta de 45,5% sobre o fechamento de ontem.
Perspectivas positivas
Os números financeiros da Petrobras foram positivos no terceiro trimestre, diz o BB Investimentos, com o segmento de exploração e produção como um destaques. Mesmo com queda de 11% nos preços, o banco destaca que a unidade teve um Ebitda positivo de R$ 73 bilhões.
O analista Daniel Cobucci escreve que esse bom resultado, assim como o desempenho financeiro em gás e energia, compensaram a performance mais fraca em refino, cujo efeito de variação em estoques promoveu uma redução de 38% no Ebitda. A melhora no resultado financeiro deixou o lucro da Petrobras em R$ 48 bilhões.
“Como já comentamos em nossa última revisão de preço, seguimos otimistas com o papel, entendendo que as condições operacionais e financeiras sugerem uma relação risco-retorno favorável”, comenta.
O banco afirma que os riscos envolvendo política da empresa existem, mas o cenário ainda pode se manter positivo para a Petrobras, com uma maior diversificação de investimentos pode ser bom mesmo se houver redução de curto prazo nos dividendos.
O BB Investimentos tem recomendação de compra para Petrobras, com preço-alvo em R$ 43 para as ações ordinárias e preferenciais, potencial de alta de 28,9% e 44%, respectivamente, sobre os fechamentos de ontem.
Impacto das notícias
Os números da Petrobras no terceiro trimestre foram robustos e em linha com o esperado, apresentando forte Ebitda, geração de caixa livre e pagamento de dividendos sobre uma posição financeira sólida, diz a XP.
Os analistas André Vidal e Helena Kelm escrevem que a companhia se mantém como uma das petrolíferas mais baratas do mundo, com múltiplo de 2,2 vezes o preço da ações sobre o Ebitda de 2023, descontada por causa das incertezas sobre o futuro de suas políticas.
“Nosso cenário base ainda é que os preços dos combustíveis sigam a precificação por paridade de importação e sem grandes desembolsos para novos projetos a serem implantados nos próximos anos”, comentam.
A gestora acredita que os papéis devem continuar ser negociados no curto prazo de acordo com o fluxo de notícias relacionadas a indicações de como o próximo governo se comportará em suas políticas econômicas, mas que os pior cenário já foi precificado.
A XP tem recomendação de compra para Petrobras, com preço-alvo em R$ 35,50 para as ações preferenciais, potencial de alta de 18,5% sobre o fechamento de ontem.
Riscos permanecem
A Petrobras apresentou resultados financeiros de qualidade e em linha com o esperado no terceiro trimestre, diz o Credit Suisse. O banco destaca o lucro líquido de US$ 8,8 bilhões, superando em 27% as estimativas, com perdas menores que o esperado com variação cambial.
Os analistas Regis Cardoso e Marcelo Gumiero escrevem que os dividendos de R$ 43,7 bilhões anunciados pela empresa foram dentro do esperado, representando rendimento de 11% sobre as ações preferenciais e 10% sobre as ordinárias, continuando os bons retornos aos acionistas, sendo a União a mais beneficiada.
Apesar dos bons resultados financeiros e vendo os papéis descontados sobre o rendimento dos dividendos, o banco mantém uma posição de cautela com a Petrobras até ter uma clareza maior sobre o tamanho dos riscos envolvendo suas políticas de preços e investimentos.
“Um maior investimento vai reduzir diretamente a geração de caixa livre e reduzir dividendos$ ”, comentam. “Sob uma nova diretoria, a Petrobras pode escolher investir em refinarias ou novos negócio com retornos potenciais significativamente mais baixos.”
O Credit Suisse tem recomendação neutra para Petrobras, com preço-alvo em US$ 16 para os recibos de ação (ADRs) negociados na Bolsa de Nova York (Nyse), potencial de alta de 22,6% sobre o fechamento de ontem.
Incertezas políticas
O Goldman Sachs cortou a recomendação de Petrobras de compra para neutro e o preços-alvos de R$ 38,75 para R$ 34,60 nas ações ordinárias e R$ 35,50 para R$ 31,40 nas ações preferenciais, potenciais de alta de 3,4% e 4,84% sobre os fechamentos de ontem, respectivamente.
Os analistas Bruno Amorim, João Frizo e Guilherme Costa Martins escrevem que as incertezas envolvendo as políticas que serão adotadas pela companhia tiram o foco de mais uma publicação de resultados positivos e pagamentos de dividendos do terceiro trimestre.
“Acreditamos que investidores vão focar nas política a serem adotadas no novo governo que podem mudar o foco de redução do tamanho (via venda de ativo) e retorno aos acionistas (com dividendos) para novas avenidas de crescimento e eventuais subsídios para combustíveis”, apontam.
O banco destaca que as perspectivas do petróleo continuam favoráveis para as operações de produção e extração da Petrobras, com os papéis da petrolífera descontados, mas que a perspectiva de redução nos dividendos reduz a atratividade na tese de investimentos.
Os resultados de terceiro trimestre da Petrobras vieram em linha com o esperado pelo banco, com o Ebitda ajustado de US$ 17,6 bilhões superando um pouco as projeções do mercado. O pagamento de dividendos de US$ 8,5 bilhões representam um rendimento de 11% e a empresa pode pagar um adicional de US$ 7 bilhões no começo do ano que vem.
Leia a seguir