Porto seguro nas crises? Ouro tem valorização de quase 10% no 1º trimestre

Alta foi impulsionada pela quebra dos bancos nos EUA e o colapso do Credit Suisse

Os contratos futuros do ouro encerraram a sessão desta sexta-feira (31) em queda, refletindo o maior apetite ao risco nos mercados após os dados de inflação dos Estados Unidos, divulgados mais cedo, terem mostrado desaceleração. Entretanto, no acumulado mensal e trimestral, o metal registrou ganhos, na esteira da busca por ativos de segurança durante a eclosão da crise bancária.

Na Comex, divisão para metais da New York Mercantile Exchange (Nymex), o ouro com entrega prevista para junho fechou em queda de 0,57%, a US$ 1.986,20 por onça-troy. Na semana, acumulou queda de 0,73%. Já na base mensal, teve alta de 8,1% e, no trimestre, ganho de 8,8%.

Durante o mês de março, os preços do ouro foram impulsionados pelas preocupações com o setor bancário, mas as consequências do colapso do Silicon Valley Bank (SVB) e da crise de liquidez do Credit Suisse, que culminou na sua venda para o UBS, “foram amplamente contidas, tornando as ações mais atraentes para os investidores depois que eles correram para a segurança do ouro no início do mês”, disse Sanjeeban Sarkar, editor de commodities da The Economist Intelligence Unit..

Agora, as expectativas mudaram na margem. “Esperamos que as pressões diminuam no curto prazo, mas também prevemos que haverá um piso alto nos preços, já que persistem as preocupações com a economia em geral”, completou Sakar.

Nesta sexta, foi divulgado que o índice de preços de gastos com consumo (PCE) dos Estados Unidos, medida inflacionária preferida do Federal Reserve (Fed), avançou 0,3% em fevereiro ante janeiro e 5,0% em base anual, desacelerando ante os ganhos de 0,6% e 5,3%, respectivamente, de janeiro. O núcleo do PCE registrou alta de 0,3% em fevereiro na comparação com janeiro, e teve avanço de 4,6% no período de 12 meses até o fim do mês passado.