Momento é de comprar ações? Veja estratégias de JP Morgan e Morgan Stanley

Bancos americanos divergem nas recomendações aos investidores

Segundo os analistas do banco americano J.P. Morgan Chase, os riscos ao mercado financeiro já estão precificados e este é um momento oportuno para se comprar ações. O concorrente Morgan Stanley, por outro lado, segue cauteloso.

De acordo com relatório da equipe de estrategistas do JP Morgan liderados por Mislav Matejka, os bancos centrais dos Estados Unidos e da União Europeia não devem fazer movimentos mais agressivos em suas políticas monetárias “em relação ao que está precificado atualmente”. Eles também veem a inflação próxima de seu pico máximo.

Com relação às grandes companhias, a equipe prevê lucros acima do previsto. “Acreditamos que as ações ainda têm espaço para valorização e que o ciclo está longe do fim”, dizem no relatório.

Com o ciclo de alta de juros no mundo todo, as Bolsas de Valores nos EUA e na Europa ainda não engataram em 2022.

“Achamos um erro se posicionar para uma recessão, considerando que as condições de financiamento ainda são extremamente favoráveis”, afirma os analistas.

De acordo com o JP Morgan, os mercados de trabalho estão robustos, os fluxos de caixa das empresas estão fortes e a economia da China provavelmente já superou o seu pior momento.

Já Michael Wilson, estrategista-chefe de renda variável do banco americano Morgan Stanley, vê o oposto. Nesta segunda-feira (7) ele disse que “o inverno está aqui” em referência ao mercado de ações dos EUA.

“O risco para os lucros está aumentando para uma faixa maior do mercado do que a maioria dos investidores espera, com o aumento dos estoques prestes a se deparar com um recuo da demanda”, escreveu a equipe de Wilson em relatório.

Segundo os analistas, os resultados piores do que o esperado de empresas que surpreenderam nos trimestres anteriores da pandemia, como Netflix, Paypal e Meta (dona do Facebook), são exemplos da “reversão do consumo exagerado do ano passado”.

Eles recomendam uma carteira defensiva que se prepare para mais quedas do mercado acionário. O JP Morgan, aconselha o oposto: ações de setores como imóveis, saúde e bens de consumo.