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Minerva (BEEF3): Itaú BBA reduz preço-alvo, mas mantém recomendação
Empresas citadas na reportagem:
O Itaú BBA revisou nesta quarta-feira (4) as estimativas de preço-alvo para as ações da Minerva (BEEF3). O banco agora adota uma postura mais “conservadora” em relação à aquisição de ativos da Marfrig (MRFG3) realizada em agosto por R$ 7,5 bilhões. De acordo com analistas do Itaú BBA, as ações ON devem chegar a um patamar de R$ 11 em 2024. A estimativa anterior era de R$ 17. O banco manteve a recomendação acima da média de mercado para os papéis.
Para o time de especialistas liderado pelo analista Gustavo Troyano, a nova postura em relação às ações da Minerva precifica o risco de compensar o valor da aquisição. O banco espera que “o ritmo de produção e a geração de receita das novas plantas” adquiridas “fiquem mais claros”.
Por que Itaú BBA rebaixou o preço-alvo de Minerva (BEEF3)?
Para o banco, o risco do chamado break even, ou o montante necessário para quitar a transação, do negócio com a Marfrig também aumentou. Neste cenário, o Itaú BBA aponta que a ação da Minerva atualmente é negociada em múltiplo de EV/Ebitda inferior a níveis pré-acordo, mas com aumento de risco.
Em agosto, a Minerva adquiriu 16 plantas de abate e comercialização de carne bovina e ovina da Marfrig. A companhia desembolsou R$ 7,5 bilhões, sendo R$ 1,5 bi à vista e mais R$ 6 bi em uma operação com o banco JPMorgan.
Após mais de um mês desde a aquisição, o Itaú BBA nota que a Minerva “agora enfrenta desafios de aumentar sua capacidade de utilização para maximizar a extração de valor dos novos ativos”.
“Com esse movimento, vemos a Minerva dobrando a aposta em sua habilidade de executar uma integração e uma visão otimista sobre o ciclo do gado, aumentando o risco na tese de investimentos” da Minerva, diz o time de analistas do banco. Desde a aquisição, as ações ON do frigorífico (BEEF3) caíram 25% (até 3 de outubro).
Aperto no fluxo de caixa livre da Minerva
Na visão dos analistas, o acordo deve pressionar o fluxo de caixa livre da Minerva (BEEF3) para além das expectativas da diretoria da empresa. A capacidade de distribuir o caixa em dividendos no curto prazo também deve ficar apertada, diz o banco.
“Nossas novas estimativas prorrogam a desalavancagem financeira da Minerva e, portanto, a capacidade de remunerar investidores”, dizem os analistas do Itaú BBA. “Isso porque o fluxo de caixa livre vai demorar mais tempo para amadurecer à medida em que as plantas aumentam a capacidade de produção.”
“Dito isso, esperamos que alguns investidores inicialmente evitem a ação devido à mudança de desalavancagem de curto prazo para uma aquisição transformacional. A Minerva já provou que possui habilidade de integração em M&As, mas não há consenso de que ela deve incorporar todos os benefícios dos ativos em um primeiro momento”, conclui o banco.
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