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Chegada da Temu não ameaça operações do Mercado Livre no Brasil, indica Itaú BBA
O Itaú BBA reiterou a recomendação de compra para as ações do Mercado Livre (MELI), com preço-alvo de US$ 2.151 ao fim deste ano. Ou seja, com potencial de alta de 25% em relação ao preço atual do papel negociado na Nasdaq, nos Estados Unidos.
Em relatório divulgado nesta quinta-feira (11), o banco de investimentos avalia os efeitos da chegada da plataforma de e-commerce chinesa Temu no Brasil. Bem como os impactos macroeconômicos contrários na Argentina
“Avaliamos que os fundamentos de longo prazo da companhia permanecem sólidos e inalterados. Sustentados por ganhos robustos de rentabilidade provenientes da monetização da plataforma”, afirma o time liderado por Thiago Macruz.
Pontos positivos de Meli
Conforme o relatório do Itaú BBA, o Mercado Livre apresentou desempenho excepcional em 2023. Com destaque para a aceleração nos ganhos de participação de mercado (após o evento de Americanas) e ganhos de rentabilidade, apesar do investimento contínuo na plataforma ao longo do ano.
Além disso, a companhia também superou as empresas globais de tecnologia em termos de expansão de margem no ano passado.
“De maneira geral, os investidores estão confiantes na capacidade do Mercado Livre de monetizar sua plataforma daqui para frente, assim como nós. Mas os locais parecem ter começado recentemente a reduzir sua exposição à ação devido a preocupações com um momento de lucro mais desafiador nos próximos trimestres”, escreve a equipe de Macruz.
Nesse sentido, o Itaú BBA acredita que o Mercado Livre está bem-posicionado para continuar superando o mercado em termos de crescimento. Assim como espera ganhos de participação no Brasil em 2024.
“Mas reconhecemos que a base de comparação desafiadora para vendas e rentabilidade (amplificadas pelo objetivo declarado da empresa de acelerar seus investimentos em logística e marketing) sugerem um momento de ganhos menos favorável neste ano ante 2023″, dizem os analistas.
“Portanto, antecipamos uma desaceleração sequencial no crescimento do GMV (volume bruto de mercadorias) no Brasil no segundo trimestre deste ano. E um aumento dos investimentos para financiar o crescimento à frente, o que se reflete em maiores despesas como percentual da receita nos próximos trimestres”, acrescentam os especialistas.
Temu no Brasil: como mexe com Mercado Livre
No campo dos pontos de atenção, que podem impactar as ações do Meli, o Itaú cita a chegada ao Brasil da gigante chinesa de comércio eletrônico Temu. A situação macroeconômica da Argentina, país de origem da empresa, também é mencionada no relatório do Itaú BBA.
Sobre o segundo fator, diante do quadro desafiador, o banco de investimentos espera daqui para frente uma maior desalavancagem operacional na unidade de negócios argentina.
“No entanto, o estreitamento da diferença entre a moeda oficial e a paralela provavelmente terá um impacto positivo nos resultados financeiros da empresa. Ou seja, menores perdas cambiais. Limitando qualquer impacto negativo potencial no lucro líquido”, anota o time de Macruz.
Enquanto isso, os especialistas indicam que as notícias sobre o lançamento da plataforma de e-commerce chinesa Temu no Brasil também podem gerar volatilidade para as ações do Mercado Livre.
“Mas acreditamos que é improvável que afete as operações da empresa”, consideram.
Potencial de alta
No trecho final do relatório, a equipe do Itaú BBA se mostra otimista com o lançamento do Mercado Ads. Que é a plataforma de desenvolvimento e comercialização de soluções de publicidade da companhia.
“Negócio que ainda tem baixa penetração de 1,9% do GMV no primeiro trimestre deste ano (versus 7,6% no caso da Amazon, de acordo com nossas estimativas). Diante da alta rentabilidade do negócio, o cenário otimista em nossa análise de sensibilidade sugere uma chance de alta de cerca de 7% para a previsão de lucro de US$ 2,4 bilhões para o fim de 2025”, completam os analistas.
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