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Marcopolo (POMO4) vai crescer pagando metade do lucro em dividendos, afirma CEO
A Marcopolo (POMO4) acredita que entrou em um novo ciclo histórico de crescimento, mas continuará pagando metade do lucro em dividendos aos acionistas.
Foi o que sinalizou André Armaganijan, presidente-executivo da companhia, uma das maiores fabricantes de carrocerias de ônibus do mundo.
Confira entrevista exclusiva em vídeo:
“Estamos trabalhando com target de 50%”, disse ele a Inteligência Financeira, em referência a quanto do lucro deve ser distribuído em 2024 e nos próximos anos.
Após anos de queda na produção diante do impacto de crises, a fabricante gaúcha se vê às vésperas de uma guinada nas encomendas.
Os três eixos de crescimento são o programa federal Caminhos da Escola, a renovação da frota que foi adiada pela pandemia e as oportunidades criadas com os ônibus elétricos.
Com essa combinação, disse, a Marcopolo (POMO4) pode voltar aos níveis do começo da década passada, quando chegou a produzir mais de 27 mil unidades por ano.
Em 2023, a produção consolidada da Marcopolo (POMO4) totalizou 13 mil unidades, caindo 11,5%, em parte por causa no atraso no Caminhos da Escola.
Ainda assim, a companhia entregou receita líquida de R$ 6,68 bilhões, a maior da história e 23% maior do que em 2022.
Da mesma forma, o lucro líquido de R$ 811 milhões subiu 11% ano a ano e foi recorde.
Ajustes na Marcopolo (POMO4)
Essa combinação, disse Armaganijan, resultou de medidas duras tomadas pela companhia para reagir a anos de perda de participação de mercado e vendas cadentes.
As decisões envolveram fechar três das seis fábricas da companhia no Brasil e vender participações de negócios na Índia, Egito, Rússia e Portugal.
Em contrapartida, a Marcopolo (POMO4) passou a concentrar a produção doméstica em produtos de maior valor, ao mesmo tempo em que ampliou sua posição em outros mercados estratégicos.
Dessa forma, a fabricante elevou sua fatia na unidade australiana – de 75% para 100% e na Argentina de 50% para 70%. A Marcopolo também manteve negócios no México, China, Colômbia e África do Sul.
Assim, a Marcopolo conseguiu se concentrar numa estrutura mais eficiente e rentável, ao mesmo tempo em que reduziu o endividamento líquido de forma expressiva.
Pra cima
Então, além do Caminhos da Escola, a companhia se vê pronta para atender uma demanda de renovação de frota, antes esperada para 2020, mas adiada devido à Covid-19.
Dessa forma, a Marcopolo calcula que na última década a idade média da frota brasileira de ônibus no Brasil passou de 8 para 11 anos.
Simultaneamente a fabricante se aprofundou em projetos de eletrificação da frota e já tem cerca de mil unidades do tipo circulando nas ruas. A maioria no exterior.
Para Armaganijan, o Mover, programa recentemente anunciado pelo governo para incentivar a descarbonização de frota de veículos, deve ajudar a companhia a ganhar participação de mercado, perdida em parte com o avanço de indústrias chinesas, inclusive na América Latina, como no Chile.
“Com o incentivo do governo, podemos retomar nossa relevância internacional”, disse.
Perspectivas
De olho nessas perspectivas, 12 de 13 casas de análise de investimentos que avaliam Marcopolo têm recomendação de compra para a ação.
Isso, mesmo depois de o papel acumular a alta de cerca de 170% nos últimos 12 meses, segundo dados do Estadão Broadcast.
“Vemos um crescimento saudável de lucros nos próximos anos”, escreveu recentemente a equipe do Santander sobre a empresa, que tem a empresa como uma de suas preferidas do setor de transportes na América Latina.
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