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Frederico Trajano, do Magalu (MGLU3): Não estou disposto a baixar margem para crescer mais
Empresas citadas na reportagem:
O presidente do Magazine Luiza (MGLU3), Frederico Trajano, disse hoje, em teleconferência com analistas que não fechou o orçamento de 2025 ainda.
Mas ele defende, dentro da empresa, a posição de manter ganho de margem e não retomar aumento de “GMV”, que são as vendas transacionadas pela plataforma.
Isso por conta do cenário de juros altos e elevação de carga tributária no Brasil.
Trajano citou diversas vezes na conferência a medida de monetizar mais o GMV em vez de buscar acelerá-lo.
Isso porque defende a percepção de que a empresa já tem vendas transacionadas altas, de R$ 50 bilhões anuais, e que é preciso tirar mais dinheiro disso.
Por que o GMV importa?
O GMV envolve todas as transações de venda de lojistas parceiros e da empresa pelo site e aplicativo.
Companhias digitais vendem serviços para monetizar esse GMV no mundo, e o Magalu segue essa estratégia há alguns anos.
“Não estou disposto a baixar margem para crescer mais”, disse ele, ao lembrar que o orçamento de 2025 ainda vai ser levado ao conselho de administração.
“Tenho absoluta convicção de que o certo é gerar lucro operacional e não acelerar vendas brutas transacionadas [GMV]”, afirmou em outro momento.
A receita líquida da empresa cresceu 4,9% no terceiro trimestre — a venda on-line subiu 1,3% —, mas as margens voltaram a crescer mais rapidamente neste ano.
“Não vou mais ser surpreendido por juros a mais e impostos, e vamos continuar focando em monetizar o GMV”, disse Trajano.
“Estamos chegando em GMV de R$ 50 bilhões anual e somos o segundo em GMV online no Brasil. Não temos escala baixa”.
“Não preciso mais ampliar ela, mas preciso ainda monetizar porque nesse nível de escala dá para ganhar mais dinheiro”, disse ele.
Ciclo estratégico do Magalu
Isso está dentro do ciclo estratégico de cinco anos do Magalu que termina em 2025.
Esse ciclo está focado na ampliação e consolidação do ecossistema de serviços do grupo, e em sua geração de valor.
Segundo ele, o cenário de hoje, com taxa de juros ainda em dois dígitos, não indica menos impostos e juros menores, no entanto.
Por isso ele entende que está é a decisão correta no longo prazo, “e não é só tática”, diz.
“Chegar nesse fim de ciclo estratégico em 2025 à prova de Selic mostra que estamos no caminho certo, reforçando que não fechei ainda o orçamento de 2025”.
Busca por maior margem de lucro
Trajano defende a tese de que a empresa deve continuar evoluindo margens para ter maior conversão em lucro antes dos juros e impostos.
“No momento econômico atual, a decisão mais correta e estratégica é colocar todos para gerar margens para a casa”.
Sobre a operação atual, Trajano disse que a empresa buscará aumento da penetração do crédito direto ao consumidor (CDC) e dos seguros e isso irá elevar margem.
Essas ferramentas estão dentro da área de serviços financeiros, e alem disso, ele ainda mencionou a maior monetização da logística, pelo serviço de entrega do “fullfilment” e da publicidade digital (“ads”)
“Se conseguirmos 2 a 3 pontos percentuais de GMV em publicidade digital é estratégia razoalmente bem-sucedida”
“Isso não é guidance, é algo que vejo com base no que se vê lá fora”. Nos EUA, analogamente, esse peso chega a cinco pontos.
Nesse contexto, a direção deu destaque em sua apresentação ao serviço de “ads” e de nuvens, e Trajano comparou sua atuação a de outras empresas.
“Ferrari são os serviços de nuvens ‘gringas’, mas podemos ser um Toyota com o Magalu Clouds”.
Com informações do Valor Econômico
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