Negócios de cerveja no Brasil puxam lucro da Ambev (ABEV3) no 1º trimestre de 2024

XP avalia que a fabricante de bebidas teve resultados ligeiramente acima do esperado no período

A Ambev (ABEV3) teve resultados de primeiro trimestre ligeiramente acima do esperado, com os resultados dos negócios de cerveja no Brasil e bebidas não-alcoólicas compensando fraqueza nas operações internacionais, diz a XP.

Os analistas Leonardo Alencar e Pedro Fonseca escrevem que o lucro líquido de R$ 3,81 bilhões superou em 7% as estimativas.

Enquanto as receitas de R$ 20,3 bilhões ficaram 4% abaixo do esperado e os volumes em linha.

“A expansão da margem Ebitda não foi suficiente para compensar a fraqueza da Argentina e os impostos mais altos no Brasil, com isso o lucro por ação recuou 3% no ano”, comenta a corretora.

A falta de visibilidade sobre os impostos, além da continuidade na fraqueza nas operações, deve favorecer uma abordagem mais conservadora pelos investidores.

Mesmo com a recuperação contínua das margens e o clima quente.

A XP tem recomendação de compra para Ambev, com preço-alvo em R$ 16,20, potencial de alta de 28,6% sobre o fechamento de terça-feira.

ABEV3 no 1T2024

Os volumes da Ambev (ABEV3) no primeiro trimestre deste ano ficaram praticamente estáveis em 44,98 milhões de hectolitros, leve alta de 0,1% em relação ao mesmo período de 2023.

De acordo com a companhia, o resultado foi afetado negativamente pela queda de 12,7% nos volumes da região América Latina Sul (LAS) e de 7,7% no Canadá.

O patamar reflete um cenário ainda de “indústrias em declínio”, segundo a Ambev.

Já os volumes na América Central e Caribe (CAC) seguiram a trajetória de recuperação dos últimos trimestres e avançaram 5,6% em relação ao mesmo intervalo do ano passado.

Também contribuiu para a estabilidade nos volumes o patamar de 22,99 milhões de hectolitros da divisão de cerveja no Brasil, alta de 3,6%, compensando o desempenho negativo nas operações fora do país.

Budweiser entre destaques

O custo de produção por hectolitro caiu 3%, refletindo câmbio e preços de commodities favoráveis.

O segmento premium, com marcas como Corona, Spaten e Original, avançou mais de 10% em relação ao primeiro trimestre do ano passado. O carnaval foi um dos destaques do período.

Já o segmento core plus, de cervejas mais baratas que o premium e superpremium, cresceu cerca de 15%, impulsionado pela alta de 55% nos volumes da Budweiser.

A Ambev aponta ainda que a divisão de negócio de bebidas não-alcoólicas (NAB, na sigla em inglês) registrou alta de 6,5% em volumes, para cerca de 8,65 mil hectolitros.

Os destaques do último trimestre, segundo a companhia, foram o Guaraná Antartica Zero, cujos volumes avançaram 61%, enquanto a Pepsi Black cresceu 33%.

O custo por hectolitro avançou 8,1% devido aos maiores preços do açúcar, além da inflação geral e da composição de mix de marcas e embalagens, segundo a Ambev.

Com informações do Valor Pro, serviço de notícias em tempo real do Valor Econômico