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Klabin tem forte resultado no 2º tri impulsionado por celulose, e lucro da Suzano cai 98%
Empresas citadas na reportagem:
A Klabin apresentou resultados robustos no segundo trimestre, diz o BB Investimentos, superando as expectativas em alguns números, impulsionado pelo bom desempenho do segmento de celulose, que combinou evolução de volumes e reajustes de preços.
A analista Mary Silva escreve que, no entanto, o segmento de papel mostrou desaceleração da demanda na comparação anual, movimento em parte esperado, já que em 2021 os volumes foram recordes, mas também refletindo os efeitos da elevada inflação no consumo.
O lucro líquido de R$ 972 milhões reflete o impacto negativo do câmbio sobre as dívidas em moeda estrangeira, mas que foi compensado parcialmente pelo resultado dos instrumentos de hedge, ambos sem efeito caixa e contabilizados no resultado financeiro.
Mesmo com maior desembolso para investimentos e avanço da dívida bruta pela elevação da taxa de câmbio, o banco destaca que a alavancagem ficou sob controle, com a Klabin tendo posição de caixa de R$ 7,4 bilhões ao fim do segundo trimestre.
“Acreditamos que os próximos resultados da empresa ainda serão robustos, mas, no curto prazo, as preocupações continuarão pesando sobre os papéis do setor”, escreve. Os papéis podem reagir à medida em que aconteça uma sinalização de retomada na demanda da China.
O BB Investimentos tem recomendação de compra para Klabin, com preço-alvo em R$ 30 para as units, potencial de alta de 62,6% sobre o fechamento de ontem. Há pouco, as ações tinham alta de 2,93%, cotadas em R$ 18,99.
Suzano sofre com efeito do câmbio sobre a dívida
A Suzano registrou lucro líquido (atribuído aos acionistas controladores) de R$ 175,6 milhões no segundo trimestre deste ano, uma queda de 98,2% na comparação com o mesmo período de 2021.
A receita da companhia teve uma alta de 17% no período, chegando a R$ 11,52 bilhões. O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado (que desconsidera itens não recorrentes) teve um aumento de 6% e chegou a recorde de R$ 6,3 bilhões.
Segundo a companhia, a forte retração no resultado líquido do segundo trimestre pode ser explicado pela variação negativa no resultado financeiro, devido ao “impacto negativo da variação cambial sobre a dívida, e da marcação a mercado das operações com derivativos”.
As despesas financeiras no trimestre tiveram alta de 22% na comparação com o mesmo período de 2021, e de 8%, em relação ao primeiro trimestre deste ano. Já as variações cambiais e monetárias reduziram o resultado financeiro em R$ 4,46 bilhões, como consequência da desvalorização de 11% do real frente ao dólar de fechamento do primeiro trimestre. O resultado de operações com derivativos também foi negativo em R$ 1,576 bilhão.
No segundo trimestre deste ano, a dívida bruta da companhia chegou a R$ 75,2 bilhões, sendo R$ 61,98 bilhões em moeda estrangeira. O valor total é 10% maior do que há um ano. No período, a empresa também elevou seu caixa em 80%. Com isso, a dívida líquida no segundo trimestre foi de R$ 54,9 bilhões, o que representa uma redução de 4% na comparação anual.
No segmento de celulose, as vendas da companhia tiveram um aumento de 5% na comparação anual, totalizando 2.663 mil toneladas. Além disso, o preço líquido médio, em dólares, da celulose comercializada pela Suzano saltou 15% na comparação anual e 13% na comparação trimestral, chegando a US$ 726 por tonelada. Com isso, a receita líquida de celulose subiu 13% no trimestre, em comparação com 2021.
No segmento de papel, a companhia também obteve ganhos relevantes: a receita líquida foi de R$ 2 bilhões no segundo trimestre deste ano, um aumento de 44% em relação ao mesmo período do ano passado. A alta se deve também ao aumento de preços e ao forte volume de vendas.
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