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Dólar forte faz JBS (JBSS3) projetar R$ 409 bilhões em vendas para 2024
Empresas citadas na reportagem:
A JBS (JBSS3) adotou um guidance (projeção) de R$ 409 bilhões em receita líquida de vendas para todas as suas filiadas para 2024. O frigorífico fundado pelos irmãos Wesley e Joesley Batista também divulgou na noite desta segunda-feira (16) uma estimativa de Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciações a amortização, em inglês) para 2024. A empresa quer chegar a um lucro operacional de R$ 33 a R$ 36,2 bilhões.
A alta do dólar contra o real em 2024 vem beneficiando a empresa. Por enquanto, a moeda norte-americana avançou 13,55% neste ano, enquanto quase metade da receita da empresa (48%) vem dos Estados Unidos, onde os preços do boi devem reagir à queda de demanda, segundo o BTG Pactual.
JBS (JBSS3) solta guidance em resposta à CVM
O movimento de adotar um guidance oficial para 2024 vem em resposta à CVM (Comissão de Valores Mobiliários). A JBS (JBSS3) vinha divulgando estimativas de vendas líquidas e lucro operacional a investidores no exterior.
A companhia informava uma receita líquida de US$ 71 bilhões a partir de dados de bancos como Morgan Stanley, Barcleys e Citi. Já o Ebitda de 2023 chegaria a US$ 3,1 bi.
Mas, no guidance, divulgado agora, as estimativas são de US$ 76 bi e até US$ 6,7 bi, respectivamente.
Em resposta a um ofício da autarquia, o frigorífico chefiado por Gilberto Tomazoni, CEO da JBS, informou que as informações já eram “públicas”. Mas atendeu ao pedido da CVM.
A companhia ainda afirmou, contudo, que não deve atender ao pedido de divulgar um guidance oficial para 2025.
Isso porque, segundo o comunicado da JBS (JBSS3) “o cálculo das estimativas leva em conta uma série de fatores e sequer existe um orçamento aprovado” para o ano que vem.
Ebitda e receita da JBS decolam com dólar alto em 2024
O faturamento operacional para 2024 foi ajustado por pagamentos de R$ 220 milhões em acordos antitruste, R$ 268 mi em “despesas de reestruturação” e R$ 428 milhões em pagamento de dívidas fiscais.
O desastre no Rio Grande do Sul, provocado por chuvas, custou R$ 32 milhões à JBS em forma de sinistros.
Por outro lado, a JBS (JBSS3) nota que o dólar alto apoia a perspectiva de lucro superior em 2024 à que vinha sendo apresentada aos investidores.
De acordo com cálculos do frigorífico, o dólar deve continuar em alta no segundo semestre, a uma taxa média de R$ 5,60. A taxa de câmbio elevada beneficia a empresa.
Apesar de não incluir no formulário enviado à CVM, a JBS tem divulgado a investidores que sua margem Ebitda deve chegar a 4,8% em 2024.
Entre maio e julho, a companhia atingiu uma receita de R$ 100 bilhões, impulsionada também pelo bom desempenho das operações no mercado americano.
Os destaques do trimestre anterior foram Seara, JBS Pork USA e Pilgrim’s Pride (PPC). Assim, a receita da JBS anualizada chegou a R$ 377 bilhões ao fim do segundo tri.
As ações da JBS (JBSS3) sobem 42% no saldo acumulado do ano.
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