Itaúsa (ITSA4) vai vender mais ações da XP e quer reduzir dívida do grupo

Presidente-executivo, Alfredo Setubal, descarta novas aquisições no curto prazo e mira melhorar o nível de distribuição de dividendos

A Itaúsa (ITSA4) planeja vender mais ações que detém da XP, como parte dos esforços da holding para gerenciar seus ativos e reduzir o endividamento.

A afirmação foi feita nesta terça-feira (10) pelo presidente-executivo do grupo, Alfredo Setubal, na edição anual do evento Panorama Itaúsa.

“Ainda temos um saldo de ações da XP para realizar, vamos fazer isso ao longo dos próximos meses”, disse Setubal.

Após ter vendido em setembro 3,1 milhões de ações classe A da XP, numa operação de quase R$ 400 milhões, a Itaúsa tem agora 3% do capital da plataforma de investimentos.

Nos últimos anos, a holding tem usado recursos da venda de fatias na XP para reduzir o nível de endividamento do grupo, que cresceu após uma série de investimentos em empresas industriais.

Além de 37% do capital do Itaú Unibanco (ITUB4), a Itaúsa também tem 30% da Alpargatas (ALPA4), 38% da Dexco (DXCO3), 10% da CCR (CCRO3), 13% da Aegea, 49% da Copa Energia e 9% do gasoduto NTS.

Com os recursos, a Itaúsa repagou dívidas usadas para investimentos nessas companhias.

Com isso, disse Setubal, a Itaúsa conseguiu reduzir de R$ 8,5 bilhões para R$ 5 bilhões a dívida total da holding.

Para o executivo, no entanto, esse patamar ainda é alto.

“Pagamos R$ 1 bilhão em juros por ano, é muito para uma empresa como a Itaúsa, que vive basicamente dos dividendos que recebe”, afirmou.

Consolidação

Para Setubal, a aquisição de uma fatia da CCR, no ano passado, concluiu um ciclo de investimentos da Itaúsa.

Considerando um ambiente de taxas de juros mais altas por algum tempo, novas aquisições por ora estão fora do radar.

“Agora vamos acompanhar esses investimentos todos, o momento é de consolidação de portfólio e redução de dívida”, afirmou ele.

Com isso, a Itaúsa prevê elevar o nível de distribuição de dividendos.

“A gente está num vale em dividendos; quando esse ciclo passar, a melhora de dividendos virá”, concluiu.

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