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Cury (CURY3), MRV (MRVE3) e Direcional (DIRR3): confira prévias dos resultados do 2º tri
Empresas citadas na reportagem:
As companhias do setor imobiliário com ações na bolsa de valores abriram o canteiro de obras do segundo trimestre e algumas animaram o mercado financeiro mais do que outras. Há empresas do setor de construção civil focado em baixa renda, como Cury (CURY3) e Direcional (DIRR3), que vieram a todo vapor para esta nova temporada de resultados.
Por outro lado, incorporadoras de alto padrão mostraram números mais amenos em vendas e estoque de imóveis. A Cyrela (CYRE3), por exemplo, apresentou vendas “fortes”, segundo a XP Investimentos e Santander, mas registrou queda na base anual.
Já a construtora gaúcha Melnick (MELK3) foi impactada pelas enchentes no Rio Grande do Sul (RS).
Quais empresas com ações na bolsa bateram recordes?
Duas construtoras bateram recordes históricos de vendas líquidas no segundo trimestre, pelo menos de acordo com suas prévias divulgadas ao mercado.
Cury (CURY3), Direcional (DIRR3) e Lavvi (LAVV3) registraram os melhores patamares de vendas líquidas de imóveis em um único trimestre. Assim, as ações das três companhias registram altas de 18% na bolsa de valores em julho, mês que marca a divulgação dos dados prévios.
As construtoras civis de baixo padrão Cury e Direcional apuraram vendas gerais líquidas de R$ 1,7 e R$ 1,6 bilhão, respectivamente, batendo recordes anteriores. Enquanto a Lavvi apurou volume geral de vendas (VGV) de R$ 1 bilhão em lançamentos, superando a marca anterior de R$ 819 milhões do primeiro trimestre de 2024
A prévia da Cury, no caso, agregou à sequência de resultados positivos da empresa, diz Marcelo Inoue, head de equities da Perfin.
“A velocidade de vendas em VSO (venda sobre oferta) tem sido muito alta na Cury, em torno de 75%, e a empresa segue rodando com baixos níveis de estoques prontos”, afirma.
Já a XP Investimentos diz que o recorde da Direcional (DIRR3) aponta para forte demanda dentro do programa de habitação federal Minha Casa, Minha Vida (MCMV). O que também se aplica a outras imobiliárias com ações na bolsa.
A Direcional obteve a maior velocidade de vendas sobre oferta desde sua criação, de 26%. A prévia bateu expectativas da XP.
“A Direcional também entregou velocidade de vendas acelerando em relação ao trimestre anterior e ao ano passado”, destaca Inoue. Além disso, acrescenta o especialista, a construtora anunciou dividendos acima do esperado.
A Lavvi (LAVV3) teve seu recorde marcado pelo lançamento de três empreendimentos de média renda, assim como de um projeto do MCMV. É o que pontua relatório do Itaú BBA. O banco cita que a velocidade de vendas caiu, mas ainda está entre as maiores do setor.
Qual imobiliária brilhou? Uma ação na ponta da língua
Entre as principais imobiliárias com ações na B3, a incorporadora Moura Dubeaux (MDNE3) foi quem mais brilhou na prévia operacional.
A prévia foi a melhor já divulgada na história da Moura Dubeux, relata o Bradesco BBI. O banco espera que a empresa se torne, em breve, pagadora de dividendos, “já que ela está próxima de zerar alavancagem e gerar caixa”.
O Bradesco, logo após a prévia operacional, atualizou o preço-alvo da ação de Moura Dubeux (MDNE3) de R$ 16 para R$ 22.
Ricardo Salim, analista da Lumi Research, afirma que as vendas líquidas cresceram 40% na comparação anual, “o que surpreendeu o mercado porque é um valor recorde”.
“A frente que mais se destacou no trimestre foi a de condomínio fechado, segmento de atuação exclusivo dessa construtora dentre as listadas, que cresceu seu volume de vendas em mais de 400% no ano”, destaca.
Imobiliárias com ações que desanimaram
A MRV (MRVE3) animou o mercado pelo lado das vendas, mas frustrou analistas pela queima de caixa.
A construtora do empresário Rubens Menin bateu recorde em vendas líquidas de R$ 2,5 bilhões. Nas operações, 80% dos terrenos operados pela MRV têm subsídios do MCMV já implementados ou em fase de aplicação.
A geração de caixa ajustado, contudo, caiu de R$ 24,8 milhões para R$ 9,2 milhões.
“A MRV não teve uma prévia positiva no lado da geração de caixa. A empresa entregou crescimento de vendas e lançamentos no 2T24, porém o consumo de caixa foi o destaque negativo”, diz o head da Perfin.
A âncora no caixa da MRV é a operação da construtora de land bank nos Estados Unidos: a Résia. O Itaú BBA apontou que a filial norte-americana queimou R$ 370 milhões em caixa, ao mesmo tempo em que não registrou vendas.
Salim diz que os resultados “não foram ruins, mas muito abaixo de outras imobiliárias” com ações. “É um crescimento mais modesto, de 14% no ano contra ano”, completa.
O que as prévias operacionais dizem sobre o que vem pela frente?
Analistas explicam que uma boa prévia de resultados operacionais costuma dar indícios positivos do que vem pela frente. Ou seja, geralmente se traduz em bons resultados trimestrais.
É importante porque aponta como a imobiliária está lidando com lançamentos, vendas e giros de imóveis. Nas palavras de Marcelo Inoue, “um sinal de que a empresa segue operacionalmente bem e engrenada”.
“Para o trimestre em si, as prévias de vendas que mostram geração de caixa ajudam a compor a visão se o resultado é positivo ou negativo”, acrescenta.
Por outro lado, uma prévia fraca pode indicar resultados abaixo do esperado mais à frente.
Mas especialistas ressaltam que a apuração preliminar dos dados das imobiliárias não necessariamente se converte em resultados positivos ou negativos.
“Vale lembrar que não são todas as empresas que mostram geração de caixa na prévia. Portanto, mesmo que uma empresa apresente uma prévia fraca, o trimestre pode apresentar geração de caixa razoável”, destaca Inoue.
Salim lembra que as imobiliárias não divulgam outros dados importantes como margens e alavancagem.
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