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A Hypera (HYPE3) rejeitou a proposta de fusão feita pela EMS, alegando que a oferta foi não solicitada e não previamente discutida. A decisão foi tomada após análise do conselho de administração, que considerou o portfólio de produtos da EMS desalinhado com os segmentos estratégicos da Hypera. Além disso, a empresa destacou diferenças nas culturas organizacionais e práticas de governança corporativa, além de considerar que a oferta subestima significativamente o valor da Hypera. A proposta da EMS precificava as ações da Hypera em R$ 30, um prêmio de pouco mais de 10% sobre o valor atual.
A Hypera (HYPE3) emitiu fato relevante nesta quinta-feira (24) em que rejeita proposta de fusão feita pela concorrente EMS. A decisão ocorre após reunião do conselho de administração da companhia que contou com a ajuda de assessores externos, segundo a empresa.
Assim, após análise da proposta, a Hypera afirma que a oferta pública de aquisições de ações e de combinações de negócios feita pela Farma Participações, que é a EMS, ocorreu de forma “não solicitada ou previamente discutida”.
Não há maneira mais direta, pelo menos em um documento oficial enviado para a CVM, de dizer ao mercado que a HYPE3 não gostou da iniciativa da concorrente anunciada mais cedo nesta semana.
Então, ainda no comunicado, a Hypera informa os aspectos que levaram o conselho de administração da empresa a declinar do negócio.
Motivos da Hypera para não seguir adiante
Assim, a farmacêutica informa que “o portfólio de produtos da EMS, substancialmente focado em medicamentos genéricos, não está alinhado com os segmentos que a companhia avalia como estratégicos”. Dessa forma, a Hypera ainda informa outros dois motivos para não seguir adiante com as conversas.
Cita culturas organizacionais e práticas de governança corporativa “absolutamente” distintas. Mas vai além. Então, ela informa que o valor ofertado pela EMS “subestima significativamente o valor da Hypera”.
Assim, vale lembrar que na oferta de ações a EMS precifica os papéis da Hypera (HYPE3) em R$ 30, prêmio de pouco mais de 10% sobre o valor atual da ação.
HYPE3 critica forma como oferta foi feita pela EMS
Ainda no comunicado, a HYPE3 critica a postura da concorrente. Diz lamentar que a proposta tenha sido enviada a ela ao mesmo tempo que para a imprensa.
E com o pregão na bolsa de valores de São Paulo em andamento. Por fim, garante que seguirá focada na execução da estratégia de otimização de capital de giro divulgada no último dia 18.
Como mostrou a Inteligência Financeira, a Hypera (HYPE3) foi do inferno ao céu nos últimos dias no Ibovespa.
E um clichê nunca foi tão apropriado.
Primeiro, o mercado resolveu esboçar o desgosto com as novas projeções da farmacêutica de receita e lucro líquido para 2024. Isso após a companhia abandonar seu próprio guidance. As ações caíram 17%. Depois, e na sequência, a empresa experimentou alta de 7% na terça-feira. Agora, os papeis seguem voláteis com a possível fusão com a EMS.
Resta saber agora como o mercado vai interpretar a nova decisão da Hypera.
Acordo entre Hypera e EMS era possível; entenda
A EMS via no acordo a possibilidade de avançar em um setor que é dominado pela concorrente. É o segmento de medicamentos que não necessitam de prescrição médica. É o caso das marcas Buscopan e Benegripe. Do outro lado, o acordo poderia ser bom para a Hypera pois a concorrente é licenciada para fabricar a semaglutina. É o insumo para o Ozempic, o principal medicamento hoje no tratamento da diabetes.