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Petrobras (PETR4) faz oferta por ativo que pode reduzir pagamento de dividendos; entenda
Empresas citadas na reportagem:
A oferta não vinculativa feita pela Petrobras (PETR4) por uma participação no Campo de Mopane está em linha com as declarações recentes da empresa. Em maio, um dos diretores da gestão do ex-diretor-presidente Jean Paul Prates divulgou que a empresa estava negociando uma fusão e aquisição na Namíbia, destaca o Citi.
“Embora vejamos o ativo com bom potencial de geração de caixa, ele pode ser um fator detrator de pagamentos de dividendos no curto prazo”, escrevem os analistas Gabriel Barra e Andrés Cardna, em relatório.
Segundo eles, a Galp teria convocado lances de primeira rodada em meados de junho para vender metade de sua participação de 80%.
Assim, os analistas estimam que o bloco exploratório deve ter 10 bilhões de barris de óleo equivalente (boe) no local e manter um valor de US$ 12 bilhões.
Nesse sentido, eles dizem ainda que um acordo deve ser estruturado por meio de uma combinação de algum capital inicial. Mas mais significativamente por meio de um financiamento reembolsável para uma parte do futuro investimento de desenvolvimento da Galp.
O Citi tem recomendação neutra para Petrobras, com preço-alvo de US$ 15. Os recibos de ações (ADRs) fecharam em alta de 0,07% na sexta-feira na Bolsa de Nova York, cotadas a US$ 14,48.
Oferta da Petrobras
A Petrobras fez uma oferta não vinculante para comprar participação majoritária no Campo de Mopane, na Namíbia, disse uma executiva da companhia à agência “Reuters”. Sylvia dos Anjos, diretora de exploração e produção da Petrobras, afirmou que a proposta daria o controle do campo, atualmente operado pela portuguesa Galp
A estatal tenta diversificar seu portfólio de produção fora do Brasil para contornar o fim do pico de produção no pré-sal na próxima década. O Campo de Mopane tem reservas estimadas em 10 bilhões de óleo equivalente e é alvo de interesse de várias petrolíferas ao redor do mundo.
Risco para dividendos
Uma possível oferta da Petrobras (PETR4) pelo Campo de Mopane, na Namíbia, já é algo esperado pelo mercado e deve ser encarado de maneira negativa. Em razão do histórico ruim da companhia em alocação de capital no exterior, diz o BTG Pactual.
Para os analistas Pedro Soares, Henrique Pérez e Thiago Duarte, o real potencial do campo, atualmente operado pela portuguesa Galp, ainda é bem desconhecido. Dado que só dois poços exploratórios foram furados.
Caso o potencial de 10 bilhões de barris de óleo equivalente seja confirmado e considerando um fator de recuperação de 25%, eles calculam que uma participação de 40% custe US$ 4 bilhões e deve gerar valor à Petrobras.
A disputa pelo campo deve ser intensa, avalia o banco, com grandes companhias do setor, como ExxonMobil e Shell, também demonstrando interesse. O que reduz o risco envolvendo o ativo, mas pode elevar seu preço.
Dessa maneira, a compra confirmaria uma alavanca de risco das ações da Petrobras, diminuindo pagamento de dividendos e reduzindo a cobertura que a geração de caixa da empresa tem para operações de aquisição.
O BTG Pactual tem recomendação de compra para Petrobras, com preço-alvo em US$ 19 para os recibos de ação (ADRs) negociados na Bolsa de Nova York (Nyse).
Impacto no governo Lula
O Bradesco BBI considera que uma possível aquisição de participação no Campo de Mopane, na Namíbia, seria visto como negativa pelo mercado. Uma vez que reduziria dividendos e forma substancial.
Os analistas Vicente Falanga e Gustavo Sadka escrevem que o campo tem bom potencial de produção. Apesar de ainda bastante inexplorado, o que pode influenciar o valor a ser pago à Galp.
Eles notam que a aquisição não ajudaria o governo a sustentar sua situação fiscal, uma vez que reduziria dividendos. O rendimento das ações ainda seria positivo, calculam, mas diminuiria consideravelmente.
O banco acredita que o valor a ser pago pela participação é importante para determinar o impacto nos dividendos da Petrobras. Avaliam que o campo todo tenha valor de US$ 4,1 bilhões, ou seja, uma participação de 40% sairia por US$ 1,65 bilhão.
Por último, o Bradesco BBI tem recomendação de compra para Petrobras, com preço-alvo em R$ 47 para as ações preferenciais, potencial de alta de 24,9% sobre o fechamento de sexta-feira (26).
Com informações do Valor Econômico
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