Alta de mais de 130% em 12 meses: ainda é hora de comprar as ações da BRF (BRFS3)?
A BRF (BRFS3) reportou “fortes resultados” no quarto trimestre de 2023. Essa é a avaliação do Itaú BBA em relatório divulgado nesta terça-feira (27). No pregão desta terça-feira (27), a ação da companhia teve alta expressiva, de 8,14%
Adicionalmente, esse resultado reverteu um prejuízo de R$ 956 milhões de igual período de 2022.
“O lucro operacional caixa (Ebitda) ajustado ficou 6% acima da nossa estimativa, totalizando R$ 1,903 bilhão, com a maior parte da surpresa vindo da divisão internacional”, destacam os analistas do Itaú BBA.
“Os resultados do trimestre implicam um Ebitda anualizado próximo de R$ 6,5 bilhões em 2024, quando ajustado pela sazonalidade, que corresponde à nossa expectativa atual”, acrescenta o time de alimentos e bebidas do banco.
Mesmo com o desempenho positivo, os profissionais do Itaú BBA não ajustaram as estimativas para as ações da BRF (BRFS3). Essas são negociadas atualmente acima de R$ 15.
“Dito isso, saudamos o aumento do nível de rentabilidade da companhia no trimestre, mas avaliamos que a BRF deve entregar mais resultados sólidos à frente para desencadear uma revisão para cima nos nossos números atuais”, escrevem o analistas.
“Reiteramos nossa recomendação neutra (desempenho em linha com o mercado) para BRFS3, com preço-alvo de R$ 11 ao final de 2024”, completam no relatório.
Potencial limitado
Na mesma linha, o BB Investimentos (BB-BI) também considera que a BRF apresentou “bons números” no quarto trimestre de 2023.
“Reportando uma importante melhora sequencial na rentabilidade operacional ao longo de 2023 que resultou na maior margem Ebitda ajustada dos últimos 3 anos (13,2%)”, diz a análise do banco.
“Que, combinada a uma melhor performance financeira, contribuiu para que a empresa registrasse lucro líquido, após 2 anos de prejuízo”, anota o relatório do BB-BI.
Simultaneamente, no mesmo texto, o braço de investimentos do Banco do Brasil reconhece os avanços operacionais mostrados pela companhia ao longo dos trimestres em 2023.
Assim como a melhora financeira decorrente da maior geração de caixa e da gestão do endividamento.
“Vemos como positiva a estratégia de alocação de capital atual da companhia, com foco em redução da dívida bruta e disciplina em relação a investimentos”, prossegue a análise.
“Mas ressaltamos que, embora necessária neste momento, a redução do capex poderá impactar a competitividade da companhia no futuro, em relação ao seu plano de investimentos anterior”, pondera a instituição.
Logo, diante do cenário, o BB-BI reiterou a recomendação neutra para os papéis da dona de Sadia e Perdigão.
“Após a valorização acumulada, as ações da BRF estão sendo negociadas próximas de seus múltiplos históricos, com limitado potencial de valorização a partir de agora”, avalia o banco.
“O que é corroborado pelo upside para nosso preço-alvo 2024 de R$ 16,00”, conclui a análise.
Top pick
Para o time de agro, alimentos e e bebidas da XP, a BRF teve um “sólido” quarto trimestre de 2023. Isso porque houve sinais positivos em todas as linhas.
“Esperávamos que a demanda no mercado doméstico sustentasse a recuperação da margem, que foi entregue juntamente com melhores perspectivas de fluxo de caixa em estoques mais baixos e resultados financeiros de caixa sequencialmente melhores”, comentam os analistas.
“No entanto, a operação internacional ganhou destaque com a recuperação de preços em todos os mercados”, acrescentam.
Os especialistas da plataforma de investimentos mencionam ainda que o BRF+, programa de eficiência da empresa, entregou R$ 2,2 bilhões em 2023.
Sendo R$ 166 milhões ainda a serem refletidos nos resultados.
“Como a eficiência é um processo contínuo, estamos aguardando o BRF+ 2.0”, projeta a XP no relatório.
“Com uma alavancagem menor e um novo histórico do management, continuamos altamente convencidos com a história de turnaround da BRF e a reforçamos como nossa Top Pick (melhor escolha)”, finalizam os analistas.
Raio-x das ações da BRF (BRFS3)
Preço atual: R$ 15,15
Variação em 2024: 9,6%
Variação do Ibovespa em 2024: -1,8%
Desempenho em 12 meses: 134%
Desempenho do Ibovespa em 12 meses: 24,5%
*Números apurados no pregão de 27 de fevereiro de 2024