CEO da Telefônica Brasil (VIVT3) não vê teto para migração de clientes pré-pagos

CEO da Telefônica Brasil (VIVT3) diz que companhia não atingiu limite na migração de clientes pré-pagos para outros planos

A Telefônica Brasil (VIVT3) deve continuar com a estratégia de migração de clientes de planos pré-pagos para pós-pagos e híbridos, com foco especial no combo de internet e telefonia móvel, sinalizou o CEO da empresa, Christian Gebara. O presidente da dona das operações da Vivo no Brasil enfatizou o crescimento do plano Vivo Total na conferência de resultados do primeiro trimestre.

Para Gebara, não existe por enquanto um “teto” na migração de clientes pré-pago para outros planos. “A possibilidade de migração (do pré-pago) para o pós-pago ainda existe, mas temos também a possibilidade de migrar de planos híbrido para pós-pago”, disse. No primeiro trimestre, a Telefônica registrou aumento de 6,6% na base de clientes móveis, mas desacelerou a expansão em fibra ótica.

Por onde a Telefônica Brasil (VIVT3) deve crescer?

No primeiro trimestre deste ano a controladora da Vivo no Brasil divulgou lucro líquido de R$ 896 milhões ou um valor por ação ON (VIVT3) de R$ 0,54. O resultado representa aumento de lucro de 7,3% em comparação com o mesmo período de 2023.

A receita da Telefônica Brasil (VIVT3) cresceu cerca de 6,5% na comparação ano a ano. O destaque do resultado foi no segmento de faturamento a partir de planos móveis e no segmento de fibra, com aumento de receita de 9,3% e 14,7% nesses segmentos, respectivamente.

Assim, o CEO da Telefônica Brasil disse a analistas que o foco da empresa é aumentar a receita por cliente da Vivo. A estratégia para expandir a margem operacional é a migração de clientes entre planos pré-pago e pós-pago.

E a Telefônica Brasil (VIVT3) quer o Vivo Total como destino final desse êxodo de clientes.

“Dobramos clientes do Vivo Total no trimestre”, disse Gebara. O CEO também afirma que a taxa de rotatividade ou saída, ou churn, é 1% menor para o combo do que apenas para clientes fibra da Vivo.

“Mais de 9% da receita veio de novos negócios. Estamos impulsionando o aumento de receita por meio de aumento de fidelidade. Fazemos isso em B2B e agora em B2C”, disse Christian Gebara.

Despesa prejudica caixa e margem; Telefônica espera melhoras

Do lado das despesas, a Telefônica Brasil (VIVT3) piorou no trimestre. Os custos operacionais somaram R$ 8,6 bilhões, alta de 6,3% em relação a 2023.

A piora nos custos pressionou o fluxo de caixa livre da Telefônica, que registrou queda de 29%. A margem Ebitda da empresa se manteve estável, mas veio abaixo do esperado pelo mercado.

Analistas do Goldman Sachs afirmam, em relatório, que a margem Ebitda entregue foi 0,7 ponto percentual abaixo do consenso do banco, enquanto o lucro líquido foi 5% menor que o esperado.

Segundo David Melcon, CFO da Telefônica Brasil (VIVT3), a empresa deve ver melhora nas despesas financeiras no segundo trimestre. “Enquanto isso, a companhia também trabalha para reduzir despesas operacionais”, diz Melcon.

A companhia também se prepara para formular um pedido ao Banco Central para abrir uma fintech.

Melcon destacou, contudo, que a margem de fluxo de caixa operacional da Telefônica subiu ao maior patamar dos últimos 12 meses, chegando a 23,6%.

“Vemos uma evolução positiva quando olhamos margem de fluxo de caixa operacional. No segundo trimestre, devemos ter um efeito oposto. tivemos uma atualização de R$ 100 milhões em PIS e Cofins no ano passado. Daqui para frente, vemos uma evolução positiva de alguns itens da despesa financeira”, concluiu o CFO da Telefônica Brasil (VIVT3).

“No geral, esperamos uma reação neutra para as ações (da Telefônica)”, disseram analistas do Goldman. “Considerando principalmente margens abaixo do esperado de um lado e aumento de receitas com tendência de clientes de telefonia móvel.”

As ações da Telefônica Brasil caíram 5,63% nesta quarta-feira (8).