Carteira do Itaú BBA é campeã de valorização em 2022 e dá lição sobre investimentos

Ranking mostra as casas que tiveram mais sucesso nas recomendações

Um levantamento da fintech Grana Capital mostrou que a carteira Itaú Top5 teve a melhor rentabilidade em 2022 entre as recomendações de bancos e corretoras.

A carteira terminou o ano com valorização de 31,55%, muito acima dos 4,69% do Ibovespa.

É consenso que o último ano foi extremamente desafiador, mesmo para quem alcançou bons resultados: “não podíamos dizer (em 2022) que um setor específico ia bem, era preciso olhar cada ação para escolher o que ia entrar”, conta Victor Natal, estrategista de ações do Itaú BBA, responsável pela Itaú Top5 ao lado de Paulo Folha, também estrategista de ações da casa.

Logo depois da Itaú Top5, o ranking tem as carteiras de BTG Pactual e Ágora Bradesco. Confira a lista completa:

PosiçãoCarteiraVariação
1Itaú Top 531,55%
2BTG Pactual18,83%
3Santander17,95%
4Ágora Bradesco9,78%
5Inter3,25%
6XP Investimentos-1,45%
7NuInvest-2,03%
8BB Investimentos-24,07%
9Modalmais-37,52%

Aula sobre diversificação

A carteira do Itaú pode ser usada explicar a importância da diversificação.

Com apenas cinco ativos, a chance de sucesso aumenta na mesma proporção da chance de fracasso, tornando a carteira volátil.

Isso porque uma carteira com poucos ativos fica mais exposta ao movimento (positivo ou negativo) de uma ação.

Com uma carteira mais arriscada para controlar, Natal tem propriedade para afirmar que “a diversificação faz a vida do investidor melhor, abrindo mão de rentabilidade, mas compensando na diminuição de risco”.

A Itaú Top5 é apenas uma de várias carteiras que a casa oferece.

Cada uma serve um propósito diferente. Para o investidor, a recomendação é ter mais de cinco ativos na carteira.

“Cinco passa longe de ser o número de ações que deveria compor a carteira de um investidor”, lembra Natal.

A hora de comprar e vender

Muitos investidores se perdem no timing de compra ou venda de um ativo. Como a Itaú Top5 pode ser alterada a qualquer momento, os estrategistas também precisam escolher com cuidado o momento de mexer na seleção.

Uma das regras seguidas pelos especialistas é não olhar para os movimentos diários das ações. “Quando o mercado está muito volátil, olho para o fundamento, não para preço de tela”, afirma Natal.

Ele afirma que o ideal é ter um ativo por pelo menos dois meses na carteira, mas que já foi preciso tirar uma ação da carteira em 15 dias.

Natal descreve o momento ideal para compra e venda como “uma linha tênue entre confiar na sua análise e monitorar para ver se deu errado, o que também é subjetivo”. Ou seja, quem investe precisa estar acostumado com as incertezas que o mercado carrega.

Desafios de 2023

Repetir o desempenho de 2022 certamente não será uma tarefa fácil para os estrategistas do Itaú BBA, com desafios na política, expectativa de aumento de gastos públicos, incerteza sobre o fiscal do país e média de juros que podem ser ainda maior que a vista no ano passado.

No ano passado, Prio foi unanimidade na carteira, recomendada durante todo 2022. Para 2023, a aposta ainda será em empresas de valor, “provavelmente ligadas a exportação”, segundo Natal.

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