Bolsas da Europa fecham em queda após Alemanha entrar em recessão técnica

Na Alemanha, indicadores econômicos preliminares mostraram recessão técnica

As bolsas europeias terminaram o pregão de hoje em baixa, pressionadas pelo enfraquecimento das economias da região.

O Produto Interno Bruto (PIB) da Alemanha, maior potência do continente, contraiu pelo segundo trimestre seguido no período de janeiro a março e entrou oficialmente em recessão técnica.

No cenário externo, o impasse do teto da dívida dos EUA segue reduzindo o apetite por risco dos investidores.

Índices europeus

O índice pan-europeu Stoxx 600 fechou em queda de 0,32%, a 456,18 pontos. Em Frankfurt, o DAX teve baixa de 0,31%, a 15.793,80 pontos, e o parisiense CAC 40 cedeu 0,33%, a 7.229,27 pontos.

Já o índice londrino FTSE 100 teve desempenho ainda pior ao cair 0,74%, a 7.570,87 pontos. Segundo o analista Michael Hewson, da CMC Markets, o movimento ocorreu com a piora de ações do setor de energia, que acompanharam os contratos do petróleo no mercado futuro.

A commodity, por sua vez, reagiu a falas do vice-primeiro-ministro da Rússia, Alexander Novak, que foi contra a possibilidade de novos cortes de produção por parte da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+).

PIB alemão

O principal driver para as bolsas europeias hoje veio da queda de 0,3% do PIB alemão no primeiro trimestre, que levou a maior economia local à condição de recessão técnica – caracterizada por ao menos dois trimestres seguidos de recuo do PIB.

“Esperamos mais fraqueza daqui em diante”, diz a economista sênior para Europa da Capital Economics Franziska Palmas, projeção que ela estende para a zona do euro como um todo.

A analista credita a desaceleração aos juros altos do Banco Central Europeu (BCE) e um quadro mais fraco de exportações devido ao enfraquecimento de outros mercados desenvolvidos. “Nossa previsão de que mais contrações no terceiro e quarto trimestres”, conclui.

Impasse nos EUA

Por fim, há ainda a cautela relacionada ao impasse entre governo e Congresso dos EUA para elevar ou suspender temporariamente o teto da dívida do país.

As reuniões recentes entre as autoridades em Washington não trouxeram avanços concretos e ainda não há previsão de novas conversas. Por ora, negociados tanto da Casa Branca quanto do Congresso discutem possíveis acordos para encerrar o embate e evitar um default da dívida americana.

Em resposta à incerteza provocada pelo impasse, a Fitch colocou a nota de crédito “AAA” dos EUA em “observação negativa”, ameaçando rebaixá-la caso a situação piore.

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