Bolsas da Europa fecham em forte queda após derretimento do setor financeiro

O SVB, Banco do Vale do Silício, foi fechado pelas autoridades financeiras americanas para evitar efeito cascata no setor

As principais bolsas da Europa fecharam em queda nesta sexta-feira (10), afetadas negativamente pelo setor financeiro, que foi impactado pelo colapso do banco americano SVB Financial Group, que teve uma forte perda em sua carteira de Treasuries, aumentando temores relacionados a uma crise de crédito. Os investidores também repercutiram a divulgação de diversos dados no continente europeu e nos EUA.

Após ajustes, o índice Stoxx 600 fechou em queda de 1,34%, a 453,76 pontos. Já o índice DAX, de Frankfurt, teve queda de 1,31%, a 15,427,97 pontos, enquanto o FTSE 100, de Londres, registrou queda de 1,66%, a 7.749,16 pontos. O francês CAC 40 contabilizou recuo de 1,53%, a 7.204,10 pontos. Entre os setores do Stoxx 600, o setor bancário registrou queda de 3,79%.

SVB fechado

O setor financeiro está derretendo desde ontem nos mercados globais por conta do anuncio do SVB Financial Group (SVB) de que tem um “rombo” de quase US$ 2 bilhões. A companhia teve as suas negociações suspensas na Nasdaq de Nova York depois que os papéis chegaram a ter queda de 63% no pré-mercado nos EUA.

Após o fechamento das bolsas na Europa, a Federal Deposit Insurance Corp. (FDIC, na sigla em inglês) dos EUA informou que o Departamento de Proteção Financeira e Inovação da Califórnia fechou o Silicon Valley Bank (SVB) em meio à crise de liquidez que afeta o SVB Financial Group, da qual é subsidiária.

HSBC cai quase 5%

Grandes bancos europeus foram fortemente impactados e fecharam a sessão em queda. As ações do HSBC fecharam com queda de 4,59%, os papéis do BNP Paribas registraram retração de 3,98% no fechamento e as do Deutsche Bank caiu 6,87% no final da sessão.

Payroll ajuda a piorar o clima

A divulgação de indicadores também movimentou a agenda de hoje. Nos EUA, o relatório de geração de empregos para o mês de fevereiro, o payroll, relatou a criação de 311 mil postos de trabalho, acima do consenso previsto por economistas consultados pelo “The Wall Street Journal”, de 225 mil.

Em janeiro, o dado havia registrado a criação de 504 mil empregos. A taxa de desemprego avançou de 3,4% a 3,6% e os economistas esperavam a manutenção do nível de janeiro.

Inflação na Alemanha

Na Alemanha, o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) teve alta de 8,7% em fevereiro em comparação com o mesmo mês do ano anterior, segundo dados do Departamento Federal de Estatísticas da Alemanha, Destatis, na sexta-feira.

A leitura está em linha com os dados preliminares publicados no início deste mês e com o consenso projetado por economistas consultados pelo “The Wall Street Journal”.

PIB do Reino Unido

No Reino Unido, o Produto Interno Bruto (PIB) do país cresceu 0,3% no primeiro mês de 2023 em comparação com o anterior, ante uma queda de 0,5% em dezembro, segundo dados do Escritório Nacional de Estatísticas (ONS, na sigla em inglês) nesta sexta-feira.

O indicador ficou em linha com o que foi projetado por economistas do “The Wall Street Journal”, que também esperavam que a economia crescesse 0,3%.

“A economia do Reino Unido começou o ano com força, com crescimento de 0,3% em janeiro. Isso superou as expectativas e provavelmente apoiou a visão de que a economia não está em uma posição tão fraca quanto se temia. Uma recessão deixou de ser uma certeza e ainda pode ser evitada”, apontou o analista sênior da Oanda, Craig Erlam, em relatório.

Euro e libra

Por volta das 14h25, o euro subia 0,70%, a US$ 1,06613. Já a libra tinha alta de 1,06%, a US$ 1,20516.

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