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Bolsa deve ter mais um dia morno à espera de comunicado do Copom sobre a taxa Selic
Em dia de decisão de taxa Selic e, espera-se, votação de arcabouço fiscal no Senado, o Ibovespa deve novamente sofrer com um giro relativamente baixo de negociações, com as bolsas internacionais ainda preocupadas com o baixo crescimento da economia chinesa.
Um ponto de atenção vem dos Estados Unidos, onde Jerome Powell, o presidente do Federal Reserve (FED, o banco central americano), participa de audiência no Comitê de Serviços Financeiros na Câmara dos Representantes. Todo cuidado é pouco, caso o dirigente fale sobre novas altas de juros após a reunião que suspendeu o ciclo de alta na semana passada.
Quanto ao Brasil, o investidor deve se atentar com Brasília, mais especificamente com o Senado Federal. Se, de fato, a pauta do arcabouço fiscal passar pela casa, já que está na pauta para votação hoje, o fato novo pode gerar alguma animação para a Bolsa. Caso contrário, analistas recomendam cautela com um mercado que tende a ser muito especulativo, pouco racional.
“O mercado começará priorizando a cautela na expectativa de Powell e continuará assim ao longo do dia, na expectativa do comunicado do Copom”, afirma Ricardo Tadeu Martins, economista-chefe da Planner Corretora.
Votação do arcabouço fiscal
Ontem, o líder do governo no Congresso, o senador Randolfe Rodrigues, afirmou que o texto que define a nova regra fiscal deve ir à votação no plenário do Senado nesta quarta-feira.
Segundo Randolfe, a tendência é que a Câmara faça sua nova avaliação sobre o projeto no começo de julho.
A nova regra fiscal está em discussão na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado. Nesta terça, o relator, Omar Aziz (PSD-AM), leu o relatório. Não houve deliberação porque foi feito pedido de vista (mais tempo para analisar) por senadores de oposição.
Taxa Selic não deverá vir com novidade
O segundo fato mais importante do dia acontecerá a partir das 18h30, quando se encerrará a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC). A expectativa é de uma manutenção na taxa básica da economia, a Selic, em 13,75%, mas com um comunicado feito sob medida para operar na curva longa dos juros.
“As pessoas do mercado já têm a previsão majoritária de que não vai ter nenhuma mudança na taxa. Agora, o que importa muito mais, será o tom que o Banco Central vai dar em relação aos próximos passos. A queda (da Selic) vai ser em agosto ou em setembro”, diz Andre Fernandes, chefe de renda variável da A7 Captail.
Mercado praticamente no zero a zero ontem
Os ativos de risco fecharam o pregão de terça-feira (20) em leve queda de 0,20%, a 119.622.
Já o dólar se aproximou novamente do patamar dos R$ 4,80. No fechamento, a moeda norte-americana avançou 0,42%, a R$ 4,7953. Na segunda, o dólar bateu o menor patamar em mais de um ano em um fechamento: R$ 4,7761.
Itaú vê Ibovespa em 121 mil pontos
Apesar da queda da terça, o Ibovespa segue em tendência de alta, “com destino em 121.600 pontos, que foi máxima em 2022”, diz o Itaú BBA em relatório, que aponta o movimento negativo como pontual realização de lucros.
O banco ressalta que há duas possibilidades para que o índice avance a mais de 121 mil pontos. “A primeira delas é seguir firme, como vem demonstrando, e atingir essa região nos próximos pregões. Se conseguir superar esse nível, abrirá espaço para avaliarmos a busca do topo histórico em 131.200 pontos”, avalia.
Já o segundo caminho é uma realização de lucros. “Neste caso, o suporte inicial para o Ibovespa fica em 118.300 pontos. Caso seja perdido, poderá abrir caminho para um movimento de realização de lucros e encontrará suportes em 116.300, 114.200 e 111.600 pontos. Vale lembrar que a expectativa de chegar ao destino em 121.600 pontos será válida, enquanto o índice negociar acima de 111.600 pontos”, diz o banco.
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