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O Banco do Brasil viu suas ações caírem após aumento na inadimplência do agronegócio. O índice de calotes subiu para 3,3%, pressionando o setor que representa um terço da carteira de crédito do banco. A instituição elevou suas provisões para perdas, enquanto analistas destacam a advocacia predatória como um problema.
O aumento da previsão do Banco do Brasil (BBAS3) com calotes de clientes do agronegócio assustou investidores e derrubava as ações nesta quinta-feira.
Por volta de 15h25 (horário de Brasília), BBAS3 recuava 2,16% na B3. Enquanto isso, o Ibovespa, índice mais amplo do mercado, estava no zero a zero.
Na noite de quarta-feira, o BB reportou lucro recorrente de R$ 9,5 bilhões para o terceiro trimestre, aumento de 8,3% ano a ano e em linha com as projeções de analistas.
Contudo, as atenções do mercado se concentraram no índice de inadimplência acima de 90 dias, que atingiu 3,3% no período, ante 2,81% um ano antes.
A pressão veio sobretudo do agronegócio, setor que representa aproximadamente 1/3 da carteira total do crédito do banco, de R$ 1,2 trilhão.
Em teleconferência com analistas, executivos do BB contaram que centenas de produtores do agronegócio no Centro-Oeste do país pediram recuperação judicial (RJ).
Segundo a presidente-executiva do banco, Tarciana Medeiros, esse público pode estar sendo mal assessorados por advogados.
“É caso de advocacia predatória”, afirmou ela, avisando que clientes que se valem desse recurso podem ficar sem novos créditos no mercado.
Além disso, ponderou ela, o BB está pronto para executar dívidas nos casos de clientes que não atenderem a equipe de cobrança do banco.
Pelos cálculos da instituição, cerca de 95% dos créditos concedidos pelo BB ao agro (R$ 387 bilhões) contam com garantias do tomador.
BB (BBAS3): Mais provisões para calotes assusta analista
Segundo Medeiros e equipe, o BB está agindo preventivamente para evitar mais casos de recuperação judicial no agronegócio.
De todo modo, juntamente com os resultados trimestrais, o banco elevou a reserva prevista para 2024 para fazer frente a maiores perdas com calotes.
A previsão passou de R$ 34 bilhões a R$ 37 bilhões neste ano, ante previsão anterior, de R$ 31 bilhões a R$ 34 bilhões, para o período.
Em relatório, o Goldman Sachs comentou que a piora no agronegócio já esperada, diante de eventos climáticos desfavoráveis, preços de commodities e custos de produção.
“Embora essas condições fossem um tanto esperadas, a magnitude das provisões foi uma surpresa”, diz o relatório do Goldman.
Enquanto isso, o BTG Pactual comentou que o agravamento na qualidade da carteira do BB foi “pior do que o temido”.