Azul (AZUL4) e Gol (GOLL4) acertam termos para fusão de negócios; Abra será controladora
Fusão depende de saída da Gol de recuperação judicial nos EUA; acordo estabelece Abra como controladora de nova companhia com Azul (AZUL4)
Depois de meses de tentativas, as companhias aéreas Azul (AZUL4) e Gol (GOLL4) acertaram termos para uma fusão de negócios e formação de uma nova companhia de aviação, ainda sem nome. De acordo com fatos relevantes divulgados no mercado nesta quarta-feira (15), a junção entre as empresas depende da saída da Gol do processo de recuperação judicial no qual entrou em janeiro de 2024.
A Abra, controladora da Gol, deve ser a acionista controladora da nova companhia aérea, com fatia superior a 10% das ações em circulação. Tanto a Gol quanto a Azul devem manter as marcas de forma independente, mesmo após a fusão.
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Entenda a fusão entre Gol (GOLL4) e Azul (AZUL4)
A fusão entre as duas principais companhias aéreas brasileiras está no radar do mercado financeiro desde o início do ano. No fechamento do Ibovespa desta quarta-feira (15), as ações da Azul (AZUL4) subiram 6%.
De acordo com memorando de entendimento (MoU) firmado entre as aéreas, a fusão depende da saída da Gol do processo de recuperação judicial nos Estados Unidos, o Chapter 11.
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Como parte de seu plano para deixar para trás a reestruturação, a Abra deve emitir novas ações da Gol (GOLL4) a alguns credores por meio de aumento de capital.
A nova companhia terá suas ações preferenciais (PN), como é o caso da Azul e da Gol, convertidas para papéis ordinários (ON).
Nos atuais termos de negociação apresentados ao mercado, a fusão pode fazer ou com que a Azul vire uma subsidiária da holding da Gol, ou o contrário. Nesse sentido, cada acionista da Azul receberia ações da Gol, e vice-versa, antes da conclusão da fusão.
“Após a conclusão da operação, espera-se que as ações detidas pela Abra Group e pelos Acionistas Azul, em conjunto, representem mais ações do que qualquer outro acionista ou grupo de acionistas da companhia combinada detenha”, dizem as aéreas em comunicado.
Foi estabelecido entre as duas aéreas que a alavancagem final da nova companhia não deve superar a da Gol até a conclusão do acordo.
Abra vai eleger presidente do conselho e Azul, o CEO
Após a fusão, ficou estabelecido entre Azul e Gol que a Abra deve designar o presidente do conselho da nova companhia. A preferência da controladora se estenderia por três anos a partir da data de fechamento do acordo.
Enquanto isso, a Azul e seus acionistas terão direito a escolher o CEO da nova companhia pelo mesmo período.
Durante os três anos seguintes à fusão, Gol e Azul trabalhariam com os dois executivos para “identificar e nomear outros membros da equipe de administração”.
O conselho da empresa será formado por nove executivos. Três eleitos pela Azul, três pela Gol e, por outro lado, outros três serão independentes e “mutuamente selecionados”.
Por fim, a nova companhia terá um limite para uma OPA: a aquisição de 15% ou mais de ações com direito a voto.
A fusão entre Azul e Gol depende da aprovação do CADE (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) e da ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil).