Arezzo e Grupo Soma: nasce uma gigante de varejo de R$ 13 bilhões com ambições globais
Os executivos também anunciaram que o fundador da XP, Guilherme Benchimol, fará parte do conselho
Arezzo (ARZZ3) e Grupo Soma (SOMA3) frisaram nesta segunda-feira (5) as ambições globais do grupo de moda.
Batizada pelos próprios sócios como a “maior empresa de moda da América Latina”, a companhia nasce com valor de mercado de R$ 13 bilhões, 2 mil lojas e receita líquida de R$ 12 bilhões.
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“O sonho é ser uma empresa global”, disse Roberto Jatahy, presidente do Grupo Soma e que vai liderar uma das unidades do grupo combinado.
Na bolsa, a nova companhia tem tamanho equivalente aos de Magazine Luiza (MGLU3), com R$ 13,2 bilhões; e de Lojas Renner (LREN3), que vale R$ 15,1 bilhões, segundo dados da B3.
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É também de 5 a 6 vezes maior do que C&A (CEAB3), com R$ 2,2 bilhões, e da Guararapes (GUAR3), dona da marca Riachuelo, com R$ 2,55 bilhões.
A holding controlará 34 marcas (sendo as mais importantes geradoras de receita Hering, Arezzo, Farm e Reserva).
Na trilha das gigantes globais
Como notou o BTG Pactual em relatório, o plano do novo grupo parece ser o de seguir os passos de gigantes de moda globais.
Ou seja: ganhar sinergias, diversificando ao mesmo tempo a exposição a múltiplos segmentos da moda.
É o que fazem nomes como LVMH, Kering, Ralph Lauren, PVH, Prada, Richemont e Luxottica, entre outras.
De fato, um dos principais focos de atenção do mercado com o plano de fusão, antecipado pelas companhias na semana passada, são as sinergias, calculadas por analistas em cerca de R$ 4,5 bilhões.
Isso equivale a cerca de 35% do valor de mercado combinado das empresas.
Pelas contas de analistas do BTG Pactual, porém, ao menos parte desses ganhos potenciais já estão no preço das ações.
“Assumindo a variação do valor de mercado desde (…) a última quarta-feira, cerca de 1/3 dessas sinergias já foram pagas antecipadamente”, escreveram Luiz Guanais e equipe.
Desde que as companhias confirmaram as conversas para uma fusão, a ação da Arezzo subiu cerca de 11%.
Enquanto isso, os papéis da Soma avançaram 7%.
Otimismo e cautela
O BTG considerou que as economias e outros ganhos esperados são de fato animadores, porém os desafios de integração contêm importantes “riscos de execução”.
Na mesma direção, o Goldman Sachs destacou pontos de otimismo e de atenção no negócio.
“Vemos mérito estratégico na combinação dessas operações”, afirmaram Irma Sgarz e equipe.
Entre os riscos para o sucesso da transação, o Goldman citou a reestruturação produtiva da Hering e a possível pressão nas margens devido à necessidade de reinvestir nas marcas para desbloquear futuras oportunidades de crescimento.
Benchimol escalado para o conselho
Os sócios definirão o nome do novo conglomerado em até quatro meses.
A expectativa do grupo, que será liderado pelo presidente da Arezzo, Alexandre Birman, é de que o negócio seja concluído na primeira metade de 2025, após aprovações regulatórias.
No encontro com investidores, os executivos do grupo também anunciaram que o fundador da XP, Guilherme Benchimol, fará parte do conselho de administração.