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Ambev (ABEV3) e outras duas ações podem pagar mais dividendos em 2025, analisa BofA
Empresas citadas na reportagem:
Devido a um acumulo de caixa previsto para os próximos dois anos, Ambev (ABEV3), JBS (JBSS3), e BRF (BRFS3) podem pagar dividendos maiores aos acionistas entre 2024 e 2025. A estimativa feita pelo Bank of America (BofA) reúne as três ações do Ibovespa como favoritas para reforçarem proventos, com base em “resultados financeiros consistentes”.
O banco americano também parte do princípio de desalavancagem das companhias mencionadas, já que os frigoríficos, principalmente, iniciaram processo de diminuição de dívida após importantes aquisições nos últimos anos. Para analistas do BofA, Ambev e JBS podem pagar 20% do valor da ação nos próximos dois anos.
A vantagem de Ambev (ABEV3) e JBS (JBSS3) nos dividendos
De acordo com Isabella Simonato, Julia Zaniolo e Fernando Olvera, analistas do Bank of America, JBS e Ambev têm vantagem para acelerar a distribuição de proventos aos investidores em 2024.
Para o banco, tanto a multinacional de bebidas quanto o frigorífico dono de Friboi e Seara vêm se beneficiando de “resultados financeiros sólidos, geração alta de caixa e desalavancagem”.
“Nosso caso base implica em um dividend yield de 14,1% no período, com um payout a investidores de 62% do lucro líquido”, afirma o BofA. Se o payout em dividendos subisse para mais de 100%, a Ambev chegaria ao pagamento de 20% do valor da ação em proventos.
Já o cálculo de futuros dividendos da JBS se baseia em aumento de caixa nos últimos meses e no anúncio de proventos mais recente. Em julho, a JBS (JBSS3) divulgou o pagamento de R$ 4,4 bilhões em dividendos, com yield de 5%. Além disso, a companhia vem recomprando 5% de suas ações ordinárias.
Mas, entre as duas, analistas dizem que a Ambev (ABEV3) possui uma estrutura de capital “mais improdutiva” e deve distribuir dividendos com margem superior aos de JBS.
Dentro de sua estrutura, a Ambev pode se alavancar ainda mais para distribuir o excesso de caixa em dividendos, dizem os analistas. Assim, para o BofA, a Ambev possui a maior estimativa de yield de dividendos entre 2024 e 2025.
“Estimamos que a JBS terá um dividend yield de 2024 a 2025, excluindo o buyback, de 11% no cenário base” projeta o BofA.
“Mas ele pode chegar a 27%. Mesmo com viés mais altista, a relação de dívida líquida por Ebitda da JBS ficaria abaixo de três vezes. Ou seja, dentro da ‘zona segura’ da política de endividamento da empresa.”
Marfrig e BRF: por que os dividendos de uma beneficiam a outra
A BRF deve continuar na esteira de bons resultados que vem se refletindo na alta das ações do frigorífico no Ibovespa. Em 12 meses, o papel subiu 126%, superando Ambev (ABEV3) e JBS (JBSS3).
O BofA espera que a BRF surfe uma boa onda de indicadores financeiros pelo menos até o final do primeiro semestre de 2025. Até lá, margens favoráveis nos preços do frango devem beneficiar a companhia.
O banco prevê fluxo de caixa livre de R$ 7 bilhões em 2025. O acumulo de dinheiro nos cofres da BRF (BRFS3) pode, assim, resultar em um pagamento de pelo menos R$ 3,7 bilhões em dividendos.
“Em um cenário mais otimista, o dividend yield da BRF pode variar próximo do patamar de 10% a 15%”, dizem os analistas.
Claro, é uma boa notícia para a Marfrig, controladora da BRF. Se a dona da Sadia paga mais dividendos, afinal, a Marfrig ganha impulso em sua estratégia de desalavancagem. Analistas do BofA calculam que, se o frigorífico pagar 70% de seu fluxo de caixa em dividendos, a proporção de dívida líquida por Ebitda da Marfrig cai para 5,2 vezes em 2025.
O BofA tem recomendação de compra para as ações de Ambev (ABEV3), JBS (JBSS3) e Marfrig (MRFG3). O único ativo com indicação neutra é o da BRF (BRFS3).
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