Ibovespa termina janeiro em alta: veja quais foram as 10 ações que mais subiram no mês

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O mercado financeiro brasileiro deixou para trás o pico de estresse em dezembro e, assim, o Ibovespa terminou o primeiro mês de 2025 com alta de 5%. Dentro do principal índice de ações da B3, apenas 22 papéis registraram quedas em janeiro, enquanto as principais ações em alta se recuperaram de baixas acumuladas de 2024. É o caso das ações da CVC Brasil (CVCB3), primeira no ranking de desempenhos mensal.
Por outro lado, a queda do dólar no mês e a redução nos preços do boi levaram os frigoríficos a amargarem perdas. Nem JBS (JBSS3), Marfrig (MRFG3) ou Minerva Foods (BEEF3) registraram altas no Ibovespa, enquanto a BRF (BRFS3) obteve o pior desempenho nos primeiros 22 pregões da bolsa de valores, com queda de 13%.
Confira, a seguir, quais foram as 10 ações com maiores altas e baixas no Ibovespa em janeiro.
Ibovespa sobe 4,86% em janeiro; IFIX cai 3%
A performance de índices da B3 foi mista no mês. O principal destaque, além do Ibovespa, está no Índice Imobiliário da B3 (IMOB3), cuja performance positiva foi de 11,3%. Ações como Cury (CURY3), MRV (MRVE3) e Cyrela (CYRE3) estão presentes na carteira e registraram alta.
Além disso, o índice de empresas do setor financeiro da B3 (IFNC) avançou 10,83% no acumulado mensal.
Na contramão da bolsa, contudo, o Índice de Fundos de Investimento Imobiliário registrou queda de 3%. A alta dos juros e a incerteza fiscal pressionam FIIs, à medida que o Tesouro IPCA+ se valoriza. Este ativo é o principal concorrente dos fundos porque os contratos de aluguel e lastros de certificados de recebíveis são atrelados à inflação.
O BDRX, índice que engloba BDRs de empresas do exterior na B3, também registrou queda. No início da semana, a IA chinesa DeepSeek levou a uma queda de 3% nas bolsas de Nova York. As ações da Nvidia caíram quase 17%.
Veja o desempenho dos índices da B3 em seguida:
Índice | Retorno em janeiro |
Ibovespa (IBOV) | +4,86% |
IDividendos (IDIV) | +3,50% |
Utilities | +6,15% |
Materiais Básicos (IMAT) | -0,15% |
Fundos Imobiliários (IFIX) | -3,07% |
BDRs (BDRX) | +4,34% |
Small Caps (SMLL) | +6,11% |
Queda do dólar faz CVC (CVCB3) e Azul (AZUL4) decolarem
Entre as principais ações em alta, companhias cíclicas voltadas para a economia doméstica se destacam em janeiro. A queda do dólar contra o real em janeiro, assim como a desaceleração das taxas de juros futuros, contribuiu para que CVC (CVCB3), Cogna (COGN3) e Azul (AZUL4) fechassem o top 3 da bolsa.
No acumulado de janeiro, o dólar apresentou queda de 5,54% contra o real. Assim, o câmbio registrou a maior valorização mensal desde julho de 2023.
Na esteira da queda do dólar, ações como CVC Brasil e Azul se favoreceram. O dólar em queda aumenta a perspectiva de turismo mais aquecido no Brasil e, do lado da Azul, leva a despesas mais baratas com combustível.
A companhia aérea ainda surfou valorização no mercado após emitir US$ 525 milhões em notas comerciais a arrendadores e credores. O movimento foi bem-visto pelo mercado financeiro. O banco Goldman Sachs manteve a recomendação neutra para as ações da Azul (AZUL4), mas notou que a emissão melhora a alavancagem da companhia.
Confira as dez melhores ações de janeiro no Ibovespa:
- CVC Brasil ON (CVCB3): +42,75%
- AZUL PN (AZUL4): +29,94%
- Cogna ON (COGN3): +29,36%
- Totvs ON (TOTS3): +27,33%
- IRB Brasil Resseguradora ON (IRBR3): +24,62%
- Assaí ON (ASAI3): +21,40%
- Cyrela ON (CYRE3): +20,53%
- BTG Pactual UNIT (BPAC11): +20,31%
- Yduqs ON (YDUQ3): +19,88%
- Braskem PNA (BRKM5): +19,26%
Ações em queda: BRF e frigoríficos sentem preços do boi
As ações de frigoríficos, por outro lado, foram destaques negativos em janeiro. A BRF (BRFS3), na ponta oposta das ações em alta, ocupou a lanterna do Ibovespa.
No mês, o surgimento de três casos de gripe aviária no estado americano da Geórgia, um dos principais produtores de frango dos EUA, derrubou ações do frigorífico brasileiro. O Itaú BBA alerta que é necessário monitorar a oferta global de frango, principalmente a luz de preços da carne bovina em queda no mundo.
A derrocada do preço do boi, por outro lado, é uma notícia negativa para a Marfrig (MRFG3). A ação do frigorífico de Marcos Molina foi na contramão da bolsa e registrou queda de 6% em janeiro.
O banco Goldman Sachs afirma que as ações de proteína no Ibovespa enfrentaram um volume de venda que chegou a derrubar em média 7% do valor dos papéis.
Outro destaque negativo em janeiro foi a Raízen (RAIZ4). O papel recuou para a mínima histórica de R$ 1,90 no mês.
Veja os dez piores desempenhos entre ações em queda:
- BRF (BRFS3): -13,68%
- Raízen PN (RAIZ4): -12,04%
- Auren ON (AURE3): -7,53%
- Marfrig ON (MRFG3): -6,69%
- Gerdau Metalúrgica PN (GOAU4): -6,15%
- Vibra Energia ON (VBBR3): -5,49%
- Ambev ON (ABEV3): -5,45%
- Cosan ON (CSAN3): -5,15%
- Gerdau PN (GGBR4): -5,07%
- Minerva Foods ON (BEEF3): -4,91%