Você conhece a estratégia de investimento usada por Warren Buffett e Luiz Barsi Filho?
Conhecida como "buy and hold", ela pode ser útil para sua carteira também; veja 10 possíveis ações que podem fazer parte desse modelo de investimento
Quem conhece o mercado financeiro, sabe que os mega investidores Warren Buffett e Luiz Barsi têm algumas coisas em comum. Além de bilhões (em dólares e em reais) em carteira, eles usam a mesma estratégia: a buy and hold (comprar e segurar, em inglês).
Mas, afinal, o que é a estratégia do buy and hold? Como ela funciona? Será que serve para sua carteira também? Hoje, então, a gente te conta todos os detalhes por trás dessa técnica, qual o perfil de investidor que pode usufruir da estratégia e os possíveis ativos financeiros que podem entrar em uma carteira buy and hold.
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O que é a estratégia buy and hold e como funciona?
Desse modo, vale saber que a estratégia buy and hold nada mais é do que comprar ativos financeiros, como ações por exemplo, e mantê-los na carteira por longos períodos – 5 anos ou mais –, independentemente das oscilações do mercado.
“A ideia, então, é aproveitar o crescimento sustentável e os dividendos no longo prazo”, afirma Marlon Glaciano, planejador financeiro e sócio da Invest Prime Planejamento Patrimonial.
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Já de acordo com Marcos Milan, professor da FIA Business School, na prática, podemos considerar como uma espécie de pré-requisito para essa estratégia o conhecimento do mercado financeiro e um estudo minucioso das ações que vão compor a carteira. “E quando falo de estudo minucioso, falo da análise fundamentalista. Ou seja, nada de brincar de ‘adivinhar o futuro’ olhando gráfico. É preciso fazer contas”, pontua.
Como é a estratégia de Luiz Barsi com buy and hold?
E como dissemos no começo dessa reportagem, Warren Buffett e Luiz Barsi, o “rei dos dividendos”, usam bastante a tática buy and hold em sua carteira de investimentos. E de que forma o brasileiro faz isso tão bem? Veja só!
1. Analisar, com cautela, onde irá investir
O primeiro passo não poderia ser outro. Barsi estuda quais ações realmente valem a pena de acordo com o seu perfil e objetivos a longo prazo. O básico, correto?
2. Investir em dividendos
Barsi sempre procura aplicar parte do seu patrimônio em empresas que pagam bons dividendos. Por isso, busca setores mais tradicionais, como bancário, de energia, entre outros.
3. Reinvestir os lucros
Esse é outro ponto primordial do “rei dos dividendos”. Ele reinveste o lucro para comprar mais ações das empresas.
4. Paciência e disciplina
Esse não poderia ficar de fora. Luiz Barsi sabe que o mercado de ações é bastante volátil. Por isso, não costuma vender papéis em momentos de baixa.
Perfil de investidor ideal para a estratégia
Bem, como o foco da tática buy and hold é no longo prazo, esse é o primeiro indício do tipo de investidor mais indicado para usar a estratégia.
“Geralmente, são investidores moderados ou arrojados. Isso porque, além da visão de longo prazo, é preciso paciência e tolerância a flutuações. Afinal, buy and hold busca maximizar retornos ao longo de anos ou décadas, exigindo resiliência durante períodos de volatilidade”, argumenta Glaciano.
E mais: é essencial ter uma estratégia de investimentos mais ampla. “Portanto, vale considerar, inclusive, um valor razoável de reserva de emergência para que não seja necessário abrir mão dos ativos de longo prazo antes do tempo”, ensina Milan.
Vantagens da estratégia buy and hold
Diante de toda essa explicação, fica visível que a principal vantagem desse tipo de tática está na construção de patrimônio de forma sólida e longeva. “Todavia, é preciso reavaliar a carteira constantemente”, pondera o professor da FIA.
Segundo Milan, em uma estratégia de buy and hold, existem basicamente duas situações em que é recomendável a venda dos ativos: “quando ele atinge o resultado esperado e quando ele perde os fundamentos.”
Além disso, existem, claro, outras vantagens. “Como custos operacionais mais baixos, ganho potencial com valorização e dividendos, simplicidade na gestão da carteira e a possibilidade de usufruir do efeito dos juros compostos ao longo do tempo”, afirma Glaciano.
E os riscos?
Por outro lado, se você pensou que estratégias de longo prazo, como a buy and hold, não teriam tantos riscos, não é bem por aí. Isso porque, em investimentos desse tipo, pode acontecer de aquela empresa ou setor deixar de ser essencial para a sociedade.
“Ou seja, o ativo pode acabar perdendo o sentido ao longo do tempo. Daí a importância de se reavaliar a carteira constantemente”, diz Marcos Milan.
Outros pontos de atenção, de acordo com Marlon Glaciano, são: crises econômicas prolongadas e a possibilidade de retornos menores se os ativos não forem bem escolhidos ou diversificados.
Ativos financeiros que entram na estratégia buy and hold
E saiba que não são apenas as ações que podem entrar na tática. Mas sim outros produtos, como ETFs, fundos imobiliários e títulos de renda fixa. Afinal, são ativos que se encaixam nos objetivos básicos que levam a uma estratégia como essa, que são a valorização dos papeis e a distribuição de proventos. “No caso dos ETFs, essa distribuição ocorre direto na própria carteira de investimentos”, pontua Milan.
O que levar em consideração
Por isso, antes de usar a estratégia buy and hold em sua carteira de investimentos, é preciso sim estudar os ativos financeiros. Mas não para por aí, claro. Existem outros pontos que precisamos considerar, como:
- Analisar como está a situação do setor em que a empresa que quer investir está ligada;
- Observar como está a saúde financeira da empresa, o que inclui o fluxo de caixa;
- Verificar como está o nível de endividamento da companhia;
- Observar o histórico dos dividendos;
- Entender a condição macroeconômica atual.
10 ações que podem entrar na estratégia buy and hold
Bem, então agora que você já está por dentro de tudo o que envolve a tática que grandes nomes do mercado financeiro usam, é hora de conhecer possíveis ações que poderiam entrar na estratégia buy and hold.
São eles, por ordem alfabética:
- Ambev (ABEV3);
- Bradesco (BBDC4);
- Coca-Cola (COCA34);
- Weg (WEGE3);
- Itaú Unibanco (ITUB4);
- Petrobras (PETR4)
- Procter & Gamble (PGCO34);
- Unilever (ULEV34);
- Usiminas (USIM5);
- Vale (VALE3);
De acordo com Marcos Milan, essas empresas levam em consideração o setor em que estão inseridas, como energia, setor bancário, alimentação.
“Todos os fundamentais para a sociedade. Além de seus históricos. Ou seja, são empresas que já atingiram a maturidade em seus mercados, referências em suas áreas de atuação. Passando por esses dois filtros, o seguinte consiste na análise minuciosa dos indicadores financeiros”, afirma.
Atenção ao usar a estratégia
Por fim, os dois especialistas deixam alguns recados para quem pretende usar a tática buy and hold em suas carteiras de investimento.
“Podemos dizer que a estratégia não se aplica a investidores que focam na especulação ou em valorizações rápidas. Empresas consideradas small caps, por exemplo, dificilmente irão compor uma tática como essa. E o investidor deve ter, acima de tudo, estômago forte e sangue frio, pois apesar da perspectiva de valorização no longo prazo, o curto prazo pode trazer oscilações que incomodam”, afirma Marcos Milan, da FIA.
“Buy and hold é mais do que uma estratégia. É uma filosofia que exige disciplina e paciência. Diversificar a carteira e acompanhar os fundamentos das empresas são passos essenciais para minimizar riscos e maximizar ganhos ao longo do tempo”, finaliza o planejador financeiro, Marlon Glaciano.