Por que as ações de bancos caíram no pregão do Ibovespa depois do Copom?

As ações do setor financeiro representaram a queda mais expressiva do Ibovespa nesta quinta-feira

Empresas citadas na reportagem:

As ações de bancos amargaram perdas no Ibovespa nesta quinta-feira, primeiro pregão da bolsa de valores após a decisão do Copom de aumentar a Selic em 14,25%. O índice de empresas financeiras listadas na B3 (IFNC) cedeu de 0,46% ante queda de 0,38% do Ibovespa.

Para analistas, trata-se de uma correção das ações de bancos provocado pela perspectiva de que os juros podem ficar altos por mais tempo. O impacto da Selic por um tempo prolongado leva a uma contração na carteira de crédito e aumento de endividamento. Além disso, hoje o fluxo dos papéis de maior peso do Ibovespa pode ter migrado para a renda fixa após leilão recorde do Tesouro Nacional.

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    O que explica queda no Ibovespa?

    As ações do setor financeiro representaram a queda mais expressiva do Ibovespa nesta quinta-feira.

    No primeiro dia de negociação depois do Copom, os principais bancos recuaram no pregão:

    • Santander UNIT (SANB11) caiu 1,59%,
    • Bradesco ON (BBDC3) cedeu 1,30% e;
    • Itaú PN (ITUB4) amargou queda de 0,93%

    No setor financeiro, a maior queda do Ibovespa hoje foi a de Caixa Seguridade (CXSE3). O papel registrou desvalorização de mais de 2% provocada também pela oferta subsequente de ações (follow-on).

    A oferta foi registrada com preço para o papel abaixo da cotação em tela. Isso justifica a oscilação negativa, aponta Gabriel Meira, analista da Valor Investimentos.

    Na oferta, a Caixa Seguridade emitiu no mercado secundário 82 milhões de novas ações ao preço de R$ 1,21 bilhões.

    “Antes o preço do ativo era de pouco mais de R$ 15, mas a oferta ficou precificada em R$ 14,75 por papel”, comenta Meira.

    No âmbito das ações de bancos, Thiago Pedroso, analista da Criteria Investimentos, diz que a realização de lucro do índice financeiro IFNC vem depois de uma alta expressiva neste mês. Neste mês, o índice acumula ganhos de 10,17%.

    IFNC sobe 18% em 2025 e está próximo da máxima histórica, diz Pedroso. Foto: Reprodução

    “A resposta mais sensata é um movimento de correção técnico (queda no preço de um ativo após um período de valorização)”, falou Pedroso.

    Fuga do risco afeta ‘bluechips’ brasileiras.

    A fuga do investidor dos papéis mais negociados também afetou Sabesp, Equatorial, Ambev e WEG. Todas registraram quedas menores de 1%.

    Fernando Siqueira, head de research da Eleven Financial, afirma que o volume de negócios do pregão foi menor. “O mercado como um todo foi mais fraco, com apenas alguns exportadores subindo”, disse.

    Ele destaca que ações de setores que sofrem maior impacto de juros altos, como varejo e consumo, apresentaram maiores quedas.

    Para Meira, da Valor, a queda nas ações defensivas do Ibovespa hoje se explica por uma migração para a renda fixa.

    Os juros futuros dispararam nesta quinta-feira porque o Tesouro Nacional bateu recorde de compras de NTN-F, títulos prefixados que pagam juros semestrais.

    “Houve movimento de aversão a risco, mas por um motivo: não tem porque tomar risco, muito mais que 1% ao mês”, diz Meira ao se referir ao pagamento mensal do Tesouro Selic.

    No Ibovespa, a alocação de fundos de ação está abaixo da média, conclui Meira.

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