Ações da Arezzo devem ser destaque no varejo em 2023 com alta de até 32%, diz Bradesco BBI

Apesar de um ambiente volátil para o varejo em 2023, o ponto de entrada parece atraente para empresas do setor, dizem os analistas

O Bradesco BBI iniciou a cobertura de sete empresas do setor varejista brasileiro, com Arezzo&Co, Grupo Soma, Lojas Renner, Grupo SBF, Guararapes, C&A e Marisa. O banco afirmou nesta terça (10) que, apesar do ambiente não ser muito inspirador e o ponto de inflexão ser pouco claro, vê boas oportunidades de médio e longo prazo.

Devido ao seu posicionamento de maior renda, melhor execução e balanços mais enxutos, a Arezzo&Co (ARZZ3) aparece como a principal escolha no setor. Para a empresa, o Bradesco tem recomendação de compra e preços-alvo de R$ 100, 32% de valorização em relação ao fechamento da segunda-feira (9).

Outros destaques do setor, segundo o banco, ficam por conta do Grupo Soma (SOMA3), Lojas Renner (LREN3) e Grupo SBF (SBFG3), este último, dono da Centauro e representante exclusiva da Nike no Brasil.

O banco também tem recomendação de compra para esses papéis e preços-alvo de R$ 13 para o Grupo Soma, R$ 25 para Lojas Renner e R$ 15 para o Grupo SBF. Os valores representam uma valorização potencial de 29%, 25,5% e 29,5%, respectivamente, em relação à cotação do último fechamento.

‘Ponto de entrada parece atraente’

O banco comenta, em relatório, que as ações dos varejistas de vestuário sob a cobertura da casa caíram 28% nos últimos 12 meses, enquanto o Ibovespa subiu 6%, refletindo o sentimento negativo que pesa sobre o consumo discricionário e empresas que normalmente sofrem mais durante os períodos de risco.

“Não é comum, no entanto, ver os vencedores do setor negociando com preços sobre lucro abaixo de empresas médias, enquanto, ao mesmo tempo, é difícil prever com precisão quanto tempo durará o modo de risco”, comentam os analistas Pedro Pinto, Felipe Cassimiro, João Andrade e Renan Sartorio.

“Apesar de um ambiente volátil, o ponto de entrada parece atraente devido aos robustos fundamentos subjacentes”, completam os analistas.

Variáveis a serem consideradas

Tendo isso em mente, os analistas construíram uma estrutura de seleção de ações que inclui sete filtros diferentes: crescimento de ganhos e análise de risco, espaço para revisão de lucros em 2023, impulso de curto prazo, estrutura de capital, liquidez das ações, evolução do retorno sobre patrimônio líquido e fluxo de caixa descontado.

Ao mapear o risco de ganhos do custo de vestuário, o banco diz que há espaço para revisões para baixo dos ganhos do ano de 2023 em toda a linha, e a Arezzo é a única exceção, com possibilidade de alta.

“Vemos que os custos de vestuário em 2023 são arriscados e, neste ambiente volátil, mapeamos os impulsionadores para fazer o lucro por ação superar ou desapontar as estimativas de consenso”, afirmam. “Estamos céticos em relação à produtividade de vendas em geral e estamos abaixo do consenso de lucro por ação este ano”.

Grupos voltados para baixa renda devem sofrer

Os analistas dizem que as empresas focadas em segmentos de baixa renda (considerando os itens discricionários em uma economia difícil) e/ou com alta alavancagem (em meio às altas taxas de juros) têm perspectivas de ganhos mais complicadas, o que inclui C&A, Guararapes (dona da Riachuelo) e Marisa, que têm recomendação neutra e preços-alvo de R$ 7,20 (C&A), R$ 2,80 (Guararapes) e R$ 1,60 (Marisa).