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Ações de frigoríficos: o que esperar de JBS, Minerva, Marfrig e BRF em 2024?
Empresas citadas na reportagem:
As ações de frigoríficos são algumas das que estão no centro das atenções para 2024. Isso porque o Brasil teve em 2023 a abertura de 76 novos mercados em 38 países, distribuídos por cinco continentes, com destaque para Américas e Ásia.
Além disso, as exportações do agronegócio brasileiro bateram o recorde de US$ 139,58 bilhões nos dez primeiros meses do ano. “O crescimento foi superior a 3% em valor e de quase 10% em volume, na comparação com o mesmo período de 2022”, segundo informações do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa).
Para o ano que se inicia, os frigoríficos podem ser favorecidos por um aumento do preço da proteína animal no mundo. Além disso, questões operacionais relacionadas aos players listados na B3 podem impulsionar as ações dos frigoríficos em 2024.
Veja o que disseram à Inteligência Financeira os analistas que acompanham as ações de frigoríficos na B3.
Itaú BBA destaca JBS e Minerva
O Itaú BBA mantém visão positiva principalmente para JBS (JBSS3) e Minerva (BEEF3).
O aumento do interesse do mercado na JBS parece ter aumentado por conta da percepção de que o pior em termos de resultados pode já ter passado. “JBS é a primeira escolha entre as empresas de proteínas sob nossa cobertura, mas carece de gatilhos de curto prazo”, alerta o banco.
Ainda sobre a JBS, “o potencial adiamento da listagem nos EUA pode representar um risco negativo para a tese de investimento”, dizem, em relatório, os analistas do Itaú BBA Gustavo Troyano, Bruno Tomazetto, Daniel Sasson e Larissa Pérez.
Com relação à Minerva, o banco avalia que o posicionamento da ação deve ser “leve” e que “não há pressa em tornar-se mais otimista” em relação aos ativos até que o CADE decida sobre as aquisições que a empresa fez de frigoríficos da Marfrig neste ano.
Ponderações em relação a BRF e Marfrig
Por outro lado, o banco permanece neutro em relação a BRF (BRFS3). “Os investidores permanecem negativos quanto ao histórico de investimentos de curto prazo da BRF”, diz o banco em relatório.
Além disso, o banco alerta para “o esperado rendimento modesto do FCFE (Fluxo de Caixa do Acionista) para os próximos anos”, o que tira atratividade da ação. Além disso, “algumas incertezas quanto a uma fusão potencial das estruturas da BRF e da Marfrig (MRFG3)” também derrubam a confiança sobre os papéis dos dois frigoríficos.
No caso da Marfrig, a avaliação é que a ação está barata em comparação com a BRF, “mas ainda sem gatilhos de curto prazo”.
“O interesse pela Marfrig parece estar aumentando um pouco, enquanto o desempenho das ações tem sido muito volátil, refletindo a sua participação na BRF”, acrescenta o relatório do IBBA.
Na semana passada, a Marfrig passou a deter mais de 50% das ações da BRF.
Outros fatores que devem impactar ações de frigoríficos em 2024
A demanda chinesa aumentou recentemente, em novembro, monstrando que pode haver um fortalecimento dos pedidos de proteína brasileira a partir do seu maior parceiro comercial, o que anima os investidores. Para Fernando Bresciani, analista de investimentos do Andbank, a China deve seguir importando de maneira crescente no ano que se inicia.
Além disso, “os principais produtores do mundo estão pensando reduzir a oferta para que o preço reaja”, diz o analista do Andbank. “E isso deve ter algum impacto ao longo dos próximos meses”.
O analista destaca ainda a manutenção da demanda no Oriente Médio como aspecto que deve favorecer o setor de frigoríficos na bolsa em 2023. “O Oriente Médio é importante para frangos e cárneos. Assim, se não houver nenhuma expansão do conflito (entre Israel e Palestina), não deve haver nenhum impacto negativo”, avalia.
Recomendação e preço-alvo para ações de frigoríficos
Dessa maneira, olhando para 2024, a perspectiva é “mais favorável”, segundo o Andbank, com recuperação de preço e ligeira melhora de demanda. Nesse sentido, “JBS e Minerva seguem sendo as preferidas, também porque são as mais descontadas hoje na bolsa”, avalia.
Assim, as recomendações do Andbank são de manutenção na BRF, mas sem upside. Para Marfrig, a recomendação é de compra, com um upside de 11% e preço-alvo em R$ 10,72.
A Minerva, também com recomendação de compra, deve ter upside de 70% e preço-alvo em 13,22. Já para a JBS é esperada uma valorização de 17%, com preço-alvo de R$ 28.
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