Braskem (BRKM5) busca oitava alta seguida na bolsa depois de bater maior patamar em 2023

Analista avalia que entrada na ação agora é arriscada; entenda

As ações da Braskem (BRKM5) oscilam entre os campos positivo e negativo por volta das 12h35 desta terça-feira (13), depois de passar o começo do pregão em alta. A valorização ao final do dia pode render à Braskem a oitava alta seguida. No momento mencionado, as ações caíam 0,04%.

Os papéis atingiram seu maior desempenho em um fechamento em 2023 na segunda-feira (12), quando a valorização foi de mais de 6%. O resultado veio após o anúncio da Unipar de que pretende apresentar nova proposta pela petroquímica, que tem a Novonor como principal acionista e a Petrobras como segundo maior investidor.

Sequência de altas da BRKM5

  • 31.05: -1,06%
  • 01.06: +2,54%
  • 02.06: +3,56%
  • 05.06: +1,05%
  • 06.06: +2,95%
  • 07.06: +2,58%
  • 09.06: +0,63%
  • 12.06: +6,01%  

Ondas de valorizações

No dia 4 de maio, alguns dias antes do anúncio da proposta de compra pelo fundo soberano saudita Adnoc e pela Apollo, as ações da Braskem eram vendidas a R$ 19,22. Até o dia 9 de maio, logo depois de apresentada a proposta, os papéis dispararam a R$ 26,28. Nos dias seguintes, a empresa devolveu parte dos ganhos.

A partir do dia 31 de maio, as ações experimentaram nova onda de valorizações, passando de R$ 22,46 até os R$ 27,24, registrados perto das 12h desta terça (13), maior valor do ano. Boa parte da alta nesse período aconteceu antes do anúncio da Unipar de uma nova proposta, o que aponta para outros motivos para a valorização para além das questões relacionadas às ofertas pela empresa.

Desempenho a longo prazo

Assim, desde o início de 2023, as ações da empresa valorizaram 17,14%. No longo prazo, porém, o desempenho das ações é negativo. Os papéis perderam mais de 35% do seu valor nos últimos 12 meses e está bem distante do seu patamar recorde, registrado em setembro de 2021, quando subiu até a casa dos R$ 67,20, acompanhando o bom momento vivido pelos ativos de risco bem no auge da pandemia, quando o Ibovespa ultrapassou a marca de 130 mil pontos.

Depois, apesar dos anúncios feitos pelas empresas interessadas em comprar a petroquímica brasileira, a empresa afirmou, em fato relevante, que “não conduz eventuais negociações de seu acionista controlador Novonor sobre a venda de sua participação acionária na Braskem”.

‘Operação arriscada’

Para quem é acionistas da Braskem, a notícia da aquisição é positiva, mas a ação já vem sendo cotada próxima dos R$ 30, reagindo positivamente à oferta da Unipar e deixando pouco espaço para valorização. A avaliação é de Andre Fernandes, head de renda variável e sócio da A7 Capital.

Uma operação comprada hoje na Braskem, “para quem está de fora, é uma operação bem arriscada, apesar de ainda ter algum upside, até os R$ 35, que é a oferta feita pela Unipar”, diz.

Mesmo a oferta da Unipar, que deu o impulso mais recente às ações da Braskem, ainda tem questões a serem resolvidas, “como, por exemplo, com a Petrobrás, que é uma das maiores acionistas e já barrou outras ofertas. Apesar da Unipar já estar em conversas com a Petrobrás, ainda não está definido se a oferta será aceita por todas as partes ou não”, destaca Fernandes.

A oferta de R$ 35 por ação feita pela Unipar é menor que a oferta inicial, na negociação envolvendo a Apollo, que ofertaram R$ 47/ por ação. “Porém, a oferta da Unipar é melhor pois o pagamento é 100% em dinheiro, ao contrário da oferta da Apollo, que era parte em títulos perpétuos e outra, na forma de warrants”, explica o executivo da A7.

E a Unipar, é boa opção?

A Unipar enfrenta um cenário desafiador no setor, com os spreads petroquímicos em queda, e muitas empresas do setor bem alavancadas. Hoje a Unipar conta com um caixa bruto de R$ 1,4 bi e com dívida líquida zerada, “deixando a empresa em uma posição mais confortável para fazer essa aquisição da fatia da Novonor na Braskem”, diz Fernandes.

“Então, a notícia é positiva para os acionistas da Unipar”, completa.

Por volta das 15h15 desta terça, as ações da empresa estavam em queda de 1,21%, cotadas a R$ 73,30. No ano, os papéis acumulam queda de 14,4%.

Spreads podem ampliar ganhos das ações

As ações da Braskem, que atingiram valor próximo de R$ 55 no começo de 2022, caíram principalmente por conta da queda no spread dos produtos que a empresa vende. Isso porque os insumos utilizados pela empresa encareceram no período, diminuindo a diferença entre o que a empresa paga para produzir e o que ganha ao vender.

Em movimento contrário ao que aconteceu no ano passado, o aumento dos spreads agora é a esperança dos investidores para que as ações subam acima do esperado. “No entanto, se os preços dos materiais que eles produzem andar de lado, a tendência é que o teto se mantenha em R$ 35”, afirma Guilherme Paulo, operador de renda variável da Manchester Investimentos.

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