Apple (AAPL34) é a marca mais valiosa do mundo; veja ranking e saiba se vale investir

Google, Microsoft e Amazon também lideram ranking; veja se vale investir

O ranking de marcas mais valiosas do mundo Kantar Brandz 2023 aponta que as quatro empresas mais valorizadas são do setor de tecnologia, com a Apple (AAPL34) na liderança. Assim, as big techs de maior destaque acumulam valor entre pouco menos de US$ 500 bilhões e quase US$ 900 bilhões, cada.

Os brasileiros, se assim desejarem, podem investir nessas empresas. Esse investimento é feito via BDR, os certificados de ações estrangeiras oferecidos na bolsa de São Paulo.

Mas especialistas ouvidos pela Inteligência Financeira alertam que o potencial dessas companhias não é o único ponto a ser levado em conta. É preciso considerar diversos fatores. Nós contamos para você quais.

Queda dos juros nos EUA pode dar novo fôlego

A perspectiva de fim do ciclo de alta dos juros nos EUA é um dos motores do desempenho das empresas de tecnologia e do valor de suas ações.

Mike Loewengart, chefe de construção de portfólio modelo do escritório de investimentos globais do Morgan Stanley, disse, em entrevista ao Dow Jones Newswires, que, diante de uma iminente queda das taxas, as condições começam a melhorar para nomes em crescimento.

Isso acontece porque as empresas de tecnologia são intensivas em capital, ou seja, precisam de amplo financiamento e fontes mais caras de crédito tornam suas vidas mais difíceis.

Apesar da pausa do Fed no ciclo de alta de juros na última semana, em patamar superior a 5% ao ano, ainda não está certo que haverá queda de juros neste ano. Existe, no entanto, a possibilidade de as taxas sofrerem novas altas, segundo sinalização do presidente da instituição, Jerome Powell.

“Neste contexto, o mercado já fez uma reprecificação das ações das bolsas americanas, especialmente as mais ligadas ao fator crescimento de resultado, e muitas de tecnologia estão nesta categoria”, acrescenta Maurício Lima, superintendente de produtos da Western Asset, especializada em investimentos no exterior. Precificação, ou reprecificação, no caso, é o preço ideal a ser pago por uma ação.

Marcas mais valiosas do mundo:

  • 1ª Apple: US$ 880,5 bilhões
  • 2ª Google: 577,7 bilhões
  • 3ª Microsoft: 501,9 bilhões
  • 4ª Amazon: 468,7 bilhões

Fonte: Kantar

Valor unitário dos BDRs*

  • Microsoft (MSFT34): R$ 66,77
  • Apple (AAPL34): R$ 44,07
  • Amazon (AMZO34): R$ 29,72
  • Google (GOGL34): R$ 22,46

* Valores referentes ao começo do pregão da quarta (21)

Dólar impacta os BDRs

A variação da moeda americana em relação ao real é tão importante para o desempenho de um BDR quanto o desempenho das ações da empresa nas bolsas de Nova York. Isso porque, além da variação dos papéis nos Estados Unidos, o preço do BDR sofre o impacto da variação cambial, aumentando quando o dólar sobe, e vice-versa.

Dito isso, a trajetória de queda do valor impacta negativamente os certificados de ações americanas como um todo. “Na nossa visão, o dólar, tanto no Brasil quanto no exterior, deve apresentar uma queda junto com a queda das ações de tecnologia, no geral, pelo menos, até o final do ano”, avaliou Alexandre Milen, fundador da Harami Research, no segundo semestre do ano passado.

Anteriormente, o desempenho tinha sido como o previsto por Milen. Porém, em 2023, com a forte valorização das ações, nem a queda do dólar conseguiu derrubar a valorização das Big Techs.

Neste ano, enquanto o dólar saiu de R$ 5,27 para R$ 4,76 (no começo da tarde desta quarta), as ações das principais empresas do setor apresentavam forte valorização.

Valorização das big techs em 2023*

  • Amazon (AMZO34): +30,41%
  • Apple (AAPL34): +25,91%
  • Microsoft (MSFT34): +25,51%
  • Google (GOGL34): +22,58%

* Início da tarde desta quarta (21)

Valorização em 2023 sem a influência do dólar*

  • Amazon: +44,78%
  • Apple: +46,41%
  • Microsoft: +39,00%
  • Google: +35,28%

* Início da tarde desta quarta (21)

Muito além da Apple (AAPL34): quais empresas escolher

Muitos investidores não parecem mais ver o Fed como uma ameaça ao desempenho das ações do setor de tecnologia dos EUA. Assim, uma possível explicação é que os investidores duvidam que o Fed continue aumentando as taxas de juros.

Em outras palavras, o mercado está basicamente dizendo que não acredita na autoridade monetária americana, afirmou Brad Conger, vice-diretor de investimentos da Hirtle Callaghan, ao Dow Jones Newswires.

Para analistas como Conger, está mais em questão escolher quais empresas vão liderar as valorizações. Ele ressalta que os ciclos anteriores de altas e baixas entre as empresas de tecnologia ensinaram ao mercado que é mais difícil do que parece escolher as empresas certas nesses momentos de recuperação.

Gustavo Cruz, estrategista da RB investimentos, disse que as grandes companhias do setor devem ter um resultado melhor porque dependem menos de crédito, mas, para as menores, “vai ser um cenário desafiador” avaliou em comentário à Inteligência Financeira no ano passado, quando os papéis ainda derrapavam na bolsa.

A Microsoft é um papel que está intrinsecamente ligado ao movimento de expansão das possibilidades em inteligência artificial e “com boa perspectiva de ganhos futuros com IA”, diz Lima, da Western.

Mas a grande beneficiária desse movimento é a Nvidia. Apesar de ainda estar fora do ranking das empresas mais valiosas, a companhia caminha para chegar a esse patamar.

Nvidia dispara com IA

O entusiasmo em torno da inteligência artificial ajudou a levar as ações das empresas de tecnologia a recordes este ano nos EUA, em especial, os papéis da Nvidia, fabricante de chips para inteligência artificial. Assim, o BDR da Nvidia teve valorização de 29,70% no último mês e de 162,56% desde o início do ano.

Dito isso, a empresa sediada em Santa Clara, na Califórnia, anunciou um lucro trimestral de mais de US$ 2 bilhões e uma receita de US$ 7 bilhões, superando as expectativas. Além disso, a perspectiva de venda da empresa para este trimestre é de US$ 11 bilhões.

Os chips de IA são projetados para realizar tarefas de inteligência artificial de forma mais rápida e eficiente. Embora chips de propósito geral, como CPUs, também possam ser usados para tarefas de IA mais simples.

Assim, os chips estão “se tornando cada vez menos úteis à medida que a IA avança”, observa um relatório de 2020 do Centro de Segurança e Tecnologia Emergente da Universidade de Georgetown.

“A Nvidia veio se beneficiando da recuperação do segmento de chips depois dos problemas de abastecimento durante a pandemia. Também se beneficiou da renovação da demanda por chips gráficos para mineração de criptomoedas”, diz Lima, da Western.

“Agora, ganha com esse movimento de desenvolvimento de IA e da grande necessidade computacional que esses mecanismos requerem. E ainda tem espaço para algum movimento adicional”, acrescenta.

Diversificação é fundamental

Assim, apesar de ter alguns nomes de maior destaque e promessa de ganhos, o setor de tecnologia está bastante exposto a intempéries. Isso exige ainda mais diversificação, segundo os analistas. “A concentração deve ser evitada em nomes específicos, ou mesmo em setores específicos”, diz Lima.

“A gente tem fundo de BDR com grande exposição a essas empresas de crescimento, como tecnologia, por exemplo. Porém, nossa exposição é diversificada. São cerca de 50 nomes que o investidor consegue acessar com mil reais”, explica.

Nesse sentido, a melhor abordagem de investimento no setor de tecnologia é o uso dos fundos, diz.

Para Rodrigo Aloi, head de Strategy e Research da HMC, “isso pode ser feito por ETFs mais generalistas de tecnologia”.

Além disso, pode acontecer via “ETFs mais específicos, que abrangem segmentos desse setor, como os focados em IA”, aconselha.

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