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CrowdStrike: empresa pivô de apagão tem o antivírus preferido das big techs americanas
A CrowdStrike, uma empresa de cyber segurança que até ontem tinha valor de mercado acima de US$ 60 bilhões, vem sendo apontada como a responsável por um apagão global de sistemas que afeta operações de aeroportos, bancos e outras empresas ao redor do mundo nesta sexta-feira (19).
A companhia, que tem sede na cidade de Austin, no Texas, é hoje em dia uma importante fornecedora de proteção contra malware (links maliciosos, que geralmente roubam dados dos usuários) e vírus para as big techs americanas.
Seu principal produto, o CrowdStrike Falcon, é por exemplo o software de antivírus oficial da Amazon Web Services (AWS), a maior plataforma de armazenamento na nuvem do mundo, mantida pela Amazon.
Na madrugada desta sexta-feira, contudo, uma simples atualização em um de seus softwares, feito sob demanda, causou interrupções para milhões de usuários da Microsoft, atingindo dispositivos que rodam o sistema operacional Windows.
CrowdStrike reconheceu problema
O cofundador e CEO da empresa, George Kurtz, reconheceu o problema pelo X, o antigoTwitter. Disse, aliás, que uma correção já foi implantada.
“A CrowdStrike está trabalhando ativamente com clientes afetados por um defeito encontrado em uma única atualização de conteúdo para hosts Windows”, escreveu Kurtz, na rede social do magnata Elon Musk. “Os hosts Mac e Linux, no entanto, não foram afetados. Este não é um incidente de segurança ou ataque cibernético”, afirmou.
Quem é a CrowdStrike?
Criada em 2011, no Texas, a CrowdStrike lançou a primeira versão de seu anti-vírus, entretanto, apenas dois anos depois, em 2013. O produto foi bem recebido pelo mercado, que estava ansioso pelo seu desenvolvimento. Muito em função do currículo do dono da empresa, George Kurtz.
Kurtz leva digamos uma vida dupla. Parte como piloto de carros de corrida nos Estados Unidos. Outra como empreendedor da área de internet.
Anteriormente, ele havia criado a Foundstone, primeira grande consultoria de segurança virtual do mundo.
A empresa chamou atenção de um dos primeiros gênios dedicados à cyber segurança, John McAfee. O empresário comprou a companhia de Kurtz, tornando-o milionário. Além disso, ofereceu a ele a cadeira de CTO (diretor de tecnologia, em inglês), na McAfee Associates, Inc.
A McAfee foi a primeira provedora de segurança virtual do mercado a valer mais de US$ 1 bilhão.
Logo, para reforçar a estrutura da CrowdStrike, Kurtz contratou, em 2012, Shawn Henry, ex-oficial do FBI. Ele era conhecido por seu trabalho de vanguarda na área de crimes virtuais.
Inteligência Artificial
Recentemente, o site Fastcompany, que cobre tecnologia, publicou uma nota sobre os avanços da companhia de George Kurtz na área de inteligência artificial (IA).
“Os modelos de IA da empresa sediada em Austin são treinados em trilhões de eventos de segurança para detectar novos tipos de ameaças e responder automaticamente”, destacou o veículo de comunicação.
Segundo a nota, a CrowdStrike estreou um front-end de IA generativo para sua IA de segurança. Uma espécie de assistente de analista de segurança chamado Charlotte AI. O programa se destina a fornecer um ponto de acesso centralizado e simplificado para os usuários.
“Charlotte AI pode compreender e responder solicitações em linguagem simples (incluindo aquelas de profissionais que não são de segurança). Recuperar dados de ameaças relevantes e informações atuais de pesquisadores de segurança humana e especialistas em resposta a ameaças”, escreveu a Fastcompany.
“CrowdStrike pode ter um mercado pronto para Charlotte AI. Muitos de seus clientes são usuários da AWS e ela vendeu mais de US$ 1 bilhão em software por meio do AWS Marketplace no ano passado”.
CrowdStrike (CRWD) na bolsa
Nesta sexta-feira, os papeis da CrowdStrike (CRWD) operam com forte queda, acima de 10%, em Nova York.
Após um forte rali nos últimos doze meses, período em que as ações da empresa mais do que dobraram de valor, os analistas afirmam que a companhia pode enfrentar problemas a partir de agora.
“Este é um grande golpe para a reputação da CrowdStrike. E provavelmente pesaria não apenas no sentimento dos investidores, mas também na atividade empresarial nos próximos trimestres”, escreveu o analista da Oppenheimer, Ittai Kidron. A Oppenheimer é uma das casas de investimento mais antigas de Wall Street, lançada em 1881.
Depois de estabelecer sua posição no mercado de segurança – protegendo as conexões entre uma rede corporativa e os dispositivos usados pelos funcionários – a CrowdStrike vem se expandindo para diversas áreas, como segurança na nuvem, proteção de identidade e análise de risco de segurança.
Agora, os concorrentes que se sentiam ameaçados pela sua expansão, segundo a Oppenheimer, podem ver uma oportunidade para contra-atacar.
As ações da Palo Alto Networks (P2AN34), concorrente direta, subiam 2,5% nesta sexta. Outra concorrente, a SentinelOne, subia acima de 7%.
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