Do conservador ao arrojado: os vieses comportamentais que impactam os investimentos 

Conheça os gatilhos mentais que influenciam a tomada de decisão e como evitar algumas armadilhas

Já parou para pensar em como vieses comportamentais podem influenciar diversas ações no seu dia a dia? Nos investimentos, aliás, não é diferente. A forma como você enxerga as coisas e lida com as situações pode refletir na sua carteira e nas decisões que envolvem ela. Durante o evento “2024 – O Seu Ano de Ir Além”, promovido pelo íon, plataforma de investimentos do Itaú Unibanco (ITUB3, ITUB4), Ana Leoni, criadora do Dinheiro com Atitude, falou sobre alguns desses vieses.  

O primeiro é a fobia financeira. “A fobia com as nossas finanças nos atrapalha de maneira significativa na gestão do nosso dinheiro e na nossa visão de longo prazo. Acabamos muitas vezes evitando o tema”, ressalta. Segundo Ana, essa fobia atinge todos – independentemente do momento profissional ou financeiro –, e acaba inibindo algumas decisões.  

Já o segundo é a complexidade. “Acabamos nos deparando com termos muito técnicos no dia a dia financeiro. Isso também acaba nos afastando do cotidiano das nossas finanças”, explica. Por fim, o próprio dinheiro em si foi o outro vies citado por Ana. “Eu, por exemplo, teoricamente lido bem com o dinheiro dos outros, mas eu tenho também as minhas emoções quando lido com o meu próprio dinheiro”, ressalta. 

Entender os vieses para uma boa decisão de investimentos 

Segundo Martin Iglesias, especialista líder de investimentos Itaú Personnalité, uma boa decisão de investimentos envolve três principais pilares:

  • Entender o cenário econômico;
  • Saber como esse cenário interfere no preço dos ativos;
  • Entender os comportamentos e vieses que podem mexer com isso tudo.

Inclusive, Iglesias divide esses vieses para investidores conservadores e os mais arrojados. Nos mais conservadores, por exemplo, o especialista destaca o vies de familiaridade e aversão ao arrependimento. O vies de familiaridade é a tendência a investir em produtos mais confortáveis. “Eu chamo de pizzaria. Você vê 50 tipos de pizza e sempre vai na Margherita. Você se sente confortável e não muda pela aversão ao arrependimento. Tem medo de experimentar e não funcionar”, ressalta.

Para isso, Martin dá a dica: considerar outras opções de produtos e arriscar, mesmo que pouco, pode ser interessante para aumentar o patrimônio, principalmente no longo prazo.

Vieses comportamentais diferentes

Já o arrojado tem vieses opostos. “É um combo ligado ao excesso de confiança. Muitas vezes ele acredita que consegue acertar todos os grandes momentos do mercado”, explica. De acordo com o especialista, muitos investidores acabam acreditando que prever o futuro é tão fácil quanto explicar o passado. E isso pode ser uma grande armadilha.  

“Por mais que a gente consiga mapear 5, 10, 15 eventos que estão mexendo no mercado, há outros que podem acontecer. Por exemplo: quem achou que haveria a guerra na Ucrânia e o coronavírus? Quem sofre de excesso de confiança aposta demais em uma única ficha”, ressaltou Iglesias.  

Por fim, o especialista falou sobre um vies muito comum: o de resultado. “Significa julgar a estratégia pelo sucesso ou não. Não é isso que temos que julgar necessariamente. Há diversos componentes que podem ter feito com que um resultado não tão bom ocorresse em uma estratégia boa. Para isso, a diversificação tem mostrado muito valor”, conclui.  

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