Anitta não tem carro: será que a estratégia da cantora funciona para você?

Uma das artistas mais ricas do Brasil aluga carro; veja o que ela levou em consideração e se a estratégia é eficaz para seu bolso

No último final de semana, a cantora Anitta publicou um vídeo em suas redes revelando que não tem carro. E ela começa o vídeo assim: “Gente, eu não tenho carro”. Veja, não é por falta de dinheiro, mas sim porque para ela não vale a pena ter carro.

De acordo com a revista Forbes, a fortuna de Anitta beira os R$ 550 milhões. Então, por que uma das cantoras de maior sucesso do Brasil, que está trilhando carreira nos Estados Unidos, optou por não ter um automóvel? A Inteligência Financeira te explica e especialistas dizem se ela está certa (ou não).

Por que Anitta não tem carro?

Ela explica: “Eu sou fascinada por dirigir, mas não vale a pena financeira. Eu sou pão dura, não gasto dinheiro com coisas que não fazem sentido. Eu faço contas antes de gastar meu dinheiro”.

Anitta vai além e explica o planejamento financeiro que ela adota. “Eu me divido entre Miami, Brasil e Los Angeles. Eu teria que ter três carros. Então são três valores de carros, três impostos e taxas, todo ano, sendo que eu fico uma semana em Miami, uma semana em Los Angeles, e no Brasil, cinco dias. Não faz sentido financeiramente, porque a conta não fecha. Seria só um luxo para dizer ‘Este carro é meu’, mas eu não tenho essas palhaçadas’.

Qual é a lição de Anitta para o seu bolso?

Então, a lição da cantora Anitta neste caso é bem simples: seja racional, faça contas. Não se deixe tomar pela emoção nem pela vaidade, seja na hora de comprar um carro, uma bota, um video game, enfim.

Por outro lado, sabemos que o deslocamento ainda é ponto importante, principalmente se você mora em uma cidade grande, como Rio de Janeiro, Curitiba, Salvador ou São Paulo. E ainda tem a vida em família, os finais de semana, as viagens de férias.

O que levar em consideração na hora de comprar um carro?

Portanto, há alguns pontos que você pode observar antes de decidir por comprar um carro. Vamos a eles:

  1. Qual é sua real necessidade de um veículo? Para responder, seja racional. Se você for usar o carro menos de 3 vezes na semana, talvez seja o caso de esperar mais um pouco;
  2. Quanto dinheiro você tem para dar entrada? Lembre-se que, quanto maior a entrada, menor será a renda comprometida até a quitação;
  3. Faça uma lista de carros, com: preço, tipo de combustível, valor do seguro, gasto médio para manutenção, ano de fabricação, quilometragem (em caso de carros de segunda mão). Isso te ajuda a visualizar os modelos pretendidos e cruzar as informações com sua realidade financeira;
  4. Observe se sua cidade oferece uma boa malha de transporte público;
  5. Observe também como é a abrangência dos serviços de aplicativos de mobilidade (seria interessante saber o preço cobrado por eles e pelos táxis locais).

Quanto um carro deve consumir da sua renda mensal?

Assim, enquanto você estiver fazendo seu levantamento, saiba que, de acordo com os planejadores financeiros, o custo de um carro não deve corroer mais do que 30% do seu orçamento.

O mais importante aqui é entender o que é o custo do carro: parcelas + gasolina + seguro + impostos + gastos com multas + manutenção.

Dessa forma, você estará dentro do que o planejador financeiro da Serafin, Rogério Brandão, chama de “dívida saudável”. Isso porque, consumindo mais do que 30% do seu dinheiro o carro vai começar a comprometer seus outros gastos e obrigações. 

Carro está caro? 

Primeiramente, é importante lembrar que os preços dos automóveis subiram durante e logo após a pandemia.

Assim, um carro popular usado que valia R$ 40 mil hoje custa cerca de de R$ 65 mil. De acordo com o sócio fundador da SuperRico, Carlos Castro, os preços subiram por conta de um desabastecimento na cadeia global automobilística. Dessa maneira, muitos componentes ficaram em falta no mercado.

Além disso, há um fator importante a ser considerado: o juro. “As taxas estão muito altas. Via de regra, este não é o momento de financiar nada, muito menos um carro, que tem uma taxa de desvalorização muito alta”, diz Carlos Castro. Porém, veja: sempre leve em consideração sua real necessidade.

Carro NÃO é investimento

Acima de tudo, carro não é investimento. Isso porque, em geral, ele sofre depreciação. São raros os casos de automóveis que o dono vende por um preço maior do que comprou.

Ainda hoje vale a regra que diz que, quem tira um carro 0 km da loja perde 20% do valor se der apenas uma volta com ele no quarteirão.

Portanto, não vá achando que seu dinheiro vai valorizar comprando um carro, porque dificilmente ele irá. Mesmo que você pretenda fazer renda com ele, realizando transportes de pessoas ou cargas, é preciso por na ponta do lápis o planejamento de entrada de dinheiro versus a saída.