Promessas de Ano Novo: apenas 8% das pessoas concretizam o que planejaram

É o que diz um estudo da Universidade de Scranton. Será que estamos fadados ao ciclo interminável de prometer e desistir?

Caros leitores: aqui estamos nós, no início de mais um ano. Já fez suas promessas de Ano Novo? Aqueles objetivos ambiciosos que prometemos perseguir com fervor, mas que muitas vezes acabam perdendo força antes mesmo do carnaval chegar. Lembrei-me do poema inspirador de Carlos Drummond de Andrade, que nos diz que para ganhar um Ano Novo que mereça esse nome, precisamos fazê-lo novo, mesmo sabendo que não é fácil. “É dentro de você que o Ano Novo cochila e espera desde sempre.”

Contudo, ao tentarmos cumprir nossas promessas, somos frequentemente desafiados por fenômenos psicológicos que afetam nossa capacidade de planejamento e tomada de decisão.

Satisfação imediata ou benefício futuro?

O viés do presente nos faz dar mais valor às recompensas imediatas do que às futuras, dificultando a resistência às tentações momentâneas.

Este viés pode ser quantificado pelo modelo do Desconto Hiperbólico, que explica por que temos a tendência de dar mais peso a gratificações instantâneas em detrimento de recompensas a longo prazo.

A sensação de satisfação imediata muitas vezes supera a visão de benefícios futuros, sabotando nossas resoluções financeiras.

Promessas de Ano Novo

Refletindo sobre isso, questiono: como estamos lidando com nossas promessas financeiras este ano?

As pesquisas mostram que, em média, as pessoas levam apenas algumas semanas para desistir de suas resoluções.

Parece familiar? Um estudo da Universidade de Scranton, que fica localizada no Estado americano de Pensilvânia, no Condado de Lackawanna, revelou que apenas cerca de 8% das pessoas conseguem alcançar suas metas de Ano Novo.

Mas será que estamos fadados ao ciclo interminável de prometer e desistir?

Outra pesquisa, desta vez do Statistic Brain Research Institute, indicou que aproximadamente 25% das pessoas abandonam suas resoluções após uma semana, aumentando para 46% após seis meses. Esses números fazem pensar sobre a persistência e a necessidade de estratégias eficazes para manter o foco ao longo do ano.

E o que dizer da pesquisa da University College London? Ela destaca a importância de hábitos sustentáveis, autoeficácia e automonitorização para manter as resoluções. Parece ser uma fórmula viável para enfrentar o desafio.

Como manter as metas

No contexto das promessas de Ano Novo, é interessante mencionar o trabalho de Dean Karlan, um economista com importantes contribuições na Economia Comportamental. Seu projeto, o Stikk.com, busca promover mudanças positivas de comportamento.

Funciona como um aplicativo que ajuda os usuários a estabelecer e manter metas pessoais, inclusive financeiras, incentivando a disciplina e a responsabilidade.

O Stikk.com utiliza abordagens baseadas em evidências, alinhadas à ideia de Karlan de trazer a eficácia das pesquisas acadêmicas para a vida cotidiana.

Ele oferece suporte, orientação e recompensas para aqueles que buscam melhorar seus habitos. No Stikk, você pode colocar uma meta, torná-la pública, desenhar um incentivo positivo (caso atingida a meta) ou uma punição (caso não atingida) e um Juiz, que decidirá se a meta foi cumprida ou não.

Tenha um Ano de fato Novo

Então, neste ano, que tal fazer diferente em relação às promessas de Ano Novo? Mereça um Ano Novo que reflete suas aspirações.

Para isso, utilize estratégias, como as preconizadas por Karlan, para manter suas promessas (inclusive as financeiras).

Lembre-se, “é dentro de você que o Ano Novo cochila e espera desde sempre.”

Que em 2024, suas resoluções financeiras não se percam nas promessas esquecidas do passado, mas se tornem realidade através de comprometimento e persistência.