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O caso Hurb: confira o guia básico para organizar uma viagem sem perrengues
As últimas polêmicas envolvendo a operadora de viagens Hurb acenderam um alerta em muita gente. Afinal, a empresa já acumula uma série de reclamações de clientes que não conseguiram viajar e de hotéis e pousadas que não receberam pagamentos. O prejuízo, além do financeiro, é também emocional.
“Não existe a possibilidade de negociação de valores tão menores em hotéis e companhias aéreas”, ressalta Diana Carvalho, especialista em turismo e CEO da Mundo4e Consultoria e Viagens.
O risco das datas flexíveis
Pacotes com datas flexíveis com até três opções, sem que o cliente saiba ao certo o dia da viagem pode ser um sistema vantajoso. “Isso porque os valores são menores. Mas é importante entender que para viajar assim é preciso ter muita flexibilidade de datas. Assim, um dos riscos é o da frustração, da viagem não dar certo”, explica Diana.
A especialista reforça: uma viagem vai muito além do dinheiro. “A partir do momento em que um cliente não consegue receber de volta o que pagou ou tem dificuldades no reembolso, existe o prejuízo financeiro. Por outro lado, o prejuízo emocional também é muito grande. Afinal, muitos querem fazer uma lua de mel, uma viagem comemorativa ou não teriam outra oportunidade como aquela que está investindo. A sensação de frustração é grande”.
Troque o duvidoso pelo certo
“Todo produto ou serviço com preço muito abaixo da média merece uma investigação criteriosa por parte do consumidor. Usando uma expressão popular ‘quando a esmola é demais, o santo desconfia'”, alerta Bruno Mori, planejador financeiro CFP e sócio fundador da consultoria Sarfin.
Dessa forma, a dica de especialistas para evitar prejuízos financeiros e dores de cabeça é investir um pouco mais de dinheiro e tempo para planejar a viagem com calma. Muitas vezes, então, trocar o duvidoso (e mais barato) pelo certo (e um pouco mais caro) pode valer a pena.
Bruno ressalta que organizar a viagem com antecedência, fazer um bom planejamento e estudar diferentes possibilidades por conta própria pode ser até mais barato do que viajar através de uma agência de viagens. Para aqueles que têm menos experiência, vale a pena contratar uma empresa de confiança.
O primeiro passo: some todos os custos
Toda viagem sob o ponto de vista financeiro precisa ser planejada. “Não só planejar o roteiro e procurar definir número de dias para aproveitar bem a viagem, mas colocar na ponta do lápis o quanto vai custar o transporte, aéreo, a hospedagem e o quanto vai gastar por dia em alimentação e passeio. É importante reunir a família e fazer uma boa programação”, ressalta Carlos Castro, planejador financeiro CFP e sócio fundador da SuperRico – Projetos de Vida.
Levantando os custos, é hora de fazer as comparações com pacotes de viagens.
Portanto, “às vezes vale a pena contratar o hotel diretamente e usar a empresa de viagem para contratar um aéreo, ou usar as milhas no aéreo e usar a empresa de viagem para contratar só o hotel. Ou fazer um pacote que combine as duas coisas”, explicar Carlos. Nessa hora é importante ter paciência e dedicar um tempo às pesquisas.
Os itens estruturais de uma viagem
Diana Carvalho, especialista em turismo, destaca alguns itens importantes na hora de planejar uma viagem. “Para quem tem um perfil mais independente e quer organizar a viagem sozinho, é importante prestar atenção em alguns aspectos que chamamos de itens estruturais. Qualquer um desses itens, se não funcionar direito, pode comprometer a qualidade e realização da própria viagem”, ressalta.
Estes itens são:
- Documentação;
- Dinheiro (especialmente no caso de viagens internacionais);
- Seguro viagem;
- Atividades principais que justificam a realização da viagem;
- Roteiro;
- Deslocamento (passagens aéreas, rodoviárias, aluguel de carro etc);
- Acomodação (hospedagem).
O mais importante: a reputação da agência
Comece o planejamento de sua viagem buscando na internet avaliações envolvendo as agências de viagens que você selecionou.
“O ideal, antes de fechar uma viagem, é justamente validar o nível de satisfação da empresa e conversar com pessoas que já usaram os serviços dela. É importante pesquisar as últimas reclamações e não cair na tentação de comprar pacotes com preços muito mais baratos”, alerta a planejadora financeira Jenni Almeida. Fazer a cotação em diferentes agências também ajuda a economizar e otimizar os planos.
O planejador Carlos completa a dica: não se balize apenas por preço, principalmente empresas que você não tem familiaridade. “Opte por uma empresa mais tradicional e dê preferência para aquelas que já proporcionaram experiências de viagens anteriores. Toda viagem feita sem planejamento vai sair mais cara”.
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